30 dias se passaram, e ai?
Há 30 dias, fui chamada para um feedback com o meu coordenador.
Achei estranho pois estávamos na segunda semana do mês e normalmente os feedbacks com o time começam a acontecer no fim do mês. Mas segui minha pauta normalmente, mesmo não estando psicologicamente preparada fiz as minhas anotações, liguei a câmera e depois de algumas conversas, recebi a notícia: fui promovida!
E não era apenas uma promoção de subir de cargo, era uma responsabilidade que estava sendo entregue nas minhas mãos como resultado do meu trabalho duro. Estava indo de analista pleno para Team leader. Explicando um pouco melhor, as minhas responsabilidades seriam além de uma analista sênior, eu iria liderar um time com seis pessoas e ter uma porcentagem de entrega muito mais no nível de gestão do que propriamente operacional.
30 dias se passaram, e aí?
Posso dizer que sou uma líder em formação, uma líder que ainda está se descobrindo e aprendendo como lidar com mais seis cabeças pensantes que trabalham comigo.
Uma certa vez, numa conversa com um profissional que admiro muito, expliquei o que me vinha na cabeça olhando a minha trajetória com ele: eu tenho uma memória muito bonita com a minha mãe. Estávamos passando férias na praia e ela queria que eu aprendesse a andar de bicicleta sem rodinha. É claro que eu estava com muito medo de cair, mas ela me prometeu que enquanto eu estivesse tentando, ela estaria atrás para me segurar. Até que chegou um momento que ela tirou as rodinhas por completo e eu saí pedalando feliz e confiante. E foi o que ele tinha feito por mim, retirado as rodinhas da minha bicicleta.
De certa forma, isso me faz pensar que quando somos colocados em uma posição de líder, temos que estar cientes que vamos incentivar muitas pessoas a tirarem as rodinhas de suas bicicletas, e nem sempre essa situação vai ter um resultado positivo ou que irá acontecer no mesmo tempo para todos. Temos que entender que cada um tem seu timing, sua maturidade, suas dificuldades, sua história e estamos ali para apoiar.
Gosto de pensar que enquanto essa pessoa estiver pedalando e decidir olhar para trás para ter certeza que eu estarei ali, estarei pronta para o que der e vier. E vão existir momentos que a gente vai perder o fôlego, você vai ter colocado toda a sua energia nas pessoas e ter esquecido que você precisava dela. Aí que o colaborativismo entra e você vê muitos dos seus liderados te ajudando a recuperar, te ajudando a respirar novamente para que o caminho continue e a pedalada não perca o ritmo.
Nesses 30 dias, percebi que tenho um longo caminho para ser percorrido. E que neste caminho eu vou poder ajudar e também vou ser ajudada por muitas pessoas. Mas sempre lembrando que precisamos seguir sempre na mesma direção, buscando o crescimento de cada um, colaborando com o crescimento do time e, por consequência, fazendo sua empresa crescer mais ainda. Sem nunca esquecer porque estamos ali e como chegamos a esse determinado ponto da nossa pedalada.
Texto publicado originalmente aqui.
Este artigo foi escrito por Gabriela Medeiros e publicado originalmente em Prensa.li.