Autotuille - Qualquer um pode automatizar
Todos podemos ser o ratinho que usa plataforma de low-code (puxando alguns fios de cabelos), podemos criar algo incrível.
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No filme Ratatouille, observamos o rato Remy, chef autodidata, que sabe cozinhar, combinar ingredientes, temperos e sabores, fazer mise-en-place, cortar, mexer, corrigir... mas não tinha acesso a uma "plataforma" que permitia colocar tudo em prática.
Após passar alguns apuros, ele encontra Linguini, sua plataforma low-code para cozinhar. Depois de algum treinamento junto à plataforma, ou melhor, ao Linguini, ele coloca em produção todo o seu potencial...
Pessoas, processo e ferramentas
Sou da época dos livros "Faça Você Mesmo"; eram 2 volumes com listas de ferramentas, matérias e todos os passos para construir estantes, camas, etc.
Algo similar ao livro do chef parisiense Auguste Gusteau, onde nosso pequeno camundongo Remy não só aprendeu a arte da cozinha, mas também aprendeu sobre os papéis e deveres de cada um da equipe, processo e pessoas.
Algo similar acontece com muitos analistas e gerentes quando ingressam em novos desafios: processos caóticos, pessoas atarefadas o suficiente para não pensar fora da caixa 🤔, sempre fazendo o mesmo, sem inovação, afinal, equipes ocupadas não inovam, elas precisam entregar.
Voltamos para Remy, nosso intrépido ratinho herói, após perceber uma falha humana que causaria um impacto desastroso, atua e corrige, mesmo sem as ferramentas (Linguini) necessárias.
Remy e Linguini agora precisam recriar a sopa desde o início, provar que o resultado pode ser reproduzido e escalável. Remy entende de processos e sabe fazer, mas tem a desvantagem do tamanho e outros fatores que não vem ao caso 😁. Linguini tem suas capacidades, é ágil e low-code e, assim, em pouco tempo (uma noite 🌃), Remy dominou a ferramenta de que tinha medo. Linguini, como ferramenta, também evolui junto a Remy e prova que o processo pode ser repetido e escalável. Mesmo sem imaginar, recebe uma crítica positiva.
Low-Code + Analista de Processos
Em 2009, comecei um projeto, chamado Rocket, cuja a missão era:
Ser uma plataforma "point and click" (como era chamado o no/low-code na época), onde uma analista tinha que ter a capacidade de, sozinho, fazer manutenção nos processos automatizados. Na plataforma também deveria conter inteligência artificial, mas o analista somente parametrizava ela, ele não precisa "manjar" de I.A., treinamento, clusters, etc; era só parametrizar.
Como UX/UI e Front-end Developer, levamos 3 anos para criar algo que nossos clientes, com devido treinamento, pudessem usar não só a ferramenta, mas também seus 30 módulos e, na época, 220 fontes de dados públicas e privadas para consultar (hoje mais de 800, somando as APIs do Open Banking).
Queríamos resolver os muitos desafios do analista de processo, pensar como um analista de processo pensa.
Como o analista implementa o processo, e como a equipe responsável atua:
Busca dados manualmente, no site
Coloca no Excel
Faz um cálculo
Cola na outra planilha
Alimenta o sistema interno
Analisa
Pede mais informações.
Cansativo e demorado.
Aí vem o Rocket e, depois de um tempo, o processo está mapeado e implantado e pronto para rodar (Produção).
Algo que levava 1 semana, passa a levar 20 minutos. O analista fica satisfeito, alguns duvidam, chegando a falar que tínhamos uma equipe fazendo tudo na mão.
É onde me encontro novamente com o Filme, onde o EGO, crítico, depois de experimentar, se convence que todos podem cozinhar (automatizar).
Este artigo foi escrito por Rodrigo Barrocal e publicado originalmente em Prensa.li.