Até que ponto IAs podem ser benéficas à humanidade?
Recentemente foi lançado na Bélgica uma ferramenta denominada “The Fleming Scrollers”: uma Inteligência Artificial(IA) capaz de medir quanto tempo os parlamentares Belgas passam em frente ao celular durante reuniões do governo. Chegando a comparar o tempo passado com a duração total da reunião, indicando se o parlamentar prestou mais atenção ao aparelho ou a reunião. Se por um lado softwares com essa finalidade podem ajudar nossa sociedade a evoluir, como o reconhecimento de objetos potencialmente perigosos nas mãos de um indivíduo, impedindo o crime antes mesmo dele acontecer; por outro, a sociedade pode ter nas mãos o maior dilema do século: liberdade ou segurança?
Nos últimos anos, a China vem sendo um belo exemplo de como as Inteligências artificiais podem ser benéficas a governos autoritários: o sistema de crédito social Chinês impõe penalidades àqueles que estão com o “nome sujo”, impedindo o cidadão de comprar passagens de trem ou avião(Se está tão difícil, por que viajar?), de se hospedar em determinados hotéis e até mesmo matricular seus filhos em determinadas escolas. Mas não termina por aí: Caso você tenha conhecidos, parentes ou amigos com o crédito social baixo, você pode passar também a ser prejudicado. Caso sua conta de energia elétrica venha acima da média, ou se você simplesmente sair/entrar da sua casa pela porta dos fundos pode fazer com que você seja alvo de uma investigação.
No ano de 2015, o atual bilionário e um dos homens mais ricos do mundo, Elon Musk fundou a OpenAi: uma ONG que têm alertado à toda comunidade global sobre o perigo que as IAs podem apresentar em futuras guerras. Uma máquina completamente autônoma que pode erradicar dezenas, até centenas de pessoas. Confiar que máquinas podem discernir plenamente soldados de máquinas. Musk diz que não somente violentamente falando, mas IAs podem controlar quase tudo à nossa volta no futuro: “Somente quando as pessoas verem máquinas matando pessoas elas vão entender o perigo que representam. As máquinas poderiam publicar notícias falsas, invadir contas de e-mail enviando comunicados de imprensa, apenas manipulando a informação.” Disse Musk. “A caneta é mais poderosa do que a espada.”
No início de Julho deste ano, a Israel Defense Force, o exército Israelense confirmou à revista inglesa The Scientist ter utilizado drones completamente autônomos para rastrear, perseguir e abater integrantes do grupo Hamas: O número de casualidades, local do ataque, armas utilizadas ou quaisquer outros detalhes não foram divulgados. Segundo Israel, os drones são completamente autônomos, no entanto suas ações são monitorados por um operador que é supervisionado por um comandante militar; podendo assim alterar ou cancelar qualquer atividade do drone quase que instantaneamente.
A verdade é que ficamos tão obcecados com filmes de ficção científica, como é o caso de “O Exterminador do Futuro”, um mundo onde máquinas dominam, escravizam e matam seres humanos, que fechamos nossos olhos pra nossa realidade. Segundo um relatório da FreedomHouse, uma ONG pró democracia, o mundo conta atualmente com 49 países vivendo sob ditadura ou regime autoritário(sendo 18 na África Subsaariana, 12 no Oriente médio e norte da África, 8 na Ásia-Pacífico, 7 na Eurásia, 3 nas Américas e apenas 1 na Europa). Nos próximos 5 ou 10 anos, O desenvolvimento desenfreado das Ias ultrapassará o da mente humana, mas até lá devemos nos cuidar e estarmos sempre atentos ao uso das IA por mentes maléficas, para que, caso uma guerra ocorra, pelo menos esta não seja contra nós mesmos.
Este artigo foi escrito por Gabriel Marchi e publicado originalmente em Prensa.li.