8 piores adaptações de jogos para cinema
Desde os primeiros dias de “Super Mario Bros.” e “Double Dragon” até longas recentes, como o terrível “Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City”, selecionei oito piores filmes com base em suas pontuações do site Metacritic, Rotten Tomatoes e IMDb.
Claro que também inclui o meu gosto pessoal e você pode ou não concordar. Apenas relaxe e veja o lado engraçado dessa lista.
1 — Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City (2021)
A pior adaptação de jogos para o cinema | Créditos: IMDb
Quando terminei de assistir esse filme fiquei com dor-de-cabeça de tanta indignação. Não estou exagerando, pois tive que tomar uma dipirona para ficar bem.
Não tinha muitas expectativas, visto que já sofri bastante com a série de adaptações do Paul W. S. Anderson com sua “Alice”. Contudo, esses longas ainda são divertidos quando você esquece que são baseados na franquia Resident Evil da Capcom.
Bem-Vindo a Raccoon City é uma grande decepção não apenas para quem curte jogos, mas também para quem gosta de filmes de zumbi.
O enredo não atrai, é desconexo e sem graça. Além disso, tem alguns absurdos, como o Leon ser alívio cômico, a Jill ter uma queda pelo Wesker e toda aquela forçada de barra para mostrar a ambientação anos 1990.
2 — Resident Evil (2002-2017)
Alice com seu super-chute de super-heroína | Créditos: IMDb
Ao longo de seus 15 anos de desenvolvimento e seis filmes, a série de filmes Resident Evil tem sido um fiel traidor de seu material original.
Embora tenha um pouco de tempero — para um filme de terror de ação e uma adaptação horrível de filme de jogo de terror — não é nada parecido com o enredo dos jogos.
A protagonista do filme é uma personagem inventada que nunca foi vista nos jogos. Filmes posteriores da série tentam consertar isso seguindo vagamente a história.
Neste ponto, a Alice só é realmente problemática quando sai na mão com o Nemesis no “Resident Evil 2: Apocalipse” ou tem superpoderes em “Resident Evil 3: A Extinção”.
O primeiro filme foi criado com um orçamento de US$ 33 milhões e arrecadou US$ 102,4 milhões nas bilheterias.
Já o último filme de Resident Evil, o “Resident Evil 6: O Capítulo Final” estreou em 2017 e arrecadou um total mundial de US$ 312,2 milhões contra um orçamento de produção modesto de US$ 40 milhões.
E o que isso demonstra? Que são filmes divertidos para o grande público, mesmo que decepcione os fãs dos jogos. Entretanto, estou roubando um pouco aqui e deixando toda a série em segundo lugar na minha lista.
3 — Super Mario Bros. (1993)
Bem de longe e se eu estiver sem meus óculos, acho que poderia achar que são Mario e Luigi | Créditos: IMDb
Apesar das excelentes atuações de Bob Hoskins (Mario) e John Leguizamo (Luigi), os fãs não aguentaram a preponderância do exagero nessa adaptação.
De fato, o filme foi criticado pela crítica e detestado pelos espectadores quando foi lançado em 1993.
Nem mesmo o grande Dennis Hopper como o principal vilão Rei Koopa conseguiu salvar o filme da ira pública. A maior reclamação é que o filme em nada se assemelha ao quadro do jogo.
Se eu não tivesse apego afetivo com Resident Evil, esse seria o primeiro título da lista. Eu ainda tenho uma sensação estranha com esse live-action de “Super Mario Bros.” por me sentir ao mesmo tempo frustrada enquanto me divirto.
É um festival de vergonha alheia e isso chega a ser engraçado. Com certeza, é uma prova de adaptação feita sem cuidado e sem nenhuma pesquisa.
4 — Street Fighter - A Batalha Final (1994)
Muita tristeza no olhar do elenco | Crédito: IMDb
O maior problema com "Street Fighter", baseado na popular série de jogos de luta da Capcom, é que foi menos uma adaptação fiel e mais uma comédia de erros de Jean-Claude Van Damme. Ah, vale mencionar que a cantora Kylie Minogue também participou interpretando a Cammy. E foi só isso mesmo.
Ao invés de se concentrar nos amigos e rivais Ken e Ryu, apresentava um grupo de personagens lamentavelmente mal interpretados. Entretanto, marcou a despedida de Raul Julia, em seu papel cinematográfico final, como o vilão M. Bison.
O pior é que eu ainda me divirto muito assistindo esse filme e considero um “confort movie” e digno ser acompanhado por pipoca e guaraná numa tarde chuvosa.
Sobre o jogo, eu realmente tenho um apego afetivo, pois lembro de acompanhar meu irmão mais velho nos fliperamas. Um pouco mais velha, comecei a gastar algumas fichas jogando e perdendo bastante para os desafiantes. Bons tempos!
E já ia me esquecendo: esse filme ainda gerou o horrível jogo “Street Fighter: The Movie”, lançado em 1995 para arcade. Vergonha em níveis altíssimos!
5 — Double Dragon (1994)
Talvez eles tenham se divertindo nas filmagens | Crédito: IMBD
Quem não adorava jogar “Double Dragon” quando criança? Jogava com meu irmão, sempre no segundo controle e a gente se divertia muito.
Você pode imaginar a decepção quando a versão do filme saiu. Com a tolice tocada até o enésimo grau, o filme segue dois irmãos na posse de metade de um antigo talismã.
Quando o chefão Koga Shuko surge atrás do artefato, eles devem lutar contra uma série de bandidos para sobreviver. No final, o filme é muito leve e alegre para causar impacto.
Fora o objetivo de libertar uma donzela em perigo com precisão de karatê, não havia muito enredo para o clássico de arcade "Double Dragon", deixando a tela bastante aberta para a adaptação do início dos anos 1990.
O que restou foi uma mistura ruim de ideias estranhas, como a versão cômica do sub-chefe do jogo “Abobo”. Se há um ponto positivo, seria a personagem de Alyssa Milano, Marian, que possivelmente tem um impacto maior do que os próprios irmãos.
Até curto o visual, o conceito de gangues e a presença do ator e artista marcial Mark Dacascos no longa. Contudo, se você assistir esquecendo que se baseia no Double Dragon e curtir a trilha sonora quando ele acaba pode se entreter.
“All together now”, do The Farm, que toca nos créditos finais, ainda é umas minhas músicas preferidas dos anos 1990.
Quer uma dica para se sentir melhor e ver algo parecido com a história do jogo? Assista o filme “Duplo Impacto” (1991), com o Jean Claude Van Damme, e você se sentirá melhor.
6 — House of the Dead (2003)
Não se engane! O filme é péssimo | Crédito: IMDb
Ao longo do início dos anos 2000, o cineasta alemão Uwe Boll estava concorrendo ao cargo de diretor mais inepto de Hollywood.
A principal razão é a adaptação cinematográfica de 2003 de “House of the Dead”, facilmente o filme de videogame com a classificação mais baixa até hoje.
Este jogo de tiro em primeira pessoa da SEGA é lembrado com carinho por alguns frequentadores de fliperama. Sua adaptação cinematográfica, no entanto, é completamente o oposto.
O enredo é bem simples: jovens são convocados a uma ilha para se divertir e delirar a noite toda apenas para serem surpreendidos por uma casa cheia de zumbis.
Poderia ser pior, mas o que é realmente ruim é o filme ter ganhado uma sequência. Talvez o público tenha rido demais ou tenha gostado da trilha sonora cheia de música techno.
Surpreendentemente, “House of the Dead” arrecadou US$ 13,8 milhões nas bilheterias, um pouco mais do que seu orçamento de US$ 12 milhões.
7 — Alone in the Dark - O despertar do mal (2005)
Pule o filme todo para ouvir “Wish I Had An Angel”, do Nightwish | Crédito: IMDb
Um fracasso sensacional que mostra o quão importante são os papéis do produtor e do diretor. Uwe Boll é conhecido pela baixa qualidade de seus filmes e esta é uma de suas tentativas de adaptar um videogame em um filme.
Na verdade, a história, o diálogo e os efeitos especiais, assim como a atuação de Tara Reid, foram tão ruins que fizeram o filme entrar em praticamente todas as listas dos piores filmes já feitos.
Embora esse terror de ação devesse ser uma oportunidade para colocar o público no lugar de investigadores paranormais lutando contra uma ameaça sobrenatural, acabou como uma decepção.
Definitivamente, não é uma surpresa que “Alone in the Dark” tenha arrecadado apenas US $ 12,7 milhões nas bilheterias, embora tenha custado US $ 20 milhões.
Se algo pode ser aproveitado desse filme foi prever o caminho que Tara Reid estava destinada a seguir para acabar na franquia "Sharknado", onde tudo deveria é absurdo de propósito.
8 — Doom: A porta do inferno (2005)
#saudadesmarine | Crédito: IMDb
Doom é um exemplo sobre o que não fazer em uma adaptação de jogo de videogame. Vagamente baseado no jogo e provavelmente adaptado de Doom 3, o filme seguiu um grupo de fuzileiros navais em uma missão a Marte, enfrentando criaturas demoníacas.
Há algum encanto por trás do elenco do filme, embora a maioria de seus pesos pesados ainda não estivesse no seu auge na época.
O herói do filme, o fabulosamente ousado John "Reaper" Grimm, foi interpretado pela estrela de “The Boys”, Karl Urban.
Ao lado dele estão Rosamund Pike de “Gone Girl” e Dwayne Johnson, simplesmente creditado como The Rock na época. É tão divertido quando filmes ruins são realizados om bons atores.
Após o lançamento inicial, o filme foi um desastre de bilheteria, mas alguns creditaram como o melhor filme de videogame da época, apesar de suas falhas.
Sei que não é tão bom, mas eu me divirto muito, principalmente nas cenas em “primeira pessoa” que duram poucos minutos e remetem um pouco ao jogo.
Essa listinha reflete gostos pessoais e você pode discordar ou concordar. O fato é que a melhor experiência tem sido jogar, mas algumas coisas às vezes são tão ruins que dão a volta e podem ser divertidas!
Este artigo foi escrito por Thais de Paula e publicado originalmente em Prensa.li.