Brasil: a maior potência esportiva do mundo
O Brasil é mundialmente conhecido como o país do futebol, um mérito que deve ser comemorado sim, com toda certeza. Nossa seleção é a única que possui cinco Copas e ainda dois ouros em Olimpíadas. Jogadores que todo ano estão entre os melhores, e que são ídolos de crianças e adultos de todos os continentes. É comum vermos, em cada esquina, a criançada fazendo de seus chinelos traves de gol para aquela pelada no asfalto junto com os amigos.
Quando eu era criança, na escola, todos queriam jogar futebol na aula de educação física. O professor até tentava, em vão, nos ensinar outras modalidades, mas a molecada queria mesmo o futebol. Discutíamos entre os amigos para ver quem seria o Romário, o Bebeto, o Taffarel e muitos outros. Temos vários ícones nesse esporte nas mais variadas gerações.
Futebol de salão? Dominamos! Na quadra são sete títulos mundiais e diversos outros ídolos, sendo o Falcão considerado o melhor jogador do mundo por diversas vezes.
E o que falar do futebol de areia, então? São 14 títulos da Copa do Mundo! Até no futebol de mesa, popularmente conhecido como futebol de botão, temos 4 títulos mundiais.
Nossa seleção feminina não tem (por enquanto) uma Copa do Mundo. Temos um vice em 2007, mas temos outros inúmeros e marcantes títulos. Somos prata nas Olimpíadas de Atenas e bronze nas Olimpíadas da China. E, claro, temos a Marta, a melhor jogadora de todos os tempos.
Seja na grama, na quadra, na areia, na mesa, masculino ou feminino, quando o adversário se depara com a amarelinha do outro lado, suas pernas tremem!
Mas o papo aqui não é só futebol. É o esporte brasileiro e seus atletas heróis.
Se pensarmos bem, o Brasil não é só o país do futebol. É o país do vôlei, do basquete, do automobilismo, da luta, do skate, do atletismo, e por aí vai. Temos ídolos nas mais variadas modalidades esportivas. Somos campeões mundiais e olímpicos em quase tudo em que um brasileiro se atreve a competir.
Definitivamente, somos o país do esporte!
Não acredita?! Vou tentar resumir bem, e caso esqueça de algum ou alguém, já deixo aqui minhas desculpas. Afinal, quem mandou nascer num país com tantos campeões e ídolos?
Em tudo que envolve bola, temos pódio, títulos e ícones.
Futebol: Acho que dispensa comentários depois de já ter falado no início do texto, mas só adicionando mais um “pouquinho” de medalhas, no futebol de 5, onde os jogadores são deficientes visuais, nossa seleção tem cinco OUROS nas Paralimpíadas e duas COPAS do mundo. Que orgulho!
Vôlei Quadra/Praia: conquistamos todos os títulos que existem, mundiais e Olimpíadas, seja no masculino ou feminino. Somos bronze na Paralimpíada de Tóquio.
Basquete: Temos Hortência, Paula, Oscar, e diversos títulos mundiais e pódios em Olimpíadas.
Somos campeões mundiais de Handebol com a seleção feminina!
Tênis : Temos a lenda Maria Esther Bueno (120 finais em torneios simples, sendo 65 títulos), o carismático e multicampeão Guga Kurten e, agora, Bia Haddad vindo com tudo nessa nova geração.
Tênis de mesa: Hugo Calderano, campeão mundial.
Beach Tennis: somos Tetra Campeões da Copa do Mundo.
Bocha : É isso mesmo: até bocha! A seleção brasileira paralímpica tem três ouros em mundiais!
Judô: Aurélio Miguel é nosso primeiro campeão olímpico e campeão mundial. Leandro Cunha, Érika Miranda, Rafael Silva, Tiago Camilo e Mayra Aguiar reúnem os mais variados títulos e pódios.
Boxe: Éder Jofre, nosso primeiro grande nome do boxe e campeão mundial. Ainda temos Popó com quatro mundiais, Hebert Conceição, que é campeão olímpico, e a Bia Ferreira, que é prata em Olimpíadas e campeã mundial. E, claro, o caricato e gente boa Maguila.
Jiu Jitsu: Dominamos tanto a arte suave que hoje existe o Jiu Jitsu e o Jiu Jitsu Brasileiro.
MMA: campeões com ídolos e mais ídolos.
Fórmula 1: Ayrton Senna do Brasil, sem falar do Piquet, Barrichelo, Fittipaldi.
Fórmula Indy: família Fittipaldi, Gil de Ferran e Hélio Castroneves.
Rally: Sim, também somos campeões mundiais com Jana Sousa na categoria motos.
Surfe : Gabriel Medina, Filipe Toledo e Adriano de Souza encabeçam a lista de surfistas brasileiros conhecidos no mundo como brazilian storm, considerada a melhor leva de surfistas que o país já teve. Mas não podemos esquecer do lendário Fábio Gouveia, da velha geração, que levou nossa bandeira mundo afora representando muito bem o esporte.
Bodyboard: Neymara Caravalho, pentacampeã mundial e Guilherme Tâmega, multicampeão mundial.
Ah, mas só falta agora falar que somos campeões de Jet Ski também.
Pois é, nós somos!
Alessander Lenzi e Célio Vinícius são campeões mundiais de Jet Ski
Calma, respira! Ainda não acabou.
Skate: Bob Burnquist. Apesar do nome gringo, o brasileiro é o maior skatista do país e ídolo mundial. Mas também temos o Sandro Dias, Pedro Barros e a princesa casca grossa Rayssa Leal.
Patins Inline: Fabíola da Silva, campeã mundial.
Tiro com Arco: o famoso arco e flecha. Não esperava por essa, né? Pois temos o Marco Vinicius, que é campeão mundial.
Vamos para o mundo aquático, agora:
Natação: Gustavo Borges, César Cielo, Ana Marcela Cunha, Samuel Oliveira, Daniel Dias e Gabriel Araújo colecionam títulos mundiais, olímpicos e paralímpicos, tanto em curtas distâncias como em longas.
Apnéia: A pernambucana Karol Meyer, atleta brasileira que conquistou o maior número de recordes mundiais para o país, chegou a ficar 18 minutos e 32 segundos em apneia estática.
Canoa: Isaquias Queiroz, campeão olímpico e mundial.
Barco a Vela: A família Grael junto com Robert Scheidt colecionam títulos mundiais e olímpicos.
Pasmem, somos campeões mundiais até de Esgrima com Nathalie Moellhausen.
Hipismo: Rodrigo Pessoa é campeão olímpico e tricampeão mundial!
E o que falar do atletismo e das variedades que o compõem?
Somos campeões mundiais, olímpicos e paralímpicos em quase todas as modalidades. Corrida de 100m, 200m, 400m, individual, em equipe, com barreira, sem barreira, salto com vara, salto a distância, maratona, meia maratona, triathlon, tudo isso representado por Maurren Maggi, Alison dos Santos, Vanderlei Cordeiro de Lima, João do Pulo, Thiago Braz, Fabiana Murer e muitos outros que levam e levaram nossa bandeira em todas as competições do mundo, representando uma nação inteira. Que orgulho de todos vocês.
Ginástica? Vixe, não sei nem por onde começar. Faturamos quase tudo com Daiane dos Santos, os irmãos Hipólito, Arthur Zanetti e Rebeca Andrade, que está nos representando muito bem atualmente (ela já é campeã olímpica e mundial).
Pensa que acabou? Ainda não. Somos campeões mundiais em Queda de Braço, Poker, Truco, Snooker, Tiro Esportivo, Pentatlo Moderno, Taekwondo, BMX, Mountain Bike, Karatê, Kung Fu e por aí vai.
Onde tem esporte, tem brasileiro! E onde tem brasileiro, tem pódio, tem título, tem garra, tem história, tem perseverança, tem esperança, tem emoção, tem coração!
Eu desconheço outro país que tenha tantos campeões e ídolos, tantos títulos em tantos esportes diferentes, como o nosso Brasil. Não vejo uma Dinamarca, Alemanha, Itália, Japão, Argentina, ou qualquer outro país com tanta representatividade e força esportiva como nosso país tupiniquim.
E tem mais: se nevasse nesse país tropical, seríamos campeões também em toda modalidade esportiva que envolve neve, gelo e frio. Sabe por quê? Por que o brasileiro é casca grossa!
SOBRA RAÇA, FALTA APOIO
Entra governo, sai governo, e o investimento em esportes é mínimo. Os patrocinadores surgem apenas quando o atleta faturou algum título e está em alta. Dura por um (pouco) tempo. São poucas as empresas que ajudam no período de baixa.
Não há estabilidade na vida da maioria dos atletas brasileiros. Muitos possuem outro emprego para poderem se sustentar e bancar suas viagens para competir. Muitos passam fome em campeonatos porque o dinheiro é contadinho para viajar até lá.
É, a grana é curta. E ainda assim ganham, sobem em pódio, conquistam medalhas, chacoalham a bandeira brasileira e cantam com lágrimas o Hino Nacional. Cada vitória no esporte também é uma vitória na vida. Cada conquista, uma história.
A falta de incentivo e condições para nossos atletas é vergonhosa. A realidade dura, talvez seja o adversário mais difícil que encontram. Segundo dados do site Mídia Ninja, 42% dos atletas que participaram das Olimpíadas de Tóquio, não tinha nenhum tipo de patrocínio.
Thiago Braz, que ganhou uma medalha de ouro no salto com vara nas Olimpíadas do Rio em 2016, não tem nenhum patrocínio desde esta conquista, e ainda conseguiu um bronze em 2021.
O Bolsa Atleta, criado em 2005, que garante um patrocínio por parte do Governo Federal, sofreu corte de 20% no orçamento e muitos atletas já não recebem nada desse projeto. Vivem da ajuda de outras pessoas para poderem representar nosso país.
Falta estrutura, falta incentivo, falta investimento, falta dinheiro, falta valorização. Sobra talento, sobra força de vontade, sobra raça, sobra suor, sobra a vontade de vencer. Sobram sonhos!
Já pensou onde nossos atletas poderiam chegar se tivessem o devido apoio e incentivo? Teriam que construir um pódio no topo do Monte Everest. O topo do mundo é o nosso lugar!
O intuito aqui não é criticar políticas governamentais e as dificuldades que o esporte brasileiro enfrenta há tempos. A gente já sabe disso tudo, mas é importante frisar.
É para mostrar a diversidade esportiva em que somos campeões, o tanto de esportes nos quais temos ídolos, referências e títulos, e, também, que a maioria dos brasileiros desconhece essas tantas vitórias.
É para salientar e reconhecer a garra, essa força difícil de descrever, que pulsa das profundezas da alma dos nossos atletas que, lá do lugar mais alto do pódio, batem no peito e bradam retumbantes: “Aqui é Brasil, porra!”
Este artigo foi escrito por Mauro Buffalo e publicado originalmente em Prensa.li.