Ano de eleição e o ódio como candidato
O presidente Jair Messias Bolsonaro é uma figura controversa no país. Amado e odiado por muitos por suas falas polêmicas, principalmente durante o ano eleitoral de 2018. Ano esse, em que um episódio marcou decisivamente sua eleição para a presidência: uma facada durante campanha ocorrida em setembro daquele ano.
Em meio às investigações sobre a autoria e motivação do ato, Bolsonaro tem enfrentado complicações de saúde após ser esfaqueado. Ao mesmo tempo, não faltam memes e piadas sobre a situação. Existe um limite quando se fala da vida e saúde alheia?
Repercussão nas redes sociais
Basta checar as principais redes sociais, ainda mais o twitter, para perceber que não faltam piadas e opiniões sobre a saúde de Bolsonaro. Podemos até mesmo listar as mais populares: bolsa de colposcopia, facada mal dada, desconfiança sobre a veracidade do fato e assim por diante. É verdade que muitas coisas ocorrem em prol da disputa política, mas devemos ser conscientes e não deixar o ódio falar mais alto que o respeito.
É verdade: o ódio cega!
A obra 1984, de George Orwell, tem um conceito chamado dois minutos de ódio. O livro fala sobre uma ditadura que busca implantar o controle sobre as mentes da população através do medo, ódio e repressão. Uma das táticas para isso é expôr a comunidade por dois minutos a vídeos e fotos dos inimigos nacionais.
Já reparou que se parece com as telas dos nossos celulares? Seja Bolsonaro ou Lula, nós estamos expostos ao “inimigos” políticos, que varia de acordo com nossa bolha social. Aí a gente fala pelo ódio. A vida do outro perde importância. Acreditamos em fake news sem nem questionar por repulsa.
Orwell diz que “A pior coisa em relação aos dois minutos de ódio não era a pessoa ser obrigada a desempenhar um papel, mas o fato de ser impossível não se juntar ao outro.”. Em algum momento, você já deve ter se percebido assim. Nossa opinião deve ser pública e sobre tudo. Devemos odiar e o ódio cega, tanto quanto o medo.
2022 é ano eleitoral. Sejamos racionais. Não se deixar levar pela emoção - e aí entra o amor também - é diferente de não se posicionar politicamente. Pesquise, estude, entenda que por trás de toda ação há uma ideologia - palavra que remete ao conjunto de ideais pelas quais toda pessoa age. Vote consciente.
Este artigo foi escrito por Amanda Casado e publicado originalmente em Prensa.li.