A cultura digital e seu impacto nos negócios
"A cultura come estratégia no café da manhã." Peter Drucker
Você não precisa saber a definição exata da palavra cultura para, intuitivamente, relacioná-la a alguma manifestação expressa seres humanos, como uma comida típica de uma determinada região do seu país, uma dança, uma música, uma pintura, entre tantas outras expressões. Se cultura é feita por pessoas e com pessoas, a cultura digital – que tanto falamos e ouvimos falar hoje em dia – não foge à essa regra.
As empresas que melhor entenderam essa correlação estão se dando muito bem em seus processos de transformação de negócios.
Normalmente, associamos essas transformações ao uso intensivo de tecnologias digitais com o objetivo de aumentar o desempenho do negócio, alcançar mais clientes e ter melhores resultados no curto e longo prazo. Não está errado pensar assim, mas também não está completamente certo. A tecnologia em si é um produto criado de forma coletiva e incremental pela mente humana e essa vem sofrendo mudanças de comportamentos causadas pela popularização dessa mesma tecnologia e assim por diante.
Quando uma empresa inicia um processo de transformação de negócios, ela precisa criar e disseminar uma mentalidade entre seus colaboradores para incutir a lógica cultural do mundo digital, de mudanças rápidas, flexibilidade, respostas instantâneas e agilidade.. O sucesso de uma cultura digital está relacionado à internalização e naturalização desses novos fundamentos, tais como mundo em rede, uso de algoritmos que aprendem e facilitam tarefas, novos artefatos culturais e por aí vai.
Entre os investimentos necessários, estão treinamentos e capacitação de cima para baixo. Os líderes das organizações são capazes de impactar um grande número de pessoas, mas eles também precisam fazer o shift, ou melhor apertar o F5. Mas apenas isso não basta.
Agir com transparência, humildade e integridade é muito importante. Uma dica é adotar um programa de gestão da mudança que compreenda estas diferenças culturais e ajude na criação de novos artefatos digitais e novos hábitos. Outra é o investimento em horários de trabalho e dress code flexíveis, comunicação horizontalizada e mais frequente. Adotar métodos ágeis também.
Aceitar que a diversidade é um dos principais pilares das organizações nesta nova cultura é fundamental para chegar lá. Um ambiente que favorece a experimentação estimula a criatividade na busca de resoluções de problemas.
É preciso entender que a cultura da era digital também pode ser chamada de cultura da era da personalização e que a evolução das tecnologias traz muitos problemas novos que pedem soluções diferentes e inovadoras. Portanto, não é exagero afirmar que no mundo fluído que vivemos hoje as pessoas são uma das réguas que medem o impacto da cultura digital nos negócios.
Publicado originalmente aqui.
Este artigo foi escrito por Robson Del Fiol e publicado originalmente em Prensa.li.