Abel Ferreira, o técnico que revolucionou o Palmeiras
Palmeiras conseguiu uma marca histórica, em menos de um ano conquistou duas Libertadores da América.
Isso não seria possível sem o técnico português Abel Ferreira, que desde que chegou ao clube alviverde tem conquistado títulos importantes.
Abel é diferente, não gosta de dar entrevistas, é de poucas palavras e as vezes tem falas fortes em coletivas, tanto em vitórias quanto em derrotas.
Recentemente foi cobrado pela torcida, que estava incomodada com alguns resultados desagradáveis, mas em nenhum momento rebateu de forma agressiva, pelo contrário, baixou a cabeça e trabalhou.
Sim, virei fã do português, sua humildade, seu respeito pelo adversário, sua forma de adaptação no decorrer do jogo, é notável o seu conhecimento em futebol.
Clubes como jogador
Como jogador, Abel jogou em poucos clubes, todos em Portugal, sua terra natal, onde iniciou a carreira em 1997 e a encerrou em 2011.
Foram quatro equipes como atleta profissional, Penafiel, Vitória de Guimarães, Braga e o Sporting, algo raro principalmente quando olhamos para o nosso país, onde normalmente os atletas ficam pouco tempo em seus clubes.
Clubes como técnico
Como comandante, Abel Ferreira já passou por quatro clubes, treinou o time B de Sporting e Braga, o time principal do Braga e foi para a Grécia comandar o PAOK antes de, em 2020, ser contratado pelo Palmeiras.
Sua trajetória no Palmeiras
Chegou em outubro de 2020, e precisou de pouco tempo para levantar o título que o torcedor alviverde há anos almejava, o bicampeonato da Libertadores da América, em cima do Santos (1 a 0 em jogo único, no maracanã).
Foi para o mundial de clubes, mas acabou tendo um aproveitamento ruim e simplesmente perdeu os dois jogos, para o Tigres na semifinal e para o Al-Ahly, na disputa do terceiro lugar, decepcionando o seu torcedor.
Em março, conquistaria mais um título importante, o tetracampeonato da Copa do Brasil, contra o Grêmio, vencendo as duas partidas finais (1 a 0 em Porto Alegre, e 2 a 0 em São Paulo).
Iniciou a temporada 2021 perdendo a Supercopa do Brasil para o Flamengo, empatando no tempo normal (jogo único) por 2 a 2 e sendo derrotado nas penalidades por 6 a 5.
Quis o destino que, mais uma vez nos pênaltis (4 x 3), o clube perdesse mais um título, a Recopa Sul-americana, para o Defensa y Justicia, após ter vencido na Argentina por 2 a 1 e ser batido pelo mesmo placar em casa.
Posteriormente, chegou na final do Campeonato Paulista, perdendo para o São Paulo (0 a 0 no Allianz Parque e 2 a 0 no Estádio do Morumbi).
Já na Copa do Brasil, foi eliminado na terceira fase pelo CRB, da segunda divisão do campeonato nacional, nos pênaltis (venceu por 1 a 0 no Estádio Rei Pelé e perdeu de 1 a 0 no Allianz Parque, tendo um revés de 4 a 3 nas penalidades).
Como já mencionado lá no início, esses resultados, mais partidas irregulares no Campeonato Brasileiro, culminaram em protestos da torcida com direito a pichações na sede do clube.
Com tudo, manteve a serenidade e, após eliminar o excelente (e favorito) time do Atlético MG na semifinal da competição continental com dois empates (0 a 0 e 1 a 1, classificado pela regra do gol fora de casa), embarcou para o Uruguai para enfrentar na final mais um time brasileiro, o Flamengo.
Abel Ferreira foi cirúrgico, não cedeu espaços para o adversário, e contou com o erro de Andréas Pereira e a estrela do predestinado (e maluco) Deyverson, para se sagrar campeão (o placar terminou em 2 a 1 para o “verdão”).
O português faz história no futebol sul-americano, sem perder o foco e a humildade que o trouxeram as conquistas citadas.
O mundial de clubes será disputado em 2022, no mês de fevereiro, e se você duvida que Abel Ferreira pode trazer mais essa conquista para o alviverde, fique a vontade.
Mas eu, se fosse você, não duvidaria.
Este artigo foi escrito por Patrick Gulart e publicado originalmente em Prensa.li.