Banco Central divulga Boletim com as condições da economia por regiões
No último dia 11 de agosto o Banco Central do Brasil (BCB) divulgou o 16º volume, em sua 2ª edição, do Boletim Regional, que é um documento publicado trimestralmente com o objetivo de apresentar alguns indicadores da economia, segmentados por alguns estados e regiões do país.
Este boletim é publicado trimestralmente e é utilizado pelo órgão para subsidiar decisões no âmbito da elaboração de políticas monetárias, tais como produção, vendas, emprego, preço e comércio exterior, de acordo com cada característica econômica e especificidades de cada região.
De acordo com o relatório, houve um crescimento de 1% no PIB quando comparado ao trimestre anterior, com a terceira alta consecutiva.
A indústria, comércio e serviços também foram setores que apresentaram crescimento, juntamente com o aumento do mercado de trabalho e o consumo da população. Entretanto, o setor agro recuou, devido à parcial quebra na sabra de soja, que possui importante fatia neste campo da economia.
Abaixo, segue resumo do relatório, que pode ser verificado na sua integralidade, neste link.
Neste artigo abordaremos os principais dados da economia da região Norte do país.
PRINCIPAIS INDICADORES UTILIZADOS
IBC: monitora a atividade econômica e é um indicador mensal criado pelo BCB. Utiliza como fontes de informação outros índices, que podem ser verificados neste link. Este indicador é aplicado de forma nacional (IBC-Br), regional (Por exemplo: IBCR-N – Região Norte; IBCR-S – Região Sul, etc.), ou estadual (Por exemplo: IBCR-PA – estado do Pará).
ICF: é o Índice de Intenção de Consumo das Famílias;
ICEC: é o Índice de Confiança do Empresário do Comércio;
IPCA: é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo; e
LSPA: é o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola.
- Comércio, serviços e indústria
De acordo com o relatório emitido pelo BCB, tanto no PIB, quanto no IBC-Br, houve variação positiva de 1% no primeiro trimestre do ano, com resultado positivo para a indústria, serviços e comércio.
Comparando-se as atividades econômicas regionais, por meio dos índices IBCRs, as regiões Sudeste e Nordeste tiveram destaque, impulsionadas pela indústria e serviços. As outras regiões tiveram impacto negativo ante a forte estiagem e calor intenso, que afetaram o desenvolvimento das lavouras.
Ainda falando do setor agro, existem boas expectativas para a produção de grãos, em especial o milho e cana-de-açúcar, para a próxima safra.
No que tange a indústria, houve leve recuperação da queda, com ênfase no crescimento do setor alimentício no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Outros setores com destaque para crescimento são de derivados do petróleo e de veículos automotores. No Norte do país houve retração da indústria extrativa.
A venda de combustíveis e lubrificantes cresceu na maioria das regiões, em especial no Sudeste e Sul do país.
Em se tratando de comércio de bens e serviços, houve um aumento em transportes e serviços profissionais, administrativos e complementares, e queda em serviços de informação e comunicação.
- Mercado de trabalho
De acordo com o Novo Caged, o mercado de trabalho formal manteve o ritmo de aceleração, em especial no Norte e Centro-Oeste, atingindo a menor taxa de desocupação desde 2016.
- Mercado de crédito
O mercado de crédito desacelerou em comparação com o trimestre anterior em todas as regiões, exceto no Centro-Oeste com relação ao crédito ofertado às pessoas jurídicas.
O Sudeste registrou maior perda de ritmo, influenciado pela queda no crédito PJ direcionado.
- Comércio exterior
Comparado ao ano de 2021, tanto as exportações quanto as importações cresceram, com ênfase nos produtos agrícolas produzidos no Centro-Oeste e o petróleo no Sudeste.
Em contraponto, a região Norte apresentou saldo negativo ante a queda das exportações de minério de ferro, e no Nordeste, que aumentou a importação de combustíveis e lubrificantes.
- IPCA
O IPCA do último trimestre, mensurado até abril, ficou acumulado em 3,73%, com acúmulo nos últimos 12 meses de 12,13%.
A variação se deu, principalmente, em função dos preços dos combustíveis, dos alimentos e reflexos da Guerra na Ucrânia.
CONCLUSÃO
O relatório emitido pelo BCB expõe os critérios adotados pelo órgão para que gestores, pesquisadores, empresários e investidores tenham subsídios para tomada de decisão de forma mais analítica.
Verificando os dados é possível concluir que a atividade econômica tanto regional quanto nacional surpreendeu positivamente, entretanto de forma desigual quando se comparam as regiões estudadas.
Sudeste e Nordeste foram as regiões com maior crescimento econômico, já o Centro-Oeste teve desaceleração e o Norte e Sul registraram queda na economia.
A inflação impactou todas as regiões, principalmente o preço dos alimentos e combustíveis. Entretanto, com os incentivos ao consumo das famílias, como saque do FGTS, houve um aumento dos estímulos ao crescimento.
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Este artigo foi escrito por Juliana de Jesus Cunha Chiose e publicado originalmente em Prensa.li.