Em projeto colaborativo junto à International Data Corporation (IDC), a Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), realizou um levantamento onde constatou um crescimento superior a 10% no âmbito de desenvolvimento de software, no ano de 2021 no Brasil.
No entanto, apesar da crescente procura e necessidade por inovações tecnológicas, o aumento deste mercado também traz à tona pontos negativos:
Desenvolver software é um processo complexo;
Tempo de desenvolvimento representa um desafio;
Custos com infraestrutura e mão de obra qualificada são altos;
Escassez de mão de obra qualificada.
Assim sendo, No-Code e Low-Code acabaram tornando-se soluções muito faladas, não só em detrimento dos novos processos de transformação digital, como também pela crescente demanda por softwares e como consequência da falta de mão de obra qualificada.
Desta forma, o No-Code e o Low-Code surgiram como uma solução para melhorar e acrescer ao trabalho de programadores e desenvolvedores, minimizando os pontos negativos existentes.
O que é Low-Code e No-Code?
Thiago Wenceslau, CEO da Techdez, conta em seu workshop que Low-Code “é um método de criação de software de forma ágil, com o mínimo possível de códigos escritos, o que permite que pessoas sem conhecimento técnico avançado consigam desenvolver”.
Atualmente, existem plataformas que aceleram o processo de desenvolvimento e, no caso do Low-Code, essas plataformas são quase 100% visuais, mas permitem aos desenvolvedores que implementem e injetem códigos.
Desta forma, aquilo que não é possível ser feito visualmente, pode ser customizado e flexibilizado para injetar o código dentro da plataforma através de componentes ou de extensibilidade. Sendo que, algumas vezes, certas ferramentas permitem programar até em High-Code dentro da própria plataforma Low-Code.
“As plataformas de No-Code, como o próprio nome já diz, focam no desenvolvimento de aplicações 100% de forma visual, ou seja, não há o uso de código em qualquer momento”, explica o especialista em Low-Code.
No entanto, algumas destas plataformas No-Code estão evoluindo. Algumas chegam até a permitir a inclusão de plug-in e metodologias de extensibilidade, ou seja, trazer componentes externos para dentro da plataforma, mas de acordo com o seu padrão.
Low-Code X No-Code
No fim das contas, tanto o Low-Code quanto o No-Code possuem como objetivo final aumentar a produtividade e a velocidade do desenvolvimento de softwares. Porém, existem pequenas diferenças entre os dois métodos.
O Low-Code possui uma abrangência maior de projetos. Isto ocorre, pois a grande maioria das plataformas autoriza a customização, permitindo a inserção de códigos e a realização de integrações mais facilmente com componentes externos.
“Com o desenvolvimento de um projeto através de uma plataforma Low-Code, e dependendo da complexidade do projeto, em um determinado momento o que a plataforma oferece de forma visual, não irá atender”, explica Thiago.
Em sua opinião, é nesse momento que se torna necessária a implementação de códigos com o auxílio de componentes externos.
Já as plataformas No-Code, em sua maioria, são especializadas na criação de um tipo de aplicativo, sendo que estas são 100% visuais. Dessa maneira, acabam sendo ferramentas muito boas para a criação de MVP’s e aplicativos específicos e segmentados.
“Ocorre que, por elas não terem essa flexibilidade, acabam se especializando em um determinado tipo de aplicação, como por exemplo a UiPath, que é uma plataforma de No-Code para desenvolvimento de aplicações de automação de processos robóticos”, comenta o CEO da Techdez.
Com isso, a grande maioria das plataformas No-Code abrange o desenvolvimento como um todo, diferentemente de plataforma de Low-Code que te permite desenvolver desde o aplicativo web/mobile.
O que pode ser desenvolvido utilizando No-Code e Low-Code?
Todo dia surgem plataformas novas. Afinal, o mercado vem investindo muito nessa tecnologia. Com isso, Thiago exemplifica alguns projetos que já foram desenvolvidos:
Aplicações web de sistema avançado;
E-commerce;
Aplicativos para dispositivos móveis;
Jogos para web e para celular;
Aplicativos de voz e para BPMN (gestão de processos de negócio).
Assim sendo, é possível desenvolver aplicações complexas utilizando No-Code e Low-Code. No entanto, tendo em vista que o Low-Code tem uma abrangência maior, ele nos permite a customização, abrindo a possibilidade de trazer componentes externos.
No entanto, muitos profissionais se matém inflexíveis diante do surgimento de ferramentas e plataformas Low-Code sob o argumento que estas poderiam substituir o desenvolvedor.
Sobre esse assunto, Éfrem Maranhão, Gerente de produtos da Loft, fala: “Ele não substituiu o desenvolvedor, pois a parte de saber fatiar bem o problema, definir bem o que precisa ser feito, como separar os serviços e melhorar cada um de forma individual, sem precisar criar aquele código monolítico dentro da plataforma de Low-Code, é o que vai fazer a diferença”.
Em sua opinião, a diferença não estará na forma ou plataforma que se está usando, mas no que o especialista consegue fazer em cima da arquitetura montada.
Para falar com propriedade sobre este tema, a curadoria do evento também trouxe Fabio Claus Soares, Software Engineering Manager do iFood, para moderar painel que também conta com a participação de João Paulo Varandas, especialista em soluções em Low-Code e Co-fundador e Diretor da InPaaS.
Assista a nossa Live para saber a opinião de nossos outros especialistas e o que eles falaram sobre os maiores questionamentos envolvendo No-Code e Low-Code!
Este artigo foi escrito por Editorial Prensa.li e publicado originalmente em Prensa.li.