A quem interessa que não queiramos saber de política?
É o que faz o centrão e a direita - apregoa o ódio à politica, substitui as pautas sociais pela de costumes, reforça o moralismo, assim, convence muitas pessoas a ter aversão à política.
Quem tem ódio da política é governado por quem não tem. E tudo que os maus políticos querem é que tenhamos bastante nojo da política para, então, dar a eles carta branca para fazerem o que bem entenderem. O que mais temem é que participemos da política para impedir que seja manipulada por eles.
Não existe neutralidade política. Existe a doce ilusão de que podemos ignorar a política, abdicar do voto e ficar recolhido ao nosso comodismo.
Ninguém escapa dos dois únicos modos de fazer política: por omissão ou participação. Ao ficar alheio à conjuntura política, ignorar o noticiário, evitar conversas sobre o tema e nos abster nas eleições, assinamos um cheque em branco à política vigente.
A política não é tudo, mas em tudo há política. Tudo na vida de cada um de nós depende da política vigente no país: a qualidade de nossa educação escolar, o atendimento à saúde, a possibilidade de emprego, as condições de saneamento, transporte, segurança, cultura e lazer. Não há nenhuma esfera humana alheia à política.
Portanto, não há como alguém escapar da política. Estamos todos imersos nela. Se a política que predomina hoje em nosso país e no mundo não nos agrada, busquemos meios para alterá-la. A realidade atual de nosso país e do mundo resulta da política adotada nas décadas precedentes.
Porque o ser humano não inventou, até então, outra maneira de organizar a sua convivência social a não ser através da política.
Artigo originalmente publicado aqui.
Este artigo foi escrito por Ari Gomez e publicado originalmente em Prensa.li.