A Vitória de Samotrácia
A Vitória de Samotrácia é uma famosa escultura da antiguidade. Seus pedaços foram encontrados em 1863, nas ruínas do Santuário dos grandes deuses de Samotrácia. Ela representa a deusa da vitória que vem pousar um navio vitorioso. Possuindo 3,28 metros de altura.
Acreditam que fazia parte de uma fonte com a forma de proa de embarcação. Ela ocupa um lugar de destaque, numa escadaria do Museu do Louvre, em Paris.
O que eu mais gosto nessa escultura, é a imponência dela. A audácia, a forma que ela é livre. Como se ela aceitasse a liberdade que lhe cabe.
É como se ela fosse a própria liberdade.
Como se ela estivesse dizendo: vida, aí vou eu de braços abertos.
"Elevo-me ao esplendor do desconhecido, em busca da Glória que me espera."
O melhor de tudo, que eu acho mais incrível, é ela ter perdido a cabeça.
É como se desse lugar para qualquer um ser ela. Qualquer pessoa ser, por um momento, a própria liberdade.
É como se ela fosse todos que ousassem em se libertar, se dar de peito aberto para a vida. Esta é a Vitória de Samotrácia,
Ou, se você preferir, esta é a Vitória da liberdade.
Apesar de se estar incompleta, principalmente sem a cabeça, ela é considerada uma das grandes obras da humanidade. Considerada um dos tesouros do Louvre. Também é um ícone cultural, sendo explorada por outros artistas. Assim como o artista Frances Yves Klein, que a reproduziu utilizando o seu azul, uma cor criada por ele e que caracteriza várias das suas obras.
Essa escultura está posicionada em uma localização privilegiada no Louvre. Além da sua grande dimensão, que gera uma aura esplendorosa, foi destaque no clipe da música THE CARTERS - APESHIT.
Os artistas Beyoncé e Jay-z em uma icônica cena onde logo se vê essa escultura. O que notamos é que o destaque dela acontece também com eles, ali na frente dela no museu do Louvre. É a imponência, a liberdade, o poder que essa escultura transmite. E que passa para os artistas com relação ao espectador.
O próprio nome da Nike foi claramente inspirado no nome da escultura que, em grego, é chamada Níkē tes Samothrakes.
O primeiro contato que qualquer pessoa tem com esta escultura é um grande impacto, não é a toa que ela está numa posição de destaque no museu do Louvre. Aquela escadaria que subimos é como se fosse o nosso encontro com a própria liberdade, é como olhar por um espelho, é ver a força de nossos sonhos e o poder que se tem em sonhar.
É como se estivéssemos casando com ela. E é um belo casamento! Um grande acontecimento com todos aqueles que estão ao seu encontro.
A vitória de Samotrácia, que não tem uma cabeça específica ali por ter sido perdida ao longo dos tempos, nos proporciona colocar naquele vazio a nossa própria cabeça. Vestimos a roupa que ela está usando e aquela sua metade da asa ao colocar a nossa cabeça ali. A força do seu corpo nos dá garra e coragem, navegando na ponta desse navio de nossas vidas.
Kaique Britto
Este artigo foi escrito por Kaique Britto e publicado originalmente em Prensa.li.