39% dos ucranianos perderam seus empregos desde o início da guerra
O número alarmante de desempregados na Ucrânia, tem como único motivo as consequências da guerra, desde que começaram os ataques pela Rússia em 24 de fevereiro.
Um estudo feito pelo Grupo Sociológico "Rating" entre 23 à 24 de julho de 2022, apontou que o desemprego aumentou de 35% em junho para 39% em julho, a maioria destes últimos está entre os moradores do leste (região de Donetsk), mulheres, os mais pobres, aqueles que trabalham no setor privado ou têm seu próprio negócio, além de pessoas deslocadas internamente, entre aqueles que perderam seus empregos durante a guerra, apenas um terço está procurando ativamente por uma vaga agora, 23% estão pensando e 41% estão esperando os novos capítulos do conflito para tomar uma decisão.
A pesquisa aponta também que metade dos funcionários teve uma redução salarial de 10% ou mais, em 43%, o salário não mudou, em 9% aumentou, a maioria dos que tiveram queda na renda está aqueles que atualmente trabalham remotamente ou em meio período e empreendedores na outra ponta os servidores públicos, a maioria relativa manteve o salário. E a maioria relativa 57% está disposta a continuar trabalhando mesmo que o salário seja reduzido.
Durante os estudos foram entrevistados mil ucranianos com mais de 18 anos, em todas as regiões, exceto nos territórios temporariamente ocupados da Crimeia e Donbas, bem como nos territórios onde não há conexão móvel no momento da pesquisa, os resultados são ponderados usando dados atuais do Serviço Estatal de Estatística da Ucrânia.
A crescente taxa de desemprego no país reforça a tão temida retração da economia, em pelo menos um terço, estimada pelo banco central da Ucrânia no ano de 2022.
O que fazer para garantir empregos em um pós-guerra?
Ao longo de toda a história, após os conflitos, o que sempre restou foram os rastros de destruição, pobreza e falta de emprego, aumentando sempre ainda mais a desigualdade social. O tratado Internacional dos Direitos Humanos, assinado após as duas grandes guerras mundiais, classifica o trabalho como forma de garantir a sobrevivência digna da pessoa humana.
No entanto em um cenário, como o que a Ucrânia está passando, sem perspectiva de quando o conflito acaba e como ele pode acabar, fica difícil planejar o futuro. O exemplo mais claro de como reverter a crise após a guerra, é o Japão, após a explosão de duas bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki, no ano de 1945, que vitimou centenas de milhares de pessoas. O governo reuniu esforços internacionais que se sensibilizaram com a situação fazendo doações no primeiro momento para reconstruir as duas cidades logo após constatarem que poderiam voltar a morar nela, também houve um grande investimento em novas tecnologias, que possibilitou o Japão se tornar uma das principais potências do mundo.
O cenário na Ucrânia é de total boas perspectiva de darem a ''volta por cima'' após o conflito, levando em consideração o resultado das pesquisas que aponta que os Ucranianos querem voltar a trabalhar e ajudar na reconstrução do país, além do mais a aprovação do governo ainda segue alta.
Segundo estudo realizado também pelo grupo “Rating”, no final de 2021 apenas 5% acreditava que os órgãos do governo central ucraniano davam conta de quase todas as suas responsabilidades, em maio de 2022 o número aumentou para 54% e o grupo dos que acreditam que as autoridades dificilmente cumprem suas responsabilidades diminuiu de 44% para 4%.
Um ótimo fator que contribui para o governo implantar futuras políticas públicas de recuperação social e econômica.
Este artigo foi escrito por Lucas Gomes e publicado originalmente em Prensa.li.