Batman nas telonas
Imagem: Reprodução/Warner Bros Pictures
Quem disse que filme de super herói precisa ser animado e colorido?
E quem falou que por trás de um filme deste gênero não pode existir um teor sombrio e gótico?
Ao longo dos anos, através de remakes, trilogias e afins, Batman vem se mostrando um personagem pra lá de versátil. Protagonizando desde produções marcantes e épicas, até mesmo algumas de se torcer o nariz.
O icônico Homem-Morcego foi apresentado ao público em 1939, na edição de número 27 da Detective Comics. A partir daí, o personagem apareceu em diversas produções, inclusive sendo o astro de diversos filmes.
A era gótica de Tim Burton
Logo após o sucesso de Beetlejuice, conhecido no Brasil como Beetlejuice - Os Fantasmas se Divertem, o desenhista e roteirista Timothy “Tim” Walter Burton, foi selecionado para dirigir o primeiro filme do Batman, no ano de 1989.
Já conhecido por seus aspectos góticos, que beiravam o assustador, o diretor norte-americano tentou imprimir tais características no primeiro filme do morcego de Gotham City.
Gotham, que por sua vez, contava com ruas sujas, prédios altos e acinzentados, indústrias a perder de vista, e uma arquitetura repleta de traços semelhantes ao do período renascentista.
Este era o cenário no qual Michael Keaton, vestia os trajes do herói, e logo de cara combatia seu principal vilão, o Coringa, interpretado por Jack Nicholson.
Mesmo com toda a ilustração exagerada, o uniforme do herói feito de borracha, e seu antagonista trajado em um nada discreto terno roxo, o filme foi bem aceito pelos fãs, garantindo assim uma sequência poucos anos depois.
Em 1992, novamente com o elenco recheado de estrelas, o herói ganhou uma sequência no cinema, desta vez com Batman Returns.
Para este longa, mais uma vez Keaton vestiu o traje da personagem principal, mas os destaques ficaram para a Mulher Gato de Michelle Pfeiffer, e para o vilão Pinguim, interpretado por Danny DeVito.
Não é à toa que o segundo filme se saiu melhor nas bilheterias do que o primeiro, garantindo assim, uma terceira parte.
O que certamente, Tim Burton e os demais membros da produção não esperavam, é que o terceiro filme representasse uma queda no gosto popular.
Em 1995, Batman Forever foi oficialmente lançado. Mesmo seguindo a regra de ter nomes pesados no elenco, desta vez o filme deixou a desejar.
Tendo Val Kilmer na pele do bilionário e vigilante noturno Bruce Wayne, Jim Carrey interpretando o icônico Charada, e Tommy Lee Jones no papel de Duas Caras, o terceiro capítulo da saga não agradou como os anteriores.
No total, o longa teve um faturamento de bilheteria maior do que o segundo, mas não convenceu tanto.
O lucro na casa de 336 milhões de dólares certamente foi o que garantiu o quarto filme do herói, filme este que até hoje é considerado o pior de todos os tempos.
Da queda ao surgimento do Cavaleiro das Trevas
Imagem: Reprodução/Warner Bros Pictures
Mais uma vez com um casting de encher os olhos, porém sem Tim Burton, em 1998 fomos apresentados ao quarto filme do Homem Morcego com o lançamento de Batman & Robin.
A longa capa e a máscara de orelhas pontiagudas, desta vez foram vestidas por George Clooney, que dividia tela com Arnold Schwarzenegger, Uma Thurman e Chris O’Donnell, que interpretavam as personagens Mister Freeze, Era Venenosa e Robin, respectivamente.
Com roteiro e interpretações fracas, os polêmicos trajes com mamilos em evidência, e o famigerado bat-cartão de crédito, o quarto longa marcou de maneira trágica o final da primeira sequência de filmes do homem morcego.
Cabendo então a Christofer Nolan, no ano de 2005, fazer o primeiro reboot na história do sombrio herói de Gotham City.
Como o próprio nome já diz, Batman - Begins reconta a trágica história do jovem Bruce Wayne, que após ter seus pais assassinados decide fazer justiça em sua cidade.
Como de costume, as peças que compunham o elenco faziam parte do primeiro escalão de atores e atrizes de Hollywood.
Como se não bastasse Chistian Bale no papel principal, pudemos ver Gary Oldman como Comissário Gordon, Morgan Freeman como Lucius Fox, e Liam Nesson e Cillian Murphy interpretando, respectivamente, os vilões Ras Al’ Ghul e Espantalho.
Depois de quase dez anos sem aparecer nas telonas, Batman voltou a deixar os fãs ensandecidos, o que acarretou em bilheterias na casa dos 370 milhões de dólares, garantindo assim sua sequência.
Destoando dos filmes do anos 80/90, usando e abusando de um tom muito mais sério e nada cômico, em julho de 2008 tivemos Batman - The Dark Knight.
Com o mesmo elenco do primeiro filme, exceto os dois vilões, o segundo capítulo da nova trilogia para muitos é o melhor filme do Batman de todos os tempos. Com destaque especial para Heath Ledger, que de maneira icônica interpretou o vilão Coringa.
O novo longa, com mais de duas horas e meia, faturou nada mais nada menos que um bilhão de dólares em bilheterias; o que até então era algo surreal para filmes de super heróis.
Além do sucesso dentre os fãs, o filme garantiu condecorações em diversas premiações, sendo a principal delas o Oscar de melhor ator coadjuvante, dedicado de maneira póstuma à Heath Ledger.
O ator norte-americano faleceu em janeiro daquele ano, após overdose acidental de soníferos e calmantes, sendo encontrado já morto por sua empregada e por sua massagista.
O encerramento desta trilogia foi ao ar em 2011, com Batman - The Dark Knight Rises, que além dos personagens costumeiros, contou com a participação dos vilões Bane e Mulher Gato, interpretados por Tom Hardy e Anne Hathaway.
Surpreendentemente o último capítulo conseguiu igualar a bilheteria do anterior, chegando novamente a casa de 1 bilhão de dólares.
O polêmico Batfleck
A última trilogia além de dar uma nova cara, elevou muito o “sarrafo” dos filmes de heróis. Portanto, a missão de fazer um novo filme do principal personagem da DC Comics certamente não seria uma tarefa fácil.
Após o polêmico Watchmen, lançado em 2009, e Man of Steel em 2013, recaiu sobre Zack Snyder a responsabilidade de trazer o paladino negro de Gothan às telonas novamente.
O diretor e roteirista optou por apresentar uma versão ainda não vista do Batman nos cinemas, um herói mais velho, mais maduro e mais agressivo.
O visual do personagem claramente faz referência às obras do cartunista Frank Muller, um dos responsáveis por uma das principais histórias em quadrinhos do herói - Batman - O Cavaleiro das Trevas, publicado originalmente em 1986.
Contudo, a escolha do ator responsável pelo papel principal não agradou boa parte dos fãs, que achavam que Ben Affleck não era a melhor das opções.
No ano de 2016, após escolhas contestadas e sob muita pressão, foi lançado Batman vs Superman - A Origem da Justiça.
Logo para o primeiro filme, Snyder apresentou heróis como, Mulher Maravilha, Cyborg, The Flash e Aquaman.
Fato este que acabou passando a impressão de pressa aos telespectadores, visto que o estúdio concorrente já estava mais adiantado em seus filmes de super heróis.
Por fim, o longa não agradou muito, porém como o mesmo havia deixado lacunas, os fãs da DC aguardaram a sequência para pôr à prova o Batman de Ben Affleck.
Após perder sua filha, Zack Snyder optou por largar a direção do próximo filme, que sob comando de Joss Whedon foi lançado no ano seguinte.
Sendo assim, em novembro de 2017 Liga da Justiça chegou aos cinemas. Contudo, apesar de todo o hype dos fãs, o filme não atingiu as expectativas, assim como a participação do Homem Morcego.
Em suma, Ben Affleck não protagonizou nenhum filme solo do Batman. No primeiro longa dividiu tela com, o também aclamado, Super Homem, em seguida com os demais integrantes da Liga da Justiça, e eventualmente fazendo ponta em outros filmes do estúdio.
Batman de cara nova
Imagem: Reprodução/Warner Bros Pictures
De certo, a história do Cavaleiro das Trevas no cinema sempre teve escolhas de elenco aclamadas e outras polêmicas, e obviamente que o próximo longa não poderia ser diferente.
Desta vez, sob direção de Matt Reeves, voltaremos a ter um filme solo do homem morcego, e para a próxima obra, Robert Pattinson foi o escolhido para o papel principal.
Ao contrário do que fez Snyder, Matt vai nos apresentar um Batman muito mais jovem, praticamente no início da sua carreira, ou seja, um herói pouco experiente e com recursos limitados.
The Batman estreia oficialmente em março de 2022, e mesmo assim já divide opiniões dentre os fãs e seguidores do herói.
E para você, Robert Pattinson surpreenderá no papel de Batman?
Seguir nessa linha sombria é uma boa escolha para filmes de heróis?
O que acha que podemos esperar deste novo filme do homem morcego?
Este artigo foi escrito por Filipe Mello e publicado originalmente em Prensa.li.