A deficiência de profissionais da área de tecnologia no Brasil
O avanço da tecnologia e a sua relação com emprego e trabalho
O crescimento ininterrupto de vagas de trabalho e emprego relacionadas à tecnologia é algo notório no Brasil nos tempos de hoje, período de desenvolvimento acelerado da indústria das TIC’s (Tecnologia da Informação e de Comunicação). Isso pode ser confirmado por pesquisa realizada pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), vide gráfico abaixo:
Gráfico 1 – Demanda de profissionais da tecnologia em um espaço de 5 anos.
O dados apresentados acima demostram que há uma portentosa procura por talentos para atuarem no mercado tecnológico, e a contratação, a bem dizer, pode ser realizada sob os regimes contratual, CLT ou até freelancer, contribuindo, sobremaneira, para o aquecimento da economia do país, que vem sofrendo com as elevadas taxas de desemprego, confirmadas pelo IBGE, revelando cerca de 10,1 milhões de brasileiros desempregados até o segundo trimestre de 2022. Este quadro corresponde a um valor taxativo de 9,3% da população do Brasil.
Na contramão do desemprego, as chances de trabalho na informatização são bastante generosas, como revelou a pesquisa da BRASSCOM (Gráfico 1).
Para reforçar a demanda da informática no universo laboral, a pandemia, ocasionada pela disseminação global do coronavírus, impulsionou ainda mais o avanço da tecnologia nos diversos setores da sociedade mundial.
A estas proposições, atribui-se as considerações de Luciane Orlando, consultora executiva de carreira, em entrevista ao Portal CBN Campinas, em que ela afirma que a tecnologia, por conta da pandemia, é o setor que foi mais explorado:
“A gente assistia algum desenho animado, alguém falando pelo celular com a câmera, isso parecia ser algo tão distante mas, com a pandemia, isso veio se concretizar, se legitimar e não sai mais. Então, as áreas envolvidas com tecnologia e e-commerce estão em alta.”
A essas declarações da consultora, cabe ressaltar que as tendências são muitas, e, para isso acontecer, faz-se mister a contratação de indivíduos habilidosos em tecnologia, como Desenvolvedores de software, Desenvolvedores Web, Engenheiros de sistemas, Engenheiros de rede, Cientistas de dados, Ciberseguranças, etc.
Entretanto, mesmo havendo positividade no que tange às oportunidades de trabalho e emprego no setor tecnológico, o que é realmente preocupante, tanto para as mais diversas empresas e Startups, como para outras instituições de pesquisa, como pode ser citado, é a falta de profissionais qualificados para exercerem os diferentes cargos que lhes são disponibilizados.
Os motivos
Um dado a ser evidenciado é a justificativa de que, com a profusa demanda mercadológica, acompanhar o expressivo ritmo do setor da Informação (TI) é um caso meramente desafiador para as companhias e para os profissionais, o que faz os empresários e os executivos coçarem a cabeça, já que existe o considerável déficit de indivíduos habilitados a exercerem funções que estão em copiosa ascensão.
Por conta disso, diante da atual globalização, e, por consequência, da aceleração digital que o mundo testemunha, reforça-se que há a necessidade ímpar de contratação de pessoas especializadas em tecnologia.
O que se insere aqui, portanto, não é a defasagem do emprego e, muito menos, a do trabalho, mas sim a de mão de obra que esteja à altura daquilo que é ofertado pelos empregadores e pelos contratantes.
A estas implicações, nota-se que sobram vagas, e, a partir disso, surge a seguinte pergunta: como solucionar esse descompasso no setor tecnológico, isto é, o que fazer diante dessa lacuna de colaboradores especializados?
Treinamento e formação
Um dos fatores que problematiza a questão de não haver colaboradores suficientemente qualificados em tecnologia é a ausência de base por parte desses tipos de profissionais.
Segundo o diretor de operações da Rocketseat, Rodrigo Terron, em entrevista ao Correio Braziliense, o que falta nesse nicho, que vem ascendendo a cada dia, é nada mais que o embasamento para os profissionais, algo que deveria vir, em especial, da graduação:
“A gente tem muita dificuldade não porque não existe graduação técnica, mas porque hoje o processo de atualização de uma grade de ensino numa universidade leva aproximadamente dois anos […] A tecnologia que é utilizada hoje pode, daqui a dois anos, ser obsoleta”, alerta o diretor, apontando, desta maneira, que os formandos da área tecnológica, assim que botam a mão no diploma, estão com os conhecimentos desatualizados.
A par desta situação, diversas empresas – até mesmo as que não são da área tecnológica – estão dando especial atenção a este setor, oferecendo cursos gratuitos, treinamento, atualização ou qualificação aos seus colaboradores e ao público em geral, especialmente aos jovens.
Um ótimo exemplo disso são os chamados bootcamps, uma nova modalidade de ensino, cuja metodologia se baseia em capacitar os estudantes por meio de treinamentos imersivos, com a finalidade de desenvolver as habilidades aprendidas na teoria.
Buscando soluções para tal caso, é fundamental que o indivíduo interessado em crescer nesse ambiente de virtualização/digitalização busque por programas ou cursos voltados para a especialização de cada ramo da tecnologia, procurando atualizar-se sempre que surgir algo novo.
Nesta mesma esteira, para Luciane Orlando,
“A tecnologia é uma coisa progressiva, nós não temos como parar. Então, sim, é interessante as pessoas investirem em estudos que possam desenvolver conhecimentos no uso da tecnologia e muito mais. Essa transformação tecnológica, fazer com que tenhamos mais equipamentos interessantes para o uso dentro do Brasil”, afirma a consultora.
Referências:
https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php
https://blog.cedrotech.com/como-sera-a-carreira-de-ti-nos-proximos-5-anos-e-em-que-apostar
https://www.lewagon.com/pt-BR/blog/o-que-e-bootcamp
Marco Cardoso
Redator web, escritor e revisor de texto
Autor da obra ficcional A Penumbra das Trevas
Para mais informações, visite o link abaixo:
https://bio.uiclap.com/marco_cardoso_prof_escritor
Este artigo foi escrito por Marco Cardoso e publicado originalmente em Prensa.li.