A dama a balançar águas cristalinas
Tive um sonho um dia desses
Com uma bela imagem
De alegria transfigurada no rosto de
Uma Dama, seu rosto já bem conhecido.
Uma amiga muito querida.
Na dança que ela fazia em águas cristalinas a movimentar,
Havia uma certa felicidade
Que qual tamanho daquelas águas se fazia a contar.
Cheguei no sonho com suave saudação.
Feito poesia nos meus ouvidos,
Convidou-me também para sua dança.
Que alegria!
Que encanto!
Sentei diante de uma mesa a falar com ela e seu semblante a transfigurar algum doce brilho como Moisés depois de falar com Deus.
E era lindo, era como num filme, muito mais que filme!
Foi uma visão celeste!
Depois de acordar, continuei a me amar.
A amar aquela visão, aquela sensação que tive o prazer de enxergar.
Foi um presente dado pelos céus, uma revelação antes da emoção.
Passou alguns dias e ainda estou a amar.
Ouço o som das águas em movimentos para lá e para cá.
Melhor música que já ouvi!
E era ela a fazer o movimento em dança alegre.
Hoje, a cada dia que preciso me acalmar nos anseios da vida a clamar
Fecho os meus olhos e ponho a me lembrar e sonhar novamente daquele sonho que tive
Com essa dama a movimentar águas cristalinas.
Conte Ó canto, o conto dessa dama que, mesmo entre os opacos caminhos a caminhar, ousou confiar e acreditar no teu Senhor. E mesmo entre os choros a qual só ele escutou soube que do pranto chegaria a ti o gozo da alegria a sonhar no teu coração.
Conte Ó poeta, a história dessa dama que fez de teu coração o altar de tua adoração.
Que não disse palavras vãs em tempos intempestivos.
Que entendeu que toda a sabedoria habita no calar e no falar só quando for necessário.
Conte Ó canto, a dança que ela fez para o seu senhor, o qual a estimou com tanto agrado a dar-lhe o florescer que só à terra conhece. Que a fez usar a roupa dos lírios do campo.
Cante e conte, Ó versos do encanto que ela provou, da alegria que dela jorrou.
São flores do teu ser que desabrochou.
Pois de tanto louvor, se fez primavera para o seu senhor.
Cante ó conto, a quem vós escutais sobre a dama que balançou às águas cristalinas do reino do seu Senhor na casa da Chéssed, e recebeu o que dela mais desejava.
Cante ó cantor, o poema da Dama a balançar águas cristalinas.
Ode à adoração florida por você senhor.
Cantai boca minha em plenos pulmões ao Deus do meu milagre.
Cantai alma minha em poderoso louvor pelo amor que em mim se gerou.
Cantai meu corpo numa dança na presença do meu senhor. Pois minha alma exulta-se no seu doce olhar a mim.
Sou tua menina, sou tua criança, sou filha tua, sou tua!
Cantai e cantai, em versos de verões, em prosa de outono, em poesia de primavera.
Deixei o inverno para trás enquanto caminhava aos braços seus.
Ah, flores, agora eu entendo vossa beleza. E tomo a forma de ser vocês.
Ah, vento, ah, sol, ah, chuva.
Tudo exalta, tudo glorifica, tudo adora ao meu criador.
Cantai vossas criaturas, cantai vosso amor, que dele amou e emanou a nós.
Meu ode à adoração pelas flores em mim nascidas, pelo desabrochar do encanto, do meu canto, que canto a ti meu amado.
Cantai, a alegria da minha face. Cantai, ao bater do meu coração. Cantai!
Cante minha boca com seus pulmões ao Deus do meu milagre.
Canta, ó minha alma, em grande louvor, pelo meu amor que está em mim.
Vou cantar meu corpo na dança diante de meu senhor. Minha alma se alegra com sua doçura.
Eu sou sua garota, eu sou seu, garota, eu sou sua.
Cantar e cantar
Nos verões, em prosa, em poesia.
Ah, flores, agora eu tomo sua forma.
Ah, o vento, o sol, a chuva.
Ele exalta todas as coisas, glorifica todas as coisas, ele adora o Criador de todas as coisas.
Cante para suas criaturas, cante para seu amor que nos amou.
Minha ode às adoráveis flores nascidas em mim, ao encantamento florido, minha canção, que canto para você, minha amada.
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Escutai!
A lenda conta que há um rio que corre numa região próxima às árvores altas que sussurram palavras que ninguém entende.
Mas dizem que quem as entende,
Essas palavras as levam ao caminho
Da casa de Chéssed e dão a quem chega lá
O desejo mais íntimo de vosso coração.
Lá, dizem que há alguém, entre os sons das águas onde o vento passa suave em musicar o nosso ser. Dizem que é um ser que gosta de música, que agita as águas, como harpa a tocar. E é dele que a vida acontece em sinfonias a criar.
Lá, onde os poucos que foram voltaram em silêncio, mudos diante do tamanho esplendor a conhecer.
Outros, a balbuciar palavras de um idioma que ninguém em terra vista soube dizer qual era.
Ninguém entende , mas há uma certa magia nelas que faz o povo ansiar.
Poucos tem coragem suficiente para enfrentar densa floresta adentro
Onde seres habitam muito tempo antes do homem aqui pisar.
Corajosos e valentes, alguns tentaram e se perderam e nunca mais voltaram ou como loucos vieram a vagar.
Dizem lendas antigas, passadas de pais pra filhos, de eras bem antigas, que não são todos que recebem o que buscam pois buscam errado. Não sabem pedir , não entendem nem as palavras que o vento lá sussurra.
E, mais que tudo isso, a chave está em seus corações, e nem todas essas chaves abrem o caminho pra casa de Chéssed.
Muitas enferrujadas há
Muitas de outras portas há
Poucas e bem poucas a abrir a porta onde o canto repousa, ansioso por aquele que consegue ouvir a música que agita as águas dos mundos.
Nem todos acreditam
Muitos fingem não acreditar
Outros inventam mais histórias
Querendo apagar a lenda verdadeira.
Na floresta densa de verba Dei tu aceitas embarcar?
Se há em ti um desejo, um sonho a se realizar, venhas tu acreditar.
Kaique Britto
Este artigo foi escrito por Kaique Britto e publicado originalmente em Prensa.li.