As máscaras resistirão a mais esse verão?
Buscando acelerar a retomada, o mundo adota alternativas para aglomerar pessoas de forma segura, como a exigência do comprovante de vacinação e em alguns casos também é necessário realizar o teste para Covid -19 antes do evento agendado. Manter a ventilação adequada e um distanciamento seguro ainda são prioridades recomendadas pela OMS.
O uso da máscara passou a não ser obrigatório em alguns lugares.
Sentimos a necessidade de voltar a respirar com total liberdade nas praias, nos parques, mas o que dizer em nosso transporte público ou nas escolas de nossas crianças? E como vamos administrar em nossa correria diária onde e quando devemos ou não ter a máscara em mãos, ou melhor, no rosto? Um dia esqueceremos dela?
Semana passada aconteceu comigo, até que demorou, mas foi muito pior do que eu imaginava, não sou uma pessoa com muitas manias, mas reconheço que o meu cérebro tem um nível elevado de neurose para algumas coisas, como pandemias por exemplo. Álcool gel como item obrigatório e outras regras fáceis de seguir e que me transmitem uma boa sensação de segurança fazem parte do meu cotidiano.
Naquele dia a temperatura chegava fácil aos 30 graus, eu estava quase terminando as compras, quando notei que havia um número de pessoas bem acima do normal ali e esse foi o gatilho que precisava para que minha parte neurótica se manifestasse e automaticamente um pensamento assombroso me dominasse:
“Esse lugar está assustador, o Halloween é só no fim do mês, ainda não é a hora das pessoas se unirem para me assustar assim. “
Me peguei sorrindo desse pensamento absurdo e nesse momento observei um rapaz olhando diretamente para mim, como se estivesse me sorrindo de volta, levei alguns segundos para entender a situação.
Como ele poderia saber que estou sorrindo? Pus a mão no rosto e o coração disparou.
Foi só então que percebi que estava sem a máscara, me senti como se estivesse sendo assaltada, como se minha vida corresse perigo.
Correr pra casa era a única reação possível para mim, acredito que muitas pessoas já passaram por situações de esquecimento como essa, em diferentes graus de medo ou preocupação.
Todos nós desejamos o fim da pandemia e poder dizer que o pior já passou e que vamos poder respirar livres novamente em breve é um desejo coletivo, que exige de nós apenas um pouco mais de paciência e compreensão.
Que possamos manter os cuidados como prioridade durante essa fase final com a mesma determinação que tínhamos no começo, pelo tempo que for necessário, melhor que dure por mais esse verão do que por mais um ano inteiro.
Este artigo foi escrito por Juliana Lima e publicado originalmente em Prensa.li.