A Pátria das Vacinas
Com a desculpa de um ataque hacker já completando quase um mês, o apagão de dados de COVID-19, por parte do Ministério da Saúde, e a economia com testes na rede pública perde uma boa oportunidade de constatar o que, sem dados para comprovar, apenas parece visível à simples observadores: as vacinas venceram a pandemia.
Não que o vírus tenha acabado, nada disso, aliás, não só o Coronavirus, agora, mas o vírus da gripe também, até mesmo em conjunto, ao contrário, estão perceptíveis para todo o lado.
Quem sai na rua, numa grande capital, e embarca num ônibus ou vai a um mercado, percebe uma quantidade enorme de pessoas "resfriadas".
Porque o brasileiro é assim, se falaram que a variante omicron é mais leve e quase não causa internações em vacinados, as festas de fim de ano foram com abraço e beijo sem máscara para todos.
Tudo bem que deve-se tirar um pouco a culpa apenas do comportamento do brasileiro (a não ser que seja a culpa do voto, essa não dá pra tirar), afinal melhoramos muito com as novas legislações trabalhistas, não é? Muito mais emprego de qualidade, onde se tem o direito de ficar doente em casa...
Qual é a nossa sorte?
Realmente a gripe e a omicron são mais leves, no geral, principalmente em quem está com as vacinas em dia.
O governo perde uma linda oportunidade de provar cientificamente, claro que por incompetência, que encontraram a tal da gripezinha dita lá no início por seu comandante maior, que no momento está mais preocupado em jogar na mão de um terceiro (seu médico) a responsabilidade de resolver um problema que ele poderia ter evitado, se seguisse suas recomendações, ou acreditasse nelas.
Bolsonaro é a satirização extrema personificada do brasileiro, daquele que se acha incrível, que se prende no passado e prefere viver perigosamente do que se preocupar com riscos. Não por escolha de vida, mas por acreditar que deve à sociedade o papel de machão, não pode passar a impressão do que ele considera um "maricas". E quando o calo aperta, tenta comover seus seguidores, pedindo que orem a Deus por sua salvação. "Veja, ele é religioso!" Enquanto o médico que o atende precisa voltar de viagem às pressas, sem cobrar, apenas pelo compromisso que teve com seu juramento de profissão, pela irresponsabilidade de seu comportamento infantil de grande homem.
E o brasileiro, na onda, brincando de se infectar e continuar como era feito antes da pandemia, indo trabalhar gripado ou "covidado" a essa altura, sem dados, sem testes, tanto faz o que é, ninguém mais sabe ou quer saber. Muito provavelmente, devemos estar na mesma onda americana de contágios e só não estamos pior que o ano passado por uma única razão que esses negacionistas continuam criminosamente falando mal:
Somos a pátria das VACINAS!
Por que se tem uma coisa que um dia fizemos certo foi conseguir convencer a sociedade no passado, principalmente as mães, que vacinas salvam vidas e que tem que tomar e pronto.
Mas o governo continua aí, atrasando a vacinação infantil, colocando em jogo vidas de crianças, num grande auge de contaminados, que sequer permitem no momento que seja medido.
Que o vírus busque sua evolução infecciosa diminuindo sua letalidade e não aumentando, nas suas mutações, pois a chance dele evoluir, estamos dando aos montes. Uma pena que nós mesmos, enquanto sociedade, não buscamos a nossa evolução.
Este artigo foi escrito por Eder B. Jr. e publicado originalmente em Prensa.li.