Blonde: O que esperar do polêmico filme sobre Marilyn Monroe?
Blonde - Ana de Armas - Netflix Studios / Tec Mundo
Polêmico. Ousado. Infame. Depravado… Muito tem sido falado do filme Blonde, produção da Netflix sobre Marilyn Monroe, estrelado pela lindíssima Ana de Arnas e que ainda não tem sequer data de estreia na plataforma.
E se considerarmos o fato que a gigante de streaming, mesmo historicamente não se importando muito com conteúdos potencialmente polêmicos, já recusou exibir o filme em dois grandes festivais de cinema, pode ser que Blonde seja mesmo tudo isso que tem se falado dele, ou ainda mais.
O próprio diretor do filme, o neozelandês Andrerw Dominik, disse que o filme “ofenderá a todos” em recentes entrevistas de divulgação para sites de entretenimento.
Muito das polêmicas já envolvendo o filme é pelo fato de que ele trará cenas de nudez e sexo explícito, além de cenas de estupro.
O diretor chegou a afirmar que Blonde trata este assunto com “alguma moralidade”, mas que hoje em dia há uma certa ambiguidade a respeito, e que por isso, já espera que o filme “divida opiniões dos espectadores."
Outra polêmica que se especulou seria uma suposta cena de sexo oral com menstruação, que chegou a viralizar em matérias e comentários em redes sociais sobre o filme. Porém o próprio diretor fez questão de desmentir esse boato.
O diretor também afirmou que o longa se trata de uma tragédia. E por ser uma biografia sobre a icônica atriz e Sex Symbol americana, não poderia ser diferente.
A vida de Norma Jeane Mortenson, nome de batismo de Marilyn, nunca foi fácil, apesar dos momentos de luxúria e glamour que a fama trouxe.
Filha de pais pobres, ela viveu em orfanatos e casas de adoção quando criança, foi molestada e abusada sexualmente na adolescência, e seu primeiro casamento foi aos 16 anos, com o operário James Dougherty, em 1942.
A fama de Marilyn só começou pouco depois do casamento. Ela foi trabalhar numa fábrica de aviões em Los Angeles, onde conheceu um fotógrafo chamado David Conover, que havia sido enviado para fotografar mulheres trabalhando nas fábricas.
Pouco depois ela iniciava sua carreira de modelo, justamente posando para Conover e seus amigos. E meses depois, mesmo contra seu marido, ela assinava seu primeiro contrato com uma agência de modelos.
Após seu segundo casamento, agora com o jogador de beisebol Joe Dimaggio, em 1954, casamento esse muito criticado pela mídia, e que durou apenas 1 ano, Marilyn então começou a viver o auge de sua carreira e fama.
Drogas, confusões, divórcios, brigas conjugais e litígios na justiça contra grandes estúdios americanos… Teve de tudo um pouco na vida conturbada da atriz.
Ela ainda se casou uma vez mais, agora com o dramaturgo Arthur Miller, outro casamento que recebeu muitas críticas da mídia da época, que considerava os dois "incompatíveis".
Sua vida sempre foi uma "gangorra" em todos os sentidos. Overdoses, abortos, depressão, demissões e processos contrastavam com sucessos de bilheteria e crítica, ensaio para revistas famosas, um provável caso com o ex presidente John F. Kennedy e até um Globo de Ouro.
Tudo isso teve fim numa noite em 1962, quando a estrela foi encontrada morta, vítima de uma overdose por medicamentos, em sua casa, em Los Angeles.
E a atriz escalada para viver uma personagem tão exigente e desafiadora foi a nova queridinha de Hollywood, a polivalente Ana de Armas, que tem emendado trabalhos e emplacado grandes produções.
E atrás das câmeras, sua vida tem se confundido um pouco com a de Marilyn: Em pouco tempo ela namorou nomes como Ben Affleck, Paul Boukadakis e se casou e se divorciou 2 anos depois com o ator espanhol Marc Clotet.
Histórias a serem contadas não faltam na vida de Marilyn Monroe e seu legado. Resta saber se de fato elas precisam ser contadas de forma a ofender o público, ou se o filme pode funcionar numa pegada mais light, menos crítico e mais biográfico.
Ainda que a crítica aos estereótipos sobre a mulher seja muito bem vinda!
Sabendo que a Netflix está pouco se lixando pra moralidade e conservadorismo desde sempre, só resta torcer pra que um material tão rico não se torne uma bomba, com o único propósito de escandalizar.
N.A.: Na humilde opinião deste que vos escreve, o ser humano tão sofrido e o legado de Marilyn mereciam uma adaptação para o cinema muito mais ao estilo de Elton John, na música Candle in the Wind:
Adeus, Norma Jeane.
De um jovem na vigésima segunda fila,
Que te vê muito mais do que uma Sex Symbol,
Muito mais que nossa Marilyn Monroe.
Este artigo foi escrito por Eliezer J. Santos e publicado originalmente em Prensa.li.