APIs e estratégia: mais do que tecnologia, uma questão de contexto
No APICON 2025, a SenseUp e a Uber Para Empresas compartilharam casos de uso e insigths para o aprimoramento do uso das APIs em seus ecossistemas
O APICON 2025 reuniu os principais players do mercado de APIs em São Paulo para discutir os rumos da transformação digital. A programação abordou temas como arquitetura corporativa, integração no varejo, uso de APIs na saúde e o impacto da inteligência artificial em plataformas de desenvolvimento. Também contou com palestras técnicas, painéis de discussão e demonstrações de soluções em nuvem, com foco na adoção estratégica de APIs por profissionais brasileiros.
Ao decorrer desta semana, você lê aqui na Prensa os principais destaques do APICON 2025. Nesta edição da Prensa Tech você confere os insights que a SenseUp e a Uber Para Empresas compartilharam no evento.


Na palestra “APIs e Arquitetura Corporativa: Como Escolher a Estratégia Certa”, Isaac Pereira (cofundador e CTO da SenseUp) e Ely Barbosa (Gerente de Arquitetura e Tecnologia do Grupo Silvio Santos), moderados pela Carla Bodart (Analista de Negócios da SenseUp), discutiram como definir diretrizes para o uso de APIs dentro das empresas, considerando não apenas aspectos técnicos, mas também as características específicas de cada organização.
Em entrevista à Prensa, Isaac reforçou um dos pontos centrais da apresentação: não existe uma única estratégia certa para APIs — tudo depende da estrutura, maturidade tecnológica e objetivos da empresa. "A gente costuma esquecer que uma API tem um cliente. E entender esse cliente — se é um sistema legado, uma equipe interna ou um parceiro externo — muda tudo na forma como ela deve ser construída”, reforça Isaac. Ele também destaca que, antes de pensar em ferramentas, é fundamental compreender o contexto e os "clientes" da API, ou seja, quem vai consumir e operar com ela.
"Não existe uma única estratégia certa. O que existe é a estratégia mais adequada para o contexto da empresa e o momento que ela está vivendo."
Além disso, Isaac defende a importância da especificação e monitoramento contínuo das APIs, práticas que muitas vezes são deixadas de lado. Ferramentas como barramentos de serviços, plataformas de integração (como a própria SenseUp Hub) e API Gateways foram mencionadas como essenciais para garantir visibilidade e controle sobre os serviços.
"Mais do que tecnologia, uma boa arquitetura de APIs exige governança, especificação e um olhar constante para monitoramento."
Questionado sobre o valor do APICON para o setor, o CTO da SenseUp apontou a importância de eventos dedicados exclusivamente ao universo das APIs — e como o crescimento da produtização das APIs torna encontros como esse cada vez mais necessários. Para ele, eventos como o APICON promovem trocas ricas com outros players do ecossistema, inclusive concorrentes, e ajudam a antecipar tendências como integrações autônomas e APIs autogerenciadas com uso de inteligência artificial.


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Durante a palestra “Do Desenvolvimento à Operação: Como as APIs da Uber Otimizam Processos e Expandem Oportunidades”, Leandro Justino, Solutions Engineer LATAM na Uber, apresentou um panorama detalhado sobre a infraestrutura tecnológica da empresa, o impacto das soluções para o mercado corporativo e exemplos práticos de como as APIs têm sido aplicadas para integrar experiências e resolver problemas em escala.
A estrutura tecnológica da Uber
+6 mil profissionais de tecnologia ao redor do mundo;
5.500 engenheiras e engenheiros de software;
11 Tech Sites globais;
Mais de 220 mil microsserviços e 5.500 servidores sustentam a plataforma.
Uber para Empresas no Brasil
+1,3 milhão de viajantes corporativos no Brasil;
+30 mil empresas clientes no país;
Presente em mais de 70 países;
Avaliação média de 4,9 em 2024.
Tech center da Uber no Brasil
Inaugurado em 2018, com a proposta de “desenvolver localmente, entregar globalmente”;
Cerca de 240 profissionais atuando no centro até 2024;
Investimento anunciado de R$ 1 bilhão em cinco anos (divulgado em 23 de maio de 2024) para expansão do centro.
Durante a palestra, Leandro também apresentou aplicações reais das APIs da Uber no ambiente corporativo. Os exemplos mostram como a tecnologia é utilizada para garantir segurança, eficiência e praticidade em diferentes contextos, desde jornadas noturnas de colaboradores até operações de contingência em grandes companhias aéreas. Veja como essas integrações funcionam na prática:
Uber Central – Late Night Shift
Funcionários da empresa solicitam corridas para casa por meio da Uber Central;
A plataforma é acionada com dados essenciais da viagem;
O colaborador recebe no celular: nome do motorista, placa, veículo, cor e rota;
A viagem pode ser compartilhada em tempo real, com rastreamento da localização;
Após a viagem, as APIs da Uber registram e retroalimentam o sistema com todos os detalhes.
Uber Vouchers – Contingência LATAM Airlines
Quando um voo é cancelado, o usuário recebe uma notificação;
Usuários elegíveis se dirigem aos totens de autoatendimento;
Ao escanear um QR Code, visualizam as opções de contingência, incluindo vouchers da Uber;
O sistema gera automaticamente o voucher, permitindo o deslocamento até o hotel;
Caso o passageiro tenha direito, o mesmo voucher pode ser usado para o retorno ao aeroporto.
A apresentação no APICON 2025 reforçou como a Uber vem utilizando tecnologia e APIs não apenas para escalar sua operação global, mas também para responder a demandas específicas de empresas e usuários com agilidade e precisão. Casos como o do Uber Central e os vouchers integrados à operação da LATAM ilustram bem o potencial das APIs como conectoras entre plataformas, dados e experiências mais eficientes.
Essa foi a sua Prensa Tech da semana! Até a próxima!