(Imagem: Envato)
Desde a crise de 2008, os reguladores vêm percebendo uma necessidade de mudança em sua forma de atuação. Aos poucos, eles foram deixando de lado o medo e a ansiedade gerados pela crise e, gradualmente, adotaram uma postura mais aberta com a comunidade.
Assim, o Banco Central do Brasil tem promovido, desde 2018, o Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT), com o objetivo de tornar nosso sistema financeiro mais democrático, produtivo e inclusivo, com iniciativas que possibilitem transformações efetivas.
Esse projeto, estabelecido com base no que o Banco Central Inglês já faz há algum tempo, serve para empresas ou pessoas físicas com ideias consistentes e inovadoras apresentarem seus planos para aprimoração do sistema financeiro vigente.
Conheça o LIFT
O LIFT é um espaço seguro e consistente onde se estabelecem conexões promissoras entre o Banco Central, que busca por proponentes que, baseados em suas próprias experiências como participantes desse sistema financeiro, enxergam novas maneiras de se relacionar com o dinheiro, crédito e outros serviços bancários.
Nesse ecossistema, todos os envolvidos são beneficiados: o Banco Central que, ao incorporar novas tecnologias, pode oferecer um ambiente mais democrático e eficiente para os seus usuários; os desenvolvedores, que têm apoio de diversas empresas de tecnologia e conseguem ter um olhar mais preciso sobre as necessidades dos reguladores; e o setor privado, que incorpora novas tecnologias, aprimora o atendimento e se aproxima cada vez mais dos seus clientes.
A Finansystech, empresa especialista em Open Finance, é uma das parceiras que, junto ao Banco Central, fazem parte dessa aceleração e otimização do sistema financeiro. A parceria facilita esse processo de democratização que se mostra tão necessário nos atuais serviços bancários.
“A Finansystech tem esse objetivo de criar a colaboração entre as entidades”, disse Danillo Branco, CEO da Finansystech, durante a live “Lift Lab: 5 anos de inovação”.
O processo de inovação
Quando um proponente se inscreve no LIFT, sua ideia não precisa estar em níveis avançados de desenvolvimento. Ela só precisa ser consistente e interessante para o Banco Central, que buscará aplicá-la para levar inovação ao sistema financeiro.
Isso dá protagonismo a pessoas que antes não tinham a oportunidade de interferir em um sistema que também as contempla, e gera uma cultura de inovação que pode ser aplicada em todas as questões do país, como saúde e educação, por exemplo.
A partir da seleção de uma ideia, é feita uma mediação para que as empresas ou pessoas participantes tenham acesso ao conhecimento e suporte oferecidos diretamente por grandes instituições de tecnologia. Nessa etapa, também há mais autonomia para quem quer desenvolver sua criação.
O proponente escolhe com quem quer colaborar, e as possibilidades são variadas porque os parceiros são muito diversos. A partir dessa escolha, começa o desenvolvimento dos projetos para que, dentro de três meses, eles se tornem protótipos que serão testados pela população.
O LIFT e o Pix
Uma das ideias que foi desenvolvida no LIFT é o Pix.
Desde a primeira edição do laboratório já se falava em um sistema de pagamentos instantâneos, ao mesmo tempo em que se desenvolviam ideias sobre o uso de APIs. Com o compartilhamento de dados dos usuários foi possível redesenhar modelos de crédito e pagamento.
E se hoje o pix é essencial para todos os brasileiros que realizam operações bancárias, os próximos passos dessa tecnologia vão converter ainda mais pessoas.
Isso porque os protocolos usados no pix já seguem padrões internacionais utilizados pelas bolsas de valores ao redor do mundo, e em breve essa função estará disponível para transferências de valores entre bancos de países diferentes.
Com esse exemplo, conseguimos ter uma noção sobre a importância desse laboratório, que há 5 anos promove muita inovação em projetos dinâmicos que revolucionam a experiência de quem participa do sistema financeiro brasileiro.
É importante lembrar que, entre a apresentação de uma proposta e sua implementação, pode levar algum tempo. Pode ser que uma ideia apresentada em 2022, só se concretize daqui a dois ou três anos, porém, o LIFT é aquele grande empurrão inicial para que se desenvolva um protótipo.
Depois disso, o setor privado auxilia nas próximas etapas e trabalha em parceria com os proponentes para que suas ideias sigam rendendo frutos lá na frente.
Se você identificou alguma melhoria que pode ser feita no sistema financeiro ou se tem uma ideia que considera inovadora, inscreva-se para o LIFT em até 8 de junho.
Este artigo foi escrito por Maria Rinaldi e publicado originalmente em Prensa.li.