APICON 2022: a tecnologia das APIs como ferramentas de inovação e transformação digital
“As APIs deixam a caverna tecnológica e entram na discussão dos executivos”.
É com esta contextualização que Cezar Taurion, Head Research da CiaTécnica, moderou seu painel no APICON - API Connect Conference, contando com a participação de mais especialistas como Cesar Patiño (Head de Business Development & Solutions LATAM da Connectis), Ricardo Taveira (CEO da Quanto) e Fernando Arditti (Vice Presidente - LATAM da WSO2), unidos em um debate produtivo sobre a Monetização de APIs.
APIs na pauta das board meetings
Na sua sexta edição, o API Connect Conference 2022 teve seu foco em novidades mais interessantes para gestores, empreendedores e estrategistas executivos. Na ocasião, Cezar Taurion atuou como um dos curadores na missão de guiar o público na jornada da transformação digital em suas empresas.
Para isso, é importante ressaltar que os APIs não são mais um assunto restrito aos times de tecnologia. Diante do avanço da digitalização e da velocidade com que trocamos informações atualmente, este assunto também invade a pauta das board meetings. “Quando a gente fala em Open Finance, Open Insurance, Open Health, o cerne disso está nas APIs”, ressalta Taurion.
Para termos uma ideia mais clara, ele apresenta alguns dados curiosos coletados este ano:
- 90% dos DEVs no mundo, de acordo com a amostragem, faz o uso de APIs em seus projetos;
- 30% do tempo do desenvolvedor está diretamente relacionado aos APIs (seja para seu uso, criação ou alteração);
- 91% das empresas teve pelo menos um incidente de segurança relativo aos APIs no ano passado;
- 83% do tráfego da internet é efetuado por meio de serviços baseados em APIs (como Netflix, Google Maps, logins via Facebook, etc.).
A visão customer-centered da tecnologia
Embora a transformação digital esteja presente na maioria das empresas brasileiras, não são todos que a compreendem. E essa compreensão nem sempre existe sem se ter uma real noção do potencial dos APIs.
César Patiño explica que a tecnologia é usada por executivos para resolver atritos e promover experiências 100% focadas nas necessidades do usuário, ou seja: os executivos precisam colocar as pessoas no centro de tudo.
“As ferramentas e a tecnologia avançaram muito, e aí eu sempre brinco que é como um conjunto de Legos: você tem APIs, você tem data science, você tem blockchain, você tem inteligência artificial, daqui a pouco a gente estará falando de realidade aumentada/virtual… as ferramentas existem. Os executivos têm que ter noção de que as ferramentas estão lá e pensar como vão colocar o cliente no centro de tudo, como tornar a jornada dele mais fluida”.
Diante dessa necessidade de dar a importância para os processos certos, será que os executivos já entendem o suficiente sobre a API Economy? O que responder para os CEOs que não querem prestar atenção nela? Estes são os questionamentos que Patiño levanta.
A consideração das APIs como arquitetura de negócio
Ricardo chama a atenção para a importância de analisar se a cultura do negócio está refletida nas APIs. Afinal, entender esse processo também é entender os processos de serviços e produtos.
Para o CEO, pode ser difícil priorizar e ter um senso de urgência neste ponto. A melhor maneira de conscientizá-los e levar essas discussões adiante é por meio dos casos de uso.
“Tornando concreto o tipo de impacto, o tipo de resultado que você consegue (...) só essa pequena mudança de paradigma já torna [o argumento] concreto”, explica Ricardo.
Com este pequeno review, já é possível perceber o quanto a discussão evolui e passa por temas impactantes. Outros assuntos igualmente relevantes, como a implementação de um programa de APIs e reforço da segurança de dados também foram abordados no debate. Tudo isso para que seja possível criar uma cultura de negócio condizente com uma jornada focada na proteção e usabilidade do usuário.
Este artigo foi escrito por Bianca Lopes e publicado originalmente em Prensa.li.