Amor, sublime amor
Imagem: Jan Versweyveld
Amor, sublime amor (West Side Story) surgiu na Broadway, em 1957. E na versão tão conhecida pelo grande público, logo nos primeiros minutos, nota-se a grande sacada de seus criadores. Amor, sublime amor é uma releitura de um grande clássico, Romeu e Julieta, de William Shakespeare.
O musical levou cerca de oito anos para ser produzido. E contou com nomes como Arthur Laurents, Leonard Bernstein e Jerome Robbins. O musical foi um grande sucesso e até os dias atuais, é um marco. Com mais de 722 apresentações desde então.
A ideia inicial era de que o espetáculo fosse sobre um garoto católico que se apaixonava por uma menina judia do Upper East Side, por isso seu nome original seria East Side Story, mas esse enredo foi deixado de lado a partir do momento que eles acabaram se inspirando no crescimento das gangues adolescentes na década de 1950.
O primeiro filme aconteceu quatro anos após a estreia na Broadway. O longa foi dirigido por Robert Wise e segue sendo um dos melhores filmes já feitos. A obra une romance, ação, drama, comédia e muita música. Mas trouxe profundidade para a história, indo muito além de apenas um musical sobre cantar e dançar.
Embora os elogios tenham sido estrondosos, a versão original foi muito criticada pela falta de representatividade. A protagonista, que tem origem porto-riquenha, é interpretada por uma mulher branca e seu irmão, por um ator grego. Isso, sem falar da maquiagem utilizada para escurecer a pele dos personagens.
No remake de 2021, temos a atriz colombiano-americana Rachel Zegler e Ariana DeBose, um dos grandes nomes da Broadway, que interpreta a icônica Anita e ganhou a estatueta de ouro no Oscar 2022 de melhor atriz coadjuvante Já o papel de Bernardo, foi para David Alvarez, um dos atores mais jovens a ganhar o Tony Awards de melhor ator.
O livro, lançado em 2021 pela editora Intrínseca, foi recebido com muitas críticas positivas.
Uma obra que continua sendo atual nos dias de hoje. E com a incrível sensibilidade da Chelsea McGuckin pelo design da capa.
O livro é sobre um amor à primeira vista, mas com um futuro fadado ao fracasso por causa das realidades tão distintas entre os personagens principais. Maria e Tony se conheceram em um baile, envoltos em um sentimento arrebatador, mas logo em seguida tudo desmorona quando ambos descobrem que Maria é irmã do líder dos Sharks, uma gangue de imigrantes porto-riquenho, e Tony é o ex-integrante dos Jets, gangue de brancos norte-americanos.
Um Romeu e Julieta moderno, que se passa em 1961. É uma leitura dolorosa e forte, mas necessária, abordando e dando destaque ao racismo e a injustiça, trazendo a xenofobia para o primeiro plano. A escrita é ágil, envolvente e direta. Um livro imperdível para os que amam um bom romance.
Este artigo foi escrito por Nathalya Dourado e publicado originalmente em Prensa.li.