Chaminés, Sol e Guerra na Ucrânia
Após as diversas sanções que a Rússia está impondo ao redor do mundo em relação ao gás natural, o continente europeu teme a chegada do inverno.
Com isso, antigas usinas foram abertas, o que gerou repercussão negativa, visto que muitos ativistas alertaram para os problemas em relação ao meio ambiente, que já vem sendo pauta há alguns meses, depois de milhares de pessoas morrerem no continente europeu devido ao aquecimento global. Contudo, era retomar as usinas de carvão ou morrer de frio.
Ainda que seja maléfico ao meio ambiente, o uso do carvão está em “alta”, já que o inverno está chegando e a maioria da população está com medo, principalmente os mais pobres. Ninguém quer ser Napoleão e perder uma guerra pelo Inverno Russo mas, sinceramente? Isso pode acontecer com o continente Europeu.
Sol, Bolso e muita Sede
Ainda que o Brasil seja um país continental e grande parte do seu território tenha sol a maior parte do ano, parece que somente depois da situação ucraniana que os brasileiros entenderam a real necessidade de produzir sua própria energia - isso claro, somado ao peso no bolso.
No primeiro semestre deste ano, o investimento em geração própria de energia solar em telhados e terrenos brasileiros cresceu 50%, tornando-se a terceira maior fonte energética da nação.
O Papai Noel não desce a Chaminé, Desce o Painel Solar
A cultura natalina, principalmente a estadunidense, sempre divaga sobre a possibilidade do velhinho mais carismático descer da chaminé, mas, como no Brasil somente na região sul existe um clima propício para tal, no Nordeste, o papai Noel vai ser o painel solar.
As placas já representam quase 10% de participação no mercado nacional, ficando atrás somente das hidrelétricas e da energia eólica - que já dominam o setor energético brasileiro há décadas.
E o Hype?
Após as mudanças econômicas oriundas da guerra da Ucrânia, ainda que o Brasil esteja a milhares de kilômetros de distância, os juros e as sanções também chegam à terra dos tupiniquins. A alta dos juros dos americanos afetou diretamente o mercado brasileiro, tanto que a Nubank sentiu essa queda na suas ações na Nadasq.
Por isso, os últimos meses foram complicados para quem tem que pagar as contas de luz, o que fez com que muitos consumidores brasileiros buscassem alternativas mais baratas, ainda que no médio e longo prazo, ou seja, energia solar.
E não somente o consumidor está ficando contente com a utilização de energia solar. O Governo Brasileiro, ainda que seja pacífico e esteja em bons termos com a Rússia, também teme que as sanções de Putin possam afetar sua economia, logo, é melhor garantir do que remediar, certo?
Terra dos Alto Coqueiros
Uma prática bastante comum no Nordeste do país no tocante à energia, é a de empresas fornecendo descontos na conta de luz para os usuários que produzem sua própria energia solar. Na região em que faz tanto sol que a capital de Pernambuco é chamada de Hellcife, o calor gerado pelo nosso amigo amarelinho (sol) é o que não falta.
Além do alívio imediato no bolso, a energia solar também ajuda indiretamente na economia, já que o número de empregos no setor para instalar os painéis cresce. Entre janeiro e agosto, houve uma alta de 43% em postos de trabalho fotovoltaicos.
Será que a energia solar vai se tornar a matriz energética mais utilizada pelo Brasil? O país já possui o triplo da média mundial em energia renovável.
Bem, entre sanções da Rússia, descidas de chaminés, alta dos juros e peso no bolso dos brasileiros, parece que a nação tupiniquim está fazendo algo (até que enfim) para preservar a Amazônia e atenuar o aquecimento global.
Me segue aqui na Prensa e entra no meu grupo do Telegram, lá você recebe meus textos antes que apareçam na plataforma como publicados 😊
Este artigo foi escrito por Maria Renata Gois e publicado originalmente em Prensa.li.