Fintechs são startups ou empresas do setor financeiro que focam no desenvolvimento de produtos 100% digitais. Sua facilidade de promover serviços, atendimento personalizado, oferecer produtos com baixas taxas e rapidez fizeram delas um sucesso mundial.
As fintechs de crédito são empresas do ramo que oferecem todas as facilidades das fintechs, mas com o foco exclusivo para oferta de crédito.
Seu sucesso vem por alguns motivos: a baixa necessidade de estrutura física, as contas digitais e uma pequena equipe que possibilita ofertas de crédito com baixas taxas.
O mercado de crédito no Brasil
Fabrício Sanfelice, Diretor- Executivo da Mutual Empréstimos, traz informações sobre o mercado brasileiro de crédito. “O Brasil tem o mercado mais atrativo para fintechs de crédito. Nós temos o 1º spread bancário do mundo, justamente pela queda da taxa selic”, comenta Sanfelice.
O favorecimento das fintechs ocorre por conta das elevadas taxas promovidas pelas instituições financeiras tradicionais, que auxiliam pouco o mercado investidor.
Porém, com um mar de oportunidades, é possível enxergar dificuldades à vista. Isto ocorre porque com um mercado tão abrangente e positivo, muitas empresas surgiram, e surgirão com o propósito de oferecer crédito para diversos públicos diferentes.
De acordo com Fabrício, até 2023, 40% do crédito passará por fintechs, isso representará R$ 400 bilhões de reais anuais. Isto é um número surpreendente, visto que atualmente, somente 1% do crédito brasileiro global está ligado a fintechs.
Open Finance nas fintechs de Crédito
Fabrício Sanfelice trouxe o case da Mutual Investimentos para falar sobre o Open Finance. Na Mutual, eles trabalham sob a ótica de P2P (que significa ponto-a-ponto) desta forma, é conectado os tomadores e os investidores.
“A ideia é ofertar o melhor crédito para quem precisa com menos juros, e a melhor oportunidade de investimento para quem deseja ser investidor”, diz Sanfelice.
A Mutual surgiu com a ideia de ofertar empréstimo clean para pessoa física, semi bancarizada, que possuiam conta nas instituições financeiras, mas não tinham acesso aos serviços de crédito. Hoje, a empresa oferta crédito para diversos perfis, como empresas de tecnologia e financiamento de comunidades.
Nós partimos do princípio que, se acreditar é dar crédito, só é possível acreditar, conhecendo para quem estamos emprestando, diz Fabrício.
As maiores dificuldades encontradas pelas fintechs de crédito estão relacionadas as seguintes restrições:
• Regulamentação
• Capital
• Informação
A primeira delas, regulamentação, ocorreu porque era difícil ser uma instituição financeira, como as fintechs, sem possuir uma regulamentação. Atualmente, o Banco Central do Brasil (BACEN) possui uma relação amigável com as fintechs, criando diversos tipos de regulamentações e abrindo o mercado para as empresas.
A segunda restrição refere-se ao capital. Quem escolhe criar uma fintech sabe que existe uma grande dificuldade em levantar um capital próprio para fundar a empresa e para gerar operações de crédito, visto que não é de fácil acesso estas oportunidades estando fora do mercado financeiro.
“No caso da Mutual, nós resolvemos a questão de crédito para operações contando com investidores que ofereciam capital para quem precisava, desta forma nós eliminamos o problema”, relata Fabrício.
Como terceira restrição temos a informação, este ponto, de acordo com Sanfelice, pode ser dividido em duas partes. A primeira é que a maior parte das informações era concentrada em três birôs, isto causava limitação aos dados.
A segunda questão está relacionada ao Open Finance, isto é, com a oportunidade de ter acesso as informações do usuário com mais facilidade. Antes, as fintechs sofriam com a dificuldade de acessar o histórico bancário do cliente, hoje, a história está se desenhando de outra forma.
“O Open Banking vem para entregar na mão dos usuários as suas informações e ele poder, assim como nós fazemos a extração de um extrato bancário, conseguir transacionar de uma forma mais tecnológica essa informação entre diversas instituições financeiras de uma maneira mais ágil”, diz Fabrício.
O Open Finance, de acordo com ele, é uma laranja cheia de dados que chegou até as fintechs, é preciso retirar o máximo de “suco” dessas informações. Aqueles que não conseguirem promover uma experiência ao usuário única, serviços especializados, créditos inovadores atrelados a tecnologia, ficaram de fora do mercado.
Quer ver mais sobre o Fintechs de Crédito?
Assista a palestra completa de Fabrício Sanfelice para saber mais sobre Open Finance.
Este artigo foi escrito por Fabrício Sanfelice e publicado originalmente em Prensa.li.