Ágora Digital
A tecnologia, as redes sociais e a internet vem transformado os hábitos e costumes da sociedade. A virtualidade imaginada no século passado se materializa na contemporaneidade, fazendo com isso, inúmeras transformações no cotidiano, impactando em diversos segmentos e configurando novas formas de ver o mundo. A virtualidade através das redes sociais já apresenta elementos construtivos da realidade, as análises sociais pouco tempos atrás, projetavam perspectivas inerentes aos efeitos da internet na sociedade, muitos com ressalvas do que poderia vir com o advento tão progressivo e rápido das informações.
A internet foi aberta ao mundo em 1991. no Brasil, dados do Banco Mundial aponta que em 1995 o Brasil possuía 0,1% de usuários de internet, enquanto nos EUA 9,2%. O mundo em 2021 já tem mais de quatro bilhões de usuários, 81% da população brasileira já usam a internet e já é um dos maiores usuários de redes sociais como Facebook, Youtube, Instagram etc. Mediante a esse cenário, segmentos que necessitem de publicidade para poder se destacar no mundo corporativo, sejam econômicos, políticos, terceiro setor, artísticos etc, utilizam desenfreadamente essas redes quem também estar transformando e revolucionando o modelo de como é apresentado e difundido a informação e o jornalismo.
As redes sociais deram – nos “autonomia” de comunicação, possibilita diálogos e discursos dos mais diversos assuntos, sejam científicos ou religiosos, sejam artístico ou senso comum, extremos e criminosos. A internet possibilita uma nova realidade, a realidade virtual que hoje anda de mãos dadas com a realidade material, exigindo novas perspectivas e urgências no que diz respeito ao desenvolvimento de leis para o trato do mundo virtual, que já é uma realidade cotidiana, e o fato de existir uma plataforma que possa armazenar e divulgar nossas opiniões como as redes sociais, implica à existência fomentar estudos, elaborar conceitos mediante aos impactos na sociedade.
Redes sociais e a política um desafio
Politicus em latim ou polikós em grego, tudo aquilo que diz respeito aos cidadãos e ao governo da cidade, ao negócio público* (dicionário básico de filosofia, Hilton Japiassú, Danilo Marcondes) para Aristóteles, o homem é um animal político, que se define por sua vida em sociedade. O homem também é animal tecnológico, desde a revolução neolítica o homem sempre criou tecnologias para a sua subsistência, seja a roda ou a lamina, armas e remédios.
Na complexidade humana em torno da progressividade da existência, o ser político se encontra com o ser tecnológico, exigindo para essa realidade, novas formas e adaptações de legislação para o controle e organização da sociedade, que vai além dos limites das cidades, dos campos, dos continentes, dos oceanos. Se estende ao virtual. A predominância cada vez mais das relações digitais está reconfigurando a sociedade. Por isso, um dos desafios dos agentes políticos é justamente reconhecer que o espaço virtual hoje é fundamental para a construção de políticas inclusivas, econômicas e de participação da sociedade na formulação e desenvolvimento de projetos. Essa participação do indivíduo nos discursos políticos é natural e importante para o aprofundamento nas reais necessidades, desde a Grécia Antiga, a Ágora, praça existente na cidade de Atenas, diariamente se reuniam os cidadãos para discutir assuntos de interesses comuns, levando em consideração sobre os que eram considerados cidadãos à época. Hoje temos as redes sociais exercendo o papel da praça, uma espécie de Ágora virtual, pois é notório que os cidadãos anseiam pela participação no discurso político, as redes sociais estão repletos de compartilhamentos no que diz respeito a coisa pública.
É importante por parte de quem promove a política, saber mediar discursos plausíveis à sociedade em geral, apresentando projetos e discordâncias, mas respeitando os ritos que constituem a democracia, a civilização anseia por trégua, por dignidade dos povos, do respeito aos contrários, de igualdade, sem esses pilares de civilidades, a tecnologia e o mundo virtual com suas redes e bolhas nos levará ao caos permanente, e estaremos fadados ao fim de nossa espécie.
Este artigo foi escrito por e publicado originalmente em Prensa.li.