O mercado global de e-commerce é um dos que mais cresce em canais digitais. A previsão da eMarketer era de que até 2020 tal setor alcançasse US$ 4 trilhões e até 2022 representasse 17% do mercado de varejo.
O e-commerce, que se refere a transações e facilitação de negócios na Internet, levou a um aumento nas compras online e interações digitais com marcas.
Nos Estados Unidos, por exemplo, 79% dos americanos compram online. Estes consumidores recebem uma experiência atraente de comércio eletrônico e gastam 140% a mais do que o restante da população, sendo que suas interações digitais com as redes sociais das marcas também podem influenciar 56 centavos de cada dólar gasto nas lojas.
Os números citados mostram que o e-commerce agora se tornou uma extensão de cada empresa. O cenário atual de integração de TI, no entanto, não foi criado para o mundo do e-commerce.
As abordagens tradicionais de comércio eletrônico seguem a integração ponto a ponto que não trata dos desafios para criar as experiências conectadas que os clientes tanto desejam no e-commerce. Logo, a abordagem tradicional não é mais adequada para o panorama atual desse setor.
A chave para o sucesso no e-commerce depende de uma nova abordagem de integração, permitindo que as equipes de TI desenvolvam e integrem rapidamente dados de diferentes sistemas e, por sua vez, construam uma estratégia de e-commerce conectada.
Para conseguir isso, as organizações estão transformando a abordagem baseada em API para uma integração na qual os dados, aplicativos, sistemas e dispositivos são expostos como APIs reutilizáveis.
Os benefícios da conectividade liderada por API podem ser demonstrados através das experiências de grandes empresas como Unilever, que será mostrado logo mais.
O cenário em mudança do comércio eletrônico e o papel da integração
O panorama do comércio eletrônico está mudando rapidamente. Apenas em 2017, o e-commerce nos EUA cresceu cerca de 8-12%. Não é de se admirar que o setor seja agora um canal global de crescimento acelerado.
O comércio eletrônico representa um ponto de inflexão para a TI porque é mais do que apenas criar um site. Requer que as organizações pensem em interações complexas de processos de escritório, estoque e na loja, bem como processos que abrangem vários sistemas, desde Sistemas de Gerenciamento de Pedidos a Sistemas de Pontos de Venda.
Em outras palavras, a TI agora deve usar várias tecnologias e integrar seus dados subjacentes para melhorar processos de comércio eletrônico e assim preencher a lacuna entre o digital e físico.
Para muitas equipes de TI, no entanto, há três desafios principais a enfrentar quando o assunto é e-commerce:
Incapacidade de entregar projetos na velocidade exigida pela empresa.
Construir e adotar uma plataforma de e-commerce (por exemplo, Salesforce Commerce Cloud), bem como conectar essa plataforma a outros aplicativos e sistemas, requer um longo processo de desenvolvimento que atrapalha os processos internos de TI, obstrui a experiência do cliente e não atende às necessidades de negócios.
O cenário de TI não foi criado para uma experiência conectada ao cliente.
Os dados do produto e do cliente estão em qualquer lugar. Para melhor aproveitar tais dados e criar uma experiência conectada ao cliente, as equipes de TI devem integrar vários sistemas legados e modernos – de Order Management Systems (OMS) e sistemas legados no local ao software de Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente (CRM) e Sistemas Pontos de Venda (POS).
Falta de estratégias confiáveis de e-commerce para aumentar a receita.
Mesmo depois que uma organização lança uma plataforma de e-commerce e a integra aos sistemas existentes, é preciso garantir que eles tenham uma estratégia robusta de comércio eletrônico em vigor.
Por exemplo, a TI deve garantir que a plataforma de comércio eletrônico seja confiável e apresente bom desempenho. Afinal, um tempo de atividade que carece de integração para a plataforma de e-commerce de uma organização, especialmente durante o pico dos períodos de compra, pode levar à perda de receita.
É necessário superar os desafios acima para que a plataforma permaneça competitiva no mercado. Para resolver estes desafios, as equipes de TI costumam recorrer a uma abordagem tradicional de e-commerce: integração ponto a ponto.
Abordagens tradicionais dificultam o sucesso
A integração ponto a ponto é uma abordagem tradicional que dificulta o sucesso do comércio eletrônico. Ela depende de conexões um a um. Isso significa que as equipes de TI simplesmente criam conexões um a um entre todos os aplicativos e sistemas para conectar os dados subjacentes.
Quando a integração ponto a ponto é usada em organizações de comércio eletrônico com pequenas infraestruturas, onde apenas 2-3 sistemas devem ser integrados, isso funciona muito bem. Mas a realidade é que as organizações têm centenas de sistemas e aplicativos em funcionamento.
Neste caso, a integração ponto a ponto pode levar a uma arquitetura frágil, na qual os sistemas tornam-se fortemente acoplados, dificultando a integração de novos aplicativos ou o aproveitamento dos dados existentes em novos projetos.
Mais importante ainda, a integração ponto a ponto depende de códigos personalizados, que muitas vezes não são reutilizáveis. Isso significa que as equipes de TI enfrentam muitas duplicatas no trabalho –– especialmente ao extrair os mesmos dados para uso em dois ou mais projetos.
Muitas organizações de comércio eletrônico reconhecem as armadilhas de integração ponto a ponto e agora estão se voltando para uma nova abordagem de integração com base no aproveitamento de APIs chamada de conectividade liderada por API.
Adotando API-led connectivity no e-commerce
A conectividade baseada em API é uma abordagem de integração. Ela permite que empresas envolvidas no comércio eletrônico desbloqueiem dados, serviços e outros ativos para colocá-los em uma plataforma de consumo mais amplo da empresa. A organização pode em seguida, usar tais ativos para criar novos produtos e experiências para os clientes.
Com essa abordagem, em vez de conectar ponto a ponto, cada ativo se torna uma API moderna e gerenciada. Isso significa que ativos, como as APIs, podem ser descobertos por meio de autoatendimento sem perder o controle. As APIs usadas nesta abordagem se enquadram em três categorias:
APIs de sistema expõem dados em sistemas centrais de registro, incluindo OMS, CRMs ou Enterprise Resource Planning (ERP) e muito mais por meio de APIs. Isso permite o compartilhamento e consumo de dados em toda a empresa, evitando retrabalho ou código duplicado.
APIs de processo consomem e orquestram dados expostos por APIs de sistema e representam processos de negócios comuns que interagem com dados e os moldam. Elas existem independentemente dos sistemas de origem dos quais os dados se originam.
APIs de experiência são uma forma de transformar dados e serviços para que sejam consumidos pelo público-alvo. Essas APIs, que são projetadas com os desenvolvedores em mente, abstraem os dados e serviços subjacentes da complexidade dos sistemas.
Ao contrário da integração ponto a ponto, a conectividade orientada a API evita o trabalho duplicado e demorado, já que se associa a um código personalizado, aproveitando APIs reutilizáveis. Por exemplo, imagine que uma empresa crie um aplicativo web que fornece clientes com seu histórico de pedidos, status e de envio de pedidos.
Se mais tarde a organização decidir construir um aplicativo móvel que use os mesmos dados, então ela podem simplesmente aproveitar as APIs existentes para os dados necessários (por exemplo, API de histórico de pedidos).
A equipe de TI só precisa criar uma nova API - uma API móvel dentro da camada de API de experiência que traz todos esses dados para um novo canal.
Unilever acelera a inovação do comércio eletrônico usando APIs
A Unilever, uma das maiores empresas de bens de consumo no mundo, procurou se envolver diretamente com os clientes por meio de canais digitais para construir uma marca omnichannel por meio do e-commerce. Foi então definida a meta de atingir um bilhão de consumidores até 2020.
Devido ao tamanho da infraestrutura, que abrange 1.000 aplicativos, 10.000 interfaces e 500 projetos de TI por ano, a equipe de TI da Unilever se deparou com vários desafios. Era preciso encontrar um solução mais eficiente para implantação de novos produtos e serviços.
A Unilever começou a criar a plataforma para e-commerce que unifica seu portfólio contendo várias marcas em um modelo operacional comum. Neste caso a MuleSoft permitiu a conectividade entre a plataforma de e-commerce a várias ferramentas (NetSuite, Salesforce Commerce Cloud e outros).
Além disso, sua equipe de "integração adaptativa" fez uma avaliação para remover gargalos e apoiar a inovação na linha de negócios.
Usando conectividade liderada por API e a Anypoint Platform, a equipe de TI da Unilever criou uma rede de serviços reutilizáveis, permitindo o autosserviço em várias marcas.
Para os clientes, isso significa uma experiência unificada quanto aos produtos da Unilever; e para a multinacional isso se traduz em ter uma visão única do cliente. Hoje, a implantação de novas iniciativas é de 3 a 4 vezes mais rápida, diminuindo de meses a dias.
O e-commerce, junto com o aumento nas compras online, e as interações digitais que ele traz vieram para ficar. O comércio eletrônico é mais do que apenas configurar um site.
Ele envolve vários desafios, incluindo a construção de uma conectividade complexa para fazer backend de aplicativos e sistemas, proporcionando uma experiência conectada e garantindo escala rápida e confiável.
A mudança no cenário do comércio eletrônico não suporta mais abordagens tradicionais como integração ponto a ponto. Como resultado, muitas empresas estão transformando à conectividade liderada por API, que fornece uma metodologia comprovada para abordar o desafios acima, usando APIs reutilizáveis.
A Anypoint Platform da MuleSoft foi desenvolvida para permitir a conectividade baseada em API. Ela acelera a integração de processos do comércio eletrônico, incentiva a reutilização, expõe ativos relevantes em toda a empresa e garante confiabilidade e desempenho de tecnologias e infraestrutura.
Conforme destacado, o panorama do comércio eletrônico está mudando e as organizações deveM ter as ferramentas necessárias para se manter atualizadas.
*Texto adaptado e traduzido do Whitepaper "From ASICS to Unilever: The key to eCommerce success"
Este artigo foi escrito por Editorial Prensa.li e publicado originalmente em Prensa.li.