Causas e Perspectivas de um Brasil em Crise
Outros dados relevantes do IBGE mostram uma taxa alarmante de desemprego em 14,1%, abaixo dos 14,6% do trimestre anterior, mas ainda preocupante. A população subutilizada? 32,2 milhões de brasileiros.
Houve também o desaquecimento do setor industrial, que resultou em uma retração de 3,3% no faturamento, 1,1% de massa salarial, 1,8% do rendimento médio e 0,4% da utilização da capacidade instalada.
Os causadores da crise:
Há todo um contexto de causas para a crise instalada no país. Os problemas de desemprego, educação, saúde, habitação (entre outros) são ao mesmo tempo consequência e fatores atuantes na crise, como um ciclo.
Além disso, nossa dívida externa só cresce dificultando a entrada de investidores. O conjunto de problemas estruturais, políticos, financeiros e burocráticos afastam os possíveis interessados.
A taxa de juros em 14% tem também contribuído. Isso ocorreu por conta das estratégias adotadas pelo Banco Central junto ao Ministério da Fazenda e do Desenvolvimento, que para incentivar o crescimento econômico, estabeleceram taxas baixas. A estratégia foi utilizada por quatro anos seguidos no Brasil, o que gerou inflação e altas taxas de inadimplência.
Uma possível crise hídrica levando a um apagão energético pode também afetar a economia. Os sintomas já são sentidos, com aumentos elevados nas tarifas. A possibilidade do apagão assusta, já que pode prejudicas as agropecuárias, que hoje são os principais alicerces que ainda mantém a economia brasileira funcionando de alguma forma, representando cerca de 27% do PIB brasileiro.
Perspectivas:
A equipe da XP investimentos reduziu a previsão de crescimento do PIB de 1,7% para 1,3%. Os consultores da MCM prevê uma taxa de desemprego “pré-pandemica” apenas em 2023, e um nível de cerca de 10% apenas em 2025.
Além disso, com a desaceleração do mercado global, a exportação de commodities deve refrear e manter preços acomodados.
As expectativas no geral, são bem pessimistas, e no sistema atual que o Brasil vem exercendo em suas atividades econômicas, há poucas alternativas para fuga dessa crise alarmante, potencializada ainda mais pela possível polarização das eleições de 2022, com a conturbação entre Lula e Bolsonaro.
Este artigo foi escrito por Matheus Thomaz Rossi e publicado originalmente em Prensa.li.