A Seleção: uma coroa que trouxe o amor de brinde

“Desde o primeiro momento em que o vi, eu o amei.” - America Singer.

Um conto de fadas sempre possui a mesma estrutura, já percebeu? É fácil encontrar o herói, o vilão, uma ordem que foi bagunçada pelo vilão e que o herói precisa consertar. Em algumas situações, a magia e o encanto estão lá para dar um toque especial à narrativa (contos da Disney, por exemplo). Já em outras, o toque especial é dado pelo amor de um príncipe, da família ou de amigos. 

Eu digo isso pois o livro “A Seleção”, escrito pela talentosa escritora norte-americana, Kiera Cass, traz em suas entrelinhas a essência e o cheiro de um conto de fadas, e ainda de presente, um contexto voltado a nossa realidade e de maneira concreta. 

Para entender o que quero dizer, vamos à narrativa.

Resumo do livro

A Seleção conta a história de America Singer, uma jovem de 17 anos narrada com olhos azuis e cabelos ruivos naturais. Como plano de fundo, o espaço temporal se passa no futuro, onde os Estados Unidos foi conquistado pela China e agora se chama Estado Americano da China, mais pra frente chamado de Illéa. Esse novo país possui um sistema que divide a sociedade em castas, se iniciando na casta 1 (a realeza) até a casta 8 (pessoas à margem da esfera social), e às vezes, é alvo de ataques feitos por grupos rebeldes. 

Pelo fato de sua família ser da casta 5, America trabalha ao lado deles como cantora, violonista e pianista.

Um dia, é comunicado a todos que haverá uma seleção para escolher a futura esposa do príncipe Maxon. Seriam 35 garotas para disputar pelo coração do príncipe e pela coroa. América, no início, relutava para não se candidatar para o concurso e se recusava a ir. Contudo, quando foi sorteada para competir junto com as outras 35 garotas, ela viu nisso uma oportunidade para ajudar financeiramente sua família.

Então ela foi, ela só não esperava que seu coração fosse bater mais forte e fosse refletir sobre todo o seu mundo até o momento.

Como os meus olhos enxergam essa obra?

Particularmente, toda a narrativa é bem desenvolvida, intercalando os pensamentos, sentimentos e questionamentos da America sobre sua família, sobre seu possível amor pelo príncipe Maxon ou pelo seu antigo namorado, Aspen, sobre o quão triste a desigualdade social e problemas sociopolíticos podem afetar boa parte da sociedade, principalmente aqueles que mais necessitam de ajuda.

Em alguns momentos, assim como outros livros de romance e suspense que já li, é possível sentir raiva da protagonista por causa de seus sentimentos aparentemente confusos. Todavia, America é tão humana quanto nós, é isso que faz a personagem de Kiera Cass ser tão marcante: ela luta, cai, levanta de novo e continua a lutar por quem é importante para sua vida.

Indico este livro para todos aqueles que sentem a necessidade de refletir sobre o mundo e aqueles que habitam nele, e também para aqueles que querem sentir o amor em forma de bravura, coragem e afeto (confesso que chorei em algumas partes).

Um pequeno spoiler se você me permitir: Maxon vai te conquistar também.

Obrigada por ler até aqui e te vejo em breve. 

Beijos,

Sarah.

Este artigo foi escrito por Sarah Gomes e publicado originalmente em Prensa.li.