Quando o Banco Central disponibiliza uma atualização de API, o versionamento e o ciclo de vida já vêm definidos, o que ajuda muito na organização interna de cada instituição financeira, já que até mesmo o momento de retirada é crucial para a manutenção da segurança do ecossistema.
Quando existe uma versão nova, ela deve substituir a mais antiga imediatamente, pois é melhor planejada e já não carrega os eventuais erros e vulnerabilidades observados anteriormente.
O estabelecimento desse padrão constrói uma rede segura e consistente, mas é delicado porque deve ser seguido rigorosamente: a falha desse padrão pode causar uma ruptura em todo o sistema, então as instituições envolvidas devem estar sempre perfeitamente alinhadas quanto a isso.
O objetivo desses padrões, no final do dia, é otimizar a experiência do usuário, e isso varia de acordo com a capacidade e ofertas de cada instituição. Daí, podemos observar a necessidade de um equilíbrio entre seguir o padrão estabelecido pelo Banco Central e ter uma autonomia para atender melhor cada tipo de cliente.
Uma grande vantagem dessa padronização é que a integração só precisa ser implementada uma vez, e a partir disso funciona para todas as instituições envolvidas no Open Banking.
Os bancos têm algumas flexibilidades, como a escolha de layouts e a disponibilidade dos seus serviços em diferentes dispositivos, mas questões como nomenclaturas e interface devem ser similares. A missão do próprio Open Banking é deixar o cliente confortável para transitar no ambiente digital de diversas instituições, para escolher os serviços que se encaixam melhor na sua realidade.
É importante lembrar que, como qualquer novidade, essa padronização também passa por um período de maturidade, que pode variar de banco para banco. Já na implementação desses padrões, os desenvolvedores começam a notar essa necessidade não somente nos âmbitos em que estão sendo propostos, mas também em camadas mais profundas, como o comportamento de dados, por exemplo.
Com essa percepção, as instituições interagem entre si e discutem o que seria melhor para o funcionamento bancário geral do país. É claro que nem sempre a melhor ideia para uma instituição vai ter a mesma importância para outras, mas esse ambiente aberto para discussão é enriquecedor para todos os envolvidos, e sempre gera soluções em consenso.
Por enquanto o conceito de “Open” está restrito aos serviços bancários no Brasil, mas essa realidade deve mudar muito em breve. A própria possibilidade e execução do compartilhamento de dados por si só gera um interesse nos desenvolvedores, que gradativamente percebem como esse ecossistema é seguro e revolucionário para a experiência do cliente.
Portanto, esse modelo é essencial para qualquer empresa que queira atender seus clientes de maneira impecável. Com mais e mais profissionais envolvidos nesse processo, o valor das APIs tende a aumentar.
Com isso, é inevitável pensar em como o compartilhamento de dados pode ser implementado em outros segmentos como saúde, telecomunicações, educação, moradia e seguros, por exemplo. Isso é incrível para o consumidor e uma promessa de um mercado mais especializado que busca a satisfação total do cliente.
Para quem consome qualquer tipo de serviço, a perspectiva não poderia ser melhor: empresas com propostas cada vez mais ousadas, com o bem-estar do cliente em foco total. Para as empresas, um mundo novo de possibilidades se abre.
Quer saber mais? Assista a palestra “Governança de APIs no Open Banking” com Claudio Maia, Open Banking Leader LATAM na Axway, Kleber Reis, Systems Department Manager - Open Banking no Bradesco e Gilberto Ballen, Coordenador de TI no Banco ABC.
Este artigo foi escrito por Maria Rinaldi e publicado originalmente em Prensa.li.