Bitcoin vai à guerra
Pela primeira vez na história da guerra, a criptomoeda está sendo usada como arma na guerra entre Rússia e Ucrânia. Enquanto as bolsas de Londres, Frankfurt, Paris e Milão sofrem queda, o Bitcoin seguido por Ethereum e USDT registram alta de até 9,77% em 24 horas essa semana.
Após a primeira sessão de bombardeios à Kiev e Kharkiv, as criptomoedas apresentaram queda quase que imediata. Mesmo o russo Vitalik Buterin (co-fundador da segunda maior criptomoeda, Ethereum), criticou Vladmir Putin ao invadir a Ucrânia. Ao decorrer da primeira semana do conflito entre Rússia e Ucrânia, outras moedas convencionais sofreram quedas, como o alemão Commerzbank que registrou queda de 7% seguido pelo Deutsche Bank com queda de 5,12% e o holandês ING recuou até 7,93%.
Antes de completar a primeira semana do conflito, as moedas digitais recuperaram suas perdas e ainda registraram valorização de até 9,77% em apenas 24 horas.
Tanto os russos como os ucranianos, respectivamente são, o terceiro e quarto lugar na mineração da moeda digital. Segundo o Google Trends, nos últimos 7 dias, a pesquisa pela palavra “criptomoeda” em ucraniano atingiu a pontuação máxima, na Russia as mesmas pesquisas registraram aumento de 90 pontos em cidades próximas a Ucrânia.
“Um ponto de atenção é o fato de Ucrânia e Rússia serem países com umas das maiores adoções de cripto pela população. Este cenário pode impulsionar a adoção de cripto, seja pela população, para se proteger da instabilidade econômica em tempos de guerra, seja pelos oligarcas, empresas, e até mesmo o próprio governo, como drible nas sanções e embargos que serão feitos", comentou Alexandre Ludolf, diretor de investimentos da QR Asset Management.
Desde antes do conflito iniciar, tanto Rússia como Ucrânia têm usado as moedas digitais para arrecadar fundos e investimento para a guerra. Em 24 de fevereiro, Sam Bankman-Fried, fundador da FTX (bolsa de criptomoedas nas Bahamas), anunciou que a plataforma ofereceu US$ 25 a cada um de seus usuários na Ucrânia.
Em 26 de fevereiro, Mykhailo Fedorov (vice primeiro-ministro da Ucrânio) postou um tweet solicitando que as criptomoedas ajudassem o exército ucraniano a salvar vidas.
É difícil encontrar relação entre a alta no valor das criptomoedas referente ao conflito, vários especialistas confirmam que enquanto durar o conflito, o mercado financeiro permanecerá incerto, seja a bolsa financeira ou o mercado das moedas digitais.
Este artigo foi escrito por Lucas Siqueira e publicado originalmente em Prensa.li.