A Bienal mais digital de todos os tempos
Esta foi sem dúvidas, a maior e mais tecnológica feira de livros de todos os tempos! A 26ª Bienal Internacional do livro de São Paulo, destruiu todos os recordes e pulverizou todos os números.
A morte do livro físico
Apesar da crescente introdução de tecnologias no meio literário, e do tal "funeral do livro físico", os números dessa Bienal são assombrosos e lança por terra de uma vez por todas, essa narrativa de que o livro físico vai morrer, e de que o e-book veio assumir o seu lugar.
Há mercado para ambos e para o audiobook, que se fez presente nessa feira e vem crescendo no meio literário. E que também não veio para "desbancar" o livro físico, ou disputar espaço com o e-book, é um mercado novo, talvez no futuro dispute com podcasts, mas há espaço para todos.
A vez da tecnologia
A tecnologia não pede licença, chegou e deste ponto de partida ela evolui. E um bom retrato disso, são os estandes das empresas digitais, como a já tradicional Amazon, que trouxe toda a sua linha de E-readers, inclusive o grande lançamento do ano, o novo Kindle Paperwhite.
Imagem: Bienal do Livro SP - Estande da Amazon
Outra gigante da tecnologia que chamou a atenção foi a Submarino, que montou um dos estandes mais visitados da Bienal, com uma estrutura de altíssimo padrão.
O Itaú, através do Itaú Cultural, montou uma experiência tecnológica para esta Bienal. Trata-se de um programa que une uma exposição física a uma imersão on-line, com vídeos, fotos, artigos e muita informação sobre diferentes artistas.
Imagem: Bienal do Livro SP - Estande da Skeelo
A tecnologia que mais tem ganhado espaço na literatura é a do audiobook, que foi muito bem representado na Bienal pelo estande da Skeelo, onde instalou uma cabine oferecendo ao visitante uma experiência única. A Skeelo também distribui os melhores títulos em e-books por meio de parcerias com grandes empresas.
A BibliON é a biblioteca digital gratuita de São Paulo, que marcou presença com seu estande futurístico. São mais de 15 mil livros digitais e audiolivros gratuitos para ler onde e como quiser. A plataforma também conta com atividades culturais, e de formação.
Imagem: Bienal do Livro SP - Estande da BibliON
Entre bugs e acertos
Toda tecnologia está sujeita a bugs, e não foi diferente com a Bienal. O site da feira caiu com os 10 mil acessos simultâneos que recebeu, o que esgotou as senhas para autógrafos em menos de 1 minuto!
A feira também colocou nessa edição, ingressos à venda online com uma novidade: cashback válidos em estandes parceiros, o que movimentou mais de R$7 milhões, segundo a RX, organizadora do evento.
Dado os números monstruosos dessa Bienal, ficou claro que a organização não contava com tamanho sucesso, e houve muitas reclamações quanto à obtenção de informações via meios digitais, entretanto havia muitos postos de informações físicos na feira.
A organização
Segundo os organizadores, a 26ª Bienal do livro de São Paulo recebeu 660 mil visitantes nos 9 dias de evento, porém vendeu mais de 1 milhão de ingressos, que se esgotaram já na sexta-feira, 7º dia de evento. A feira esteve literalmente LOTADA em todos os dias, com filas enormes nos estandes mais atraentes, o que comprova tamanho sucesso.
País Convidado Portugal
Outra atração que trouxe muita tecnologia para a Bienal foi o estande do país convidado Portugal. Um Bonde simulava um passeio pelas ruas de Portugal, e "malas abertas" pelo estande, ofereciam uma experiência de áudio e vídeo da fauna lusitana, mas o que mais chamou a atenção foi a experiência 3D com óculos de realidade virtual na seção "Fundo do Mar".
Redes Sociais
A @bienaldolivrosp ganhou mais de 100 mil seguidores no seu perfil do Instagram durante os dias do evento. A cobertura do evento foi muito bem-feita, e para você que não pode comparecer ao evento, pode ver de perto muito do que aconteceu na feira através das postagens, principalmente dos destaques no perfil, que não foi verificado ainda, mas é sim o perfil oficial da Bienal.
Enfim...
Os meios digitais de publicação e leitura chegaram de vez no mundo literário, mas não representam o fim do livro físico. Ambos vão conviver por muito tempo ainda. Os números dessa Bienal sacramentam essa verdade.
Dados do setor gráfico mostram que o leitor ao adquirir um e-book ou audiolivro, se o mesmo gostar da leitura, acaba por comprar do livro físico em mais de 30% dos casos. Já o mesmo não acontece quando o leitor compra primeiro o livro físico.
E enfim o mito de que o brasileiro não lê, foi de fato desmistificado após o estrondoso sucesso da 26ª Bienal Internacional do livro de São Paulo, a maior feira literária do país, que a própria organização chamou de a Bienal das Bienais!
A Bienal de São Paulo como o nome diz, acontece a cada 2 anos, portanto o próximo encontro é esperado para 2024, porém ano que vem, teremos a Bienal do Rio, e com o sucesso dessa Bienal, as expectativas para 2023 são as melhores! Veremos o que nos aguarda!
Este artigo foi escrito por Reinaldo Coelho e publicado originalmente em Prensa.li.