Ataques DDoS: o que são e o que tem a ver com a guerra da Rússia
Talvez o leitor não tenha percebido, mas a maioria dos clientes de operadoras regionais brasileiras perceberam uma piora nos serviços nos últimos meses.
Principalmente empresas da região sudeste. Mais especificamente dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, além do estado do Paraná tem sido os principais alvos das reclamações.
Mas essa piora não é culpa das empresas. Ao menos, ao que diz respeito ás constantes instabilidades de conexão que os usuários tem relatado.
Desde maio, empresas da região vem sofrendo constantes ataques de Hackers. Mais especificamente: ataques de DDoS. E a motivação tem a ver com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Segundo o site CisoAdvisor, um grupo hackvista chamado YDIO (sigla de "Your Data Is Ours" - que quer dizer "seus dados são nossos", em inglês) tem declarado a autoria dos ataques.
O alvo seriam empresas da Rússia, e também dos países que fazem parte dos BRICS, ou seja: além da Rússia, o Brasil, China, Índia e Africa do Sul. Os ataques fazem parte da #OpBrics , uma operação que visa expor dados de empresas destes países como represália à guerra.
Mas o que o Brasil tem a ver com isso? No entendimento dos ativistas, a neutralidade do país em relação às investidas da Rússia na Ucrânia, inclusive declaradas oficialemente pelo presidente Jair Bolsonaro é o que tornaram o Brasil um alvo.
O que são ataques DDoS?
DDoS é a sigla que vem do inglês "Distributed Denial Of Service", que quer dizer "Negação de Serviço Distribuído."
O objetivo destes ataques é tornar um site ou recurso da web indisponível, sobrecarregando os acessos com uma enxurrada de dados mal-intencionados, que dificultam ou impedem o acesso do tráfego normal de rede.
Ao receber um ataque desses, o site ou serviço da rede pode ficar inacessível, o que pode gerar enormes prejuízos para as empresas: Empregados podem ficar sem conseguir trabalhar por home office, e pessoas podem ficar sem conseguir comprar pela internet enquanto o ataque estiver ocorrendo, por exemplo.
Os ataques geralmente usam bots ou dispositivos contaminados por algum malware, que direcionam milhares de acessos simultâneos e coordenados a um ou mais alvos.
Eles se utilizam de um verdadeiro "exército" de dispositivos infectados para se espalhar pela rede e espalhar ainda mais os malwares, contaminando de "escravizando" computadores, celulares e todo tipo de dispositivos conectados à internet.
Sim. Até mesmo dispositivos de IoT podem ser usados nesses ataques.
Como se proteger de um ataque DDoS?
Como os ataques geralmente tem como alvo os servidores de bancos de dados dos sistemas a serem invadidos, o usuário final comum não precisa se preocupar muito com esse tipo de ataque.
Os cuidados básicos de navegação, como ter um bom firewall, evitar clicar em links ou baixar apps suspeitos, evitar utilizar serviços piratas e ter um bom antivírus ajudam a evitar que seu dispositivo seja invadido e infectado por malwares, tornando mais difícil assim que seu aparelho seja "escravizado".
Ao usuário final também cabe observar a estabilidade de sua conexão. Caso a conexão apresente instabilidades, como por exemplo: oscilações, quedas de conexão, serviços indisponíveis, ou que costumavam funcionar e de repente começaram a apresentar erros, podem ser efeitos de um ataque DDoS.
Nesses casos, é bom procurar se informar em fontes seguras e também junto a operadora.
Quanto as operadoras, a única forma de se proteger destes ataques é investindo cada vez mais em segurança cibernética, investindo em firewalls e criptografia de acesso aos bancos de dados, por exemplo, para dificultar cada vez mais as ações destes grupos.
Fonte do vídeo: https://youtu.be/jQd9wtGehFE
Fonte da matéria: https://www.cisoadvisor.com.br/ataque-aos-brics-inclui-organizacoes-brasileiras/
Este artigo foi escrito por Eliezer J. Santos e publicado originalmente em Prensa.li.