A tecnologia do Predador
Dia desses eu assisti ao novo filme da franquia do Predador – o primeiro que eu lembro era com o Arnold Schwarzenegger – chamado Prey vinculado na plataforma de streamings Star Plus. Eu gosto dessa franquia porque eu fico imaginando bastante coisa e analiso coisas que ninguém analisa – nem mesmo os críticos – talvez, por isso, não analiso o filme num modo técnico. Eu analiso outras coisas e a parte técnica, sempre deixo um artigo linkado em algum lugar.
A questão é simples: já pararam para pensar sobre toda a franquia, juntando com a do Alien? Existem muita coisa de ficção cientifica a ser explorada dentro de uma perspectiva moral, tecnológica e biológica.
Numa parte biológica, não se sabe a origem deles – sua raça alienígena chama yautjas – mas, em um universo expandido (em quadrinhos), podemos ver que eles têm uma hierarquia e vivem nas montanhas da América do Sul escondidos e caçando por esporte.
Talvez, podemos ir longe e colocar o fato deles estarem aqui ter suas origens possíveis: ou eles evoluíram aqui – graças ao seu rosto de aranha, que pode ter evoluído do mesmo tronco evolutivo do aracnídeo – ou vindo de um outro sistema séculos ou milênios atrás.
Indo além disso, uma teoria – mostrada muito no filme Prometheus – que a origem da vida da Terra tem a ver com vida extraterrestre. Claro, a hipótese envolvia moléculas de aminoácidos congeladas dentro de asteroides ou, até mesmo, seres unicelulares congelados nesses mesmos artefatos dos restos do sistema solar ou fora dele (capturados pela gravidade do Sol).
Porém – como toda teoria popular da internet que chamo <<mito cibernético>> - houve um exagero e existem pessoas que acreditam que existem hipóteses de a vida ter começado por extraterrestres. Mesmo assim, existem livros – o do escritor Erich von Däniken é o mais famoso – que colaboram com essa hipótese.
Mas, entramos num paradoxo: toda tecnologia advém do ambiente onde o ser consciente se desenvolve, porque precisa – segundo nosso conceito – de alguma utilidade. Será que já eram predadores e não precisaram ser mais? Será que eles predam por esporte para manter esse hábito instintivo?
A tecnologia usada sempre mostrou que esses seres já tem um instinto predador que vem da espécie. Em Predador vs Alien, podemos ver que ele já conhece o Xenomorfo (o Alien) e, segundo consta em vários sites, os Yautjas têm o sangue verde florescente como um neutralizador de ácido (poderíamos dizer que sua origem tem a ver com atmosferas mais ácidas?),
Lembra do Prometheus? Tem a ver com a figura mitológica grega – pois Prometeu era um Titã – que, segundo o mito, roubou o fogo dos deuses, entregou esse fogo da sabedoria à humanidade e foi castigado. Um pássaro comia seu fígado por toda a eternidade. Era o fogo da sabedoria.
O filme conta um pouco de uma substância que se metamorfa conforme o organismo que tem contato e o ser que toma – um humanoide – e se joga nas águas de um rio. Ora, ali poderia esta o enigma da vida? Talvez. O fato é que, o Xenomorfo veio dessa substância e criou um sistema igual de insetos sociais. Há uma rainha e os outros são operários. Mas, em um dos filmes da franquia, – acontece muito depois dos eventos de Prometheus – o Xenomorfo se funde com um humano por causa da volta da protagonista por clonagem.
Parece que os Xenomorfos têm características iguais aos organismos que eles tomam contato, como um parasita. A forma verminose dele nos mostra isso e a forma como ele nasce, parasitando uma presa. Enquanto os Yautjas têm uma forma definida e, de alguma maneira, inventaram a tecnologia, o Xenomorfo é produto de uma biotecnologia.
Mas tem uma realidade que ninguém pensou – em nenhum filme de ficção cientifica, ao que parece – pois, em outros planetas, se pode ter vírus ou bactérias que poderiam adoecer o organismo alien. E as vacinas? Como os Yautjas viveram aqui por tanto tempo?
Você deve estar dizendo: <<Ah Amauri, isso é ficção cientifica>>, mas, até as ficções cientificas deveriam ir bem além daquilo que vão.
Na verdade, se chegou na parte moral. A meu ver, civilizações animalescas (levadas ao instinto) não têm capacidade de criar tecnologia, pois uma civilização deve ter certas estabilidades sociais. Inventamos a roda porque necessitamos de meios de carregar coisas pesadas sem nos sacrificar. Do mesmo modo, talvez, inventamos o automóvel para o transporte mais seguro e confortável. Por outro lado, inventamos, do mesmo modo, armas para nos defender ou dominar através de guerras outras civilizações.
Parece – pela história dos filmes – que os Yautjas tem consciência, mas não falam, urram. Como uma civilização consciente não se comunica? E tem outras coisas.
Mesmo quando guerreamos por poder – pelo menos os ESTADOS de cada país pensam assim – se sabe que matar é errado e toda civilização humana, menos ou mais, tem empatia, coisa que não podemos ver nos Yautjas. Eles caçam até os mais fracos da sua espécie. Não têm estabilidade social para inventar tecnologia.
Será que existe uma civilização anterior e eles criaram essas criaturas e lhes deram essa tecnologia? Ao que parece – e isso fica evidente nos filmes da saga – não há moral e nem ética (mesmo tendo hierarquia). Então, podemos concluir que não há em nenhum momento, alguma regra em destruir ou não, civilizações. Qual a questão?
A moral (costume) tem que ser analisada pela ética (caráter). A dúvida que fica sempre é: qual a necessidade evolutiva de se caçar por esporte? Um leão caça porque tem que comer e alimentar sua prole (na verdade, a leoa faz isso), mas, um leão não tem consciência, ele faz isso por instinto.
Presumimos – porque não sabemos quase nada do universo – que seres sencientes (que sentem) têm como desenvolver capacidades de empatia, pelo menos, com seus semelhantes. Não é o caso desses seres. Então, presumimos, que eles são amorais.
Este artigo foi escrito por Amauri Nolasco Sanches Junior e publicado originalmente em Prensa.li.