Brasil ganha destaque em competição internacional de Cibersegurança

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Nem só de Olimpíadas vivem os competidores brasileiros. 

Em dezembro de 2021, será realizada a primeira competição global de segurança digital – o International Cyber Security Challenge (ICSC).  

Criada pela organização European Cyber Security Challenge (ECSC), a competição será realizada entre 7 e 11 de dezembro em Atenas, na Grécia, e tem como objetivo principal conscientizar as comunidades globais sobre as habilidades necessárias para o mercado de segurança cibernética. 

Com um número notável de especialistas em segurança digital, o Brasil vai ter um lugar privilegiado na competição, sendo um dos poucos países selecionados para levar um time independente da equipe que representará o continente. 

A equipe será organizada por Rafael Narezzi, CEO da 4 CyberSec e idealizador do Cyber Security Summit Brasil, que faz parte do Comitê Diretivo do ICSC. 

“O Brasil possui grandes talentos na área de cibersegurança, que já participaram em importantes competições globais e são muito bem treinados e qualificados. Estou muito feliz e orgulhoso em poder ser nomeado como membro do Comitê Diretivo e, com isso, ter a possibilidade de formar um time para ser campeão”, comemora Narezzi.

O especialista revela ainda que deverá contar com a ajuda de outros experts para formar a equipe técnica, a qual terá a missão de montar a seleção brasileira de cibersegurança. 

Conheça a competição europeia que deu início ao ICSC 

Imagem: Divulgação/ECSC

O European Cyber Security Challenge é uma iniciativa do European Union Agency for Cybersecurity (ENISA) que visa aprimorar o talento em segurança cibernética em toda Europa, e conectar pessoas de alto potencial com organizações líderes do setor. 

Desde 2015, a ENISA tem coordenado a competição ciente da crescente necessidade amplamente reconhecida em todo o mundo por profissionais em segurança de TI. 

Para ajudar a mitigar essa falta de habilidade, muitos países iniciaram competições nacionais de cibersegurança focando em estudantes, graduados e até profissionais fora da área de segurança, com o claro objetivo de encontrar novos e jovens talentos e encorajá-los a seguir uma carreira em segurança digital. 

A sexta edição do European Cyber Security Challenge será realizada em Praga, República Tcheca, entre os dias 28 de setembro e 1 de outubro. 

A Áustria ganhou a primeira edição (2015), enquanto a Espanha venceu a competição europeia duas vezes seguidas (2016 e 2017). A Alemanha conquistou a edição de 2018 e a Romênia foi a ganhadora em 2019.  

Devido à pandemia do COVID-19, a edição de 2020 não foi realizada. 

A oportunidade de ter talentos internacionais competindo 

Se apoiando no sucesso do ECSC, a ENISA, juntamente com outras organizações regionais e internacionais, decidiu projetar e sediar pela primeira vez o International Cyber Secutiry Challenge. 

As equipes vão competir em uma série de desafios em áreas como criptografia, engenharia reversa, desafios de hardware, perícia, salas de escape, aplicação da Web e exploração de sistemas. 

De acordo com o site da ENISA, o ICSC deseja ser associado com os melhores talentos em cibersegurança do mundo e pretende se tornar uma das principais incubadoras de empreendedorismo de cibersegurança, criando as maiores referências de especialistas em segurança digital. 

Transformar o evento em uma competição de nível global deve incentivar a disseminação das práticas de segurança cibernética dentro das empresas. 

O Brasil no mapa da segurança cibernética 

De acordo com uma pesquisa realizada pela Tempest Security Intelligence, a maior empresa de cibersegurança do Brasil, cerca de 56,37% das empresas encontram-se vulneráveis em termos de segurança da informação e mais de 30% das organizações se consideram seguras mesmo estando abaixo das exigências do mercado. 

Em meio à pandemia, com a necessidade do trabalho remoto e o crescimento de ataques cibernéticos, a demanda por profissionais especializados em segurança digital cresceu exponencialmente.  

Além de participar do ICSC, o Brasil passou a fazer parte da rota mundial do ISG Provider Lens Cybersecurity - Solutions & Services, estudo global de soluções e serviços de segurança cibernética, graças ao aumento da relevância do tema no país, motivado por três grandes mudanças no mercado: LGPD, trabalho remoto e aumento dos crimes cibernéticos. 

O ISG examinará o mercado global de segurança cibernética nos EUA, no Reino Unido, na Alemanha, na Suíça, na França, na Austrália e nos países nórdicos. O lançamento do relatório está previsto para o início do segundo semestre. 

A proposta do levantamento é trazer uma análise aprofundada do setor ao cobrir vários serviços de segurança cibernética - um tema relevante em um momento em que as empresas em todo o mundo enfrentam números crescentes de ameaças à segurança com invasores cada vez mais sofisticados.