Alegria Pura e Simples
Uma tarde eu estava desmontando uma piscina onde minhas filhas pequenas tinham se divertido em alguns dias das férias de verão. O lugar onde ela estava armada é o mesmo onde meu filho, hoje com 21 anos costumava brincar na sua infância.
Enquanto fazia aquele trabalho, recordações desse meu filho brincando ali começaram a brotar em minha mente. E as imagens eram quase palpáveis! Era como se eu tivesse entrado em uma máquina do tempo e sido transportado para alguns anos atrás onde o via batendo uma pequena bola na parede, brincando ser goleiro, em algumas tardes ensolaradas. Ainda não tinha as outras duas filhas e ele, sozinho, passava horas ali.
Nós dois também passávamos muito tempo juntos. Naquele instante, comecei a pensar nas muitas vezes em que brincamos. Dias e noites alegres em que, em uma das brincadeiras, assentados no chão, jogávamos um jogo que eu tinha inventado ainda em minha infância, envolvendo pequenos bonecos de borracha. Jogos que duravam horas e que adorávamos. Esse era apenas um dos momentos. Também houve tempos em que víamos desenhos animados juntinhos, os quais ele não se cansava de ver e rever, tendo decorado todos os diálogos, e eu o acompanhava, mesmo assim, pois o importante era estarmos juntos. Fazíamos muitas coisas em companhia um do outro.
Agora ele já está crescido, estudando e trabalhando e, às vezes, conversamos sobre coisas de adultos. Ele, de vez em quando, fala em casamento em um futuro próximo, e eu fico apenas observando meu menino que cresceu e agora nossas atividades nos impedem de passarmos tanto tempo juntos como no passado. Confesso que naquela tarde lágrimas rolaram de meu rosto por causa da saudade do tempo passado e por saber que, devido às responsabilidades e situações da vida, estaremos cada vez menos juntos.
Porém, um sentimento muito forte em relação ao meu filho veio ao meu coração naquela tarde em que guardava a piscina: a certeza de que eu tinha aproveitado cada segundo. Não há remorsos de nada, não houve tempo perdido, mas aproveitamos todas as oportunidades que tivemos. Claro que não pude ficar com ele o tempo todo devido às minhas outras responsabilidades, mas, eu aproveitava sua companhia sempre que possível. E esse sentimento de dever cumprido e de ter aproveitado bem o tempo me deixa feliz, principalmente quando vejo no que ele se tornou, um homem de verdade, graças a Deus!
Este artigo foi escrito por Celso Valentim e publicado originalmente em Prensa.li.