Alice in Borderland – Cartas na mesa pra 2ª temporada
Vamos colocar as cartas na mesa, se você ainda não viu Alice in Borderland pela Netflix, tá marcando bobeira. A série baseada no quadrinho homônimo chegou a ficar um bom tempo no “top séries” do Brasil (além de diversos outros países pelo globo) e merece sua atenção.
Dá gosto ver como a Netflix tem investido em produções de diversos países. Assistir séries que não sejam nem estadunidenses nem brasileiras, é um convite a conhecer elementos de outras culturas através de uma narrativa própria.
Dessa vez temos uma história que gosta de pegar elementos da famosa obra de Lewis Caroll, Alice no País das Maravilhas, e misturar com algo entre Jogos Mortais e Battle Royale.
Alice in Borderland, contudo, usa esses elementos para criar uma narrativa própria, sem nada dos acontecimentos contidos na jornada feita pela Alice que entra em tocas de coelho e atravessa espelhos.
A obra poderia simplesmente inventar outros termos sem prejuízos à história? Poderia. Só que usar nomes e termos, como o protagonista Arisu (forma japonesa de pronunciar Alice), o chapeleiro maluco e o coelho (Usagi, em japonês) dá um charme extra à história.
Se soubesse que ela era o coelho, até eu teria seguido. - Imagem - Netflix
As regras são pretensamente simples, você só precisa participar de jogos malucos para sobreviver, tipo correr até cansar ou um “pega-pega” com metralhadoras!
Cada jogo é representado por uma carta com um naipe e um número, indicando o tipo de jogo e o nível de dificuldade, respectivamente.
♣ trabalho em equipe é a solução;
♦ hora de pôr a cachola pra funcionar;
♠ pernas (na verdade o corpo inteiro) pra que te quero;
♥ um jogo com acordos e traições, participar com amigos definitivamente é uma má ideia.
Se ganhar, você ganha dias de “visto” conforme o nível. O problema é: se acabarem seus “vistos”, um laser vindo do céu te mata, simples assim. Claro que pessoas acabam morrendo ao longo das provas, aqui, ninguém está realmente a salvo.
Diferente do truco, aqui um 7 de copas vale muito mais que um 4 de paus. - Imagem - Divulgação Netflix
Eu não sou fã de esportes, não assisti sequer aos jogos olímpicos, mas as provas de Alice in Borderland me atraem. Afinal, pessoas arriscando suas vidas e buscando soluções diversas para situações bizarras certamente é um entretenimento padrão Jogos Vorazes! Isso se os Jogos Vorazes fossem todos os dias.
Todo mundo meio que foi teleportado / sequestrado pra essa realidade paralela e tem que jogar pra continuar vivendo. Não tem essa de “eu me voluntario”. Ninguém sabe quem foi, ninguém explica as regras, ou você dá seus pulos ou morre tentando.
Venha pelos jogos, fique pelas intrigas
O primeiro episódio é bem mediano, por isso sugiro você começar com isso em mente e confiar que depois melhora. Tem alianças, traições, sociedades secretas, gente querendo ganhar dinheiro em cima de vidas humanas, enfim, perfeito pra quem gosta de acompanhar a CPI da Covid!
A história evolui conforme Arisu e seus amigos, Chōta e Karube, param de se esconder e vão em busca da própria sobrevivência e de respostas – que eles esperam obter em uma tal “praia”.
Pronto pra encarar desafios com esses desocupados? - Imagem - Divulgação Netflix
A segunda temporada deve ser gravada ainda esse ano e pode entrar no catálogo da Netflix antes do esperado. Ainda restam perguntas a serem solucionadas e cartas a serem coletadas para, no fim de tudo, reunir o baralho mais difícil de se conseguir do mundo.
Imagem de capa - Ninguém escolheu estar nessa situação, mas todos querem sair vivos - Divulgação - Netflix
Este artigo foi escrito por Gustavo Borges e publicado originalmente em Prensa.li.