Blockchain e Web 3.0: um guia rápido sobre a descentralização da internet
No dia 8 de agosto deste ano, o Google e seu acervo de pesquisas conhecido em todo o mundo saiu do ar, impossibilitando buscas e afetando usuários em todo o mundo. Este tipo de falha pode ser encarado como um incentivo à importância de se conversar sobre a web 3.0, tecnologia Blockchain e inteligência artificial, ideias que podem ajudar a descentralizar a internet.
O conceito de web 3.0 consiste na criação de uma rede totalmente descentralizada, que resolve uma das maiores preocupações dos internautas atuais: segurança e privacidade dos dados.
Está ficando cada vez mais claro que a exploração não regulamentada de informações de usuários por empresas como o Facebook representa uma centralização excessiva do poder digital nas mãos de poucos.
A Web 3.0 precisa superar os problemas que causaram o apagão: a centralização. Em vez disso, adotar a abordagem descentralizada coloca o poder de volta nas mãos dos usuários e os incentiva a ajudar a manter o mundo digital mais seguro e, mais importante, online quando necessário.
Colin Pape, fundador do mecanismo de busca descentralizado Presearch
Nos últimos anos, o aumento de preocupações ligadas à violações de privacidade, coleta de dados, censura e notícias falsas (também conhecidas como fake news) alimentaram um debate sobre a necessidade de leis que protejam os dados do cidadão e também sobre uma influência tão gigantesca na opinião popular que poderia até influenciar o resultado de eleições no Brasil e exterior.
Blockchain e a ideia de descentralização
Para combater esses problemas, a tendência é que a população tenha cada vez mais controle sobre seus dados, utilizando tecnologias como a criptografia. Isso significa que, em vez de esperar que as empresas personalizem suas experiências, os usuários da Internet, juntamente com a inteligência artificial e a tecnologia Blockchain, podem moldar sua própria navegação.
Nesse sentido, o rápido progresso da tecnologia Blockchain e suas propriedades intrínsecas de descentralização, transparência e recompensas da comunidade, propõem um futuro encorajador para as iniciativas da web 3.0.
Este novo formato promete reajustar os valores do espaço social para promover liberdade de expressão, bem-estar do usuário e autogoverno de dados, por meio de um modelo de interação digital mais descentralizado e inclusivo.
Com essa perspectiva, os usuários podem adotar uma abordagem mais proativa para criar suas próprias versões descentralizadas de aplicativos sociais como Facebook, Instagram, Medium, Reddit e muito mais.
Por meio de uma licença criativa criptografada ou carteira digital, esses usuários podem se beneficiar de feed de notícias e notificações personalizadas, reputação transparente, pesquisa de texto completo, formatos de conteúdo rico, sem sacrificar o SEO (Search Engine Optimization).
A convergência das redes sociais Dapps e finanças descentralizadas (DeFi)
Estas tendências justificam o surgimento de aplicativos descentralizados (Dapps). Alguns exemplos são os blogs com pagamentos criptográficos (como a plataforma Subsocial) e até mesmo o surgimento de um ponto de encontro entre redes sociais e finanças descentralizadas (DeFi). Trata-se de um sistema pelo qual os produtos financeiros são disponibilizados em uma rede pública e descentralizada (blockchain).
Esse cenário parece encorajar até mesmo plataformas centralizadas a entrar no mundo das criptomoedas e blockchain. É o caso do CEO do Twitter, Jack Dorsey, que declarou sua iniciativa de criar um padrão descentralizado para as redes sociais, como afirmou em seu Twitter.
A Web 3.0 chegou para ficar. Não se trata do fim da Web 2.0 ou 1.0, mas sim de uma versão mais desenvolvida e preparada para a inclusão digital. Por isso é importante se conhecer as bases de tantas mudanças e tendências que estão prestes a se concretizar em um futuro próximo.
Este artigo foi escrito por Bianca Lopes e publicado originalmente em Prensa.li.