Chip no cérebro faz americano voltar a se comunicar
Médicos da Universidade da Califórnia decidiram implantar chips em uma área do cérebro responsável pela fala em uma paciente que a muitos anos não se comunicava.
O neurocirurgião Fernando Gomes, explicou em seu quadro na CNN, ‘Que existem áreas cerebrais chamadas áreas eloquentes, e a responsável pela fala, por exemplo, é uma delas, que faz com que nessa região a gente tenha estímulos elétricos que saem desses neurônios para o aparelho respiratório e, com isso, se consegue articular as ideias da cabeça e produzir a comunicação"
Segundo especialistas, quando um paciente tem um AVC, a consciência do paciente está ativa apesar de ele não conseguir por vezes se comunicar.
Com os implantes do cérebro, o sistema criado para o computador aprende a ler as atividades cerebrais do paciente e com isso faz a transcrição para uma tela.
O médico ainda afirma que quando nos comunicamos, falamos em média 150 palavras por minuto, já o computador consegue traduzir cerca de 15 palavras, o que já é um grande avanço na era da tecnologia e da saúde.
Durante 22 horas ao longo de meses os médicos da Universidade da Califórnia monitoravam as atividades do paciente, enquanto ele pensava em palavras soltas e simples como “família e água.
Com o tempo, o sistema desenvolvido para a comunicação cerebral começou a solicitar mais palavras para transformar em frases, e a primeira frase dita pelo paciente foi “Estou muito bem”, ao responder à pergunta do computador ‘Como você está hoje?”
Apesar da euforia no meio médico com o sucesso e avanço da tecnologia que permitiu a comunicação deste paciente, não é a primeira vez que isso acontece.
Em 2010 um grupo de estudantes da Universidade de Ohio, também nos Estados Unidos, se envolveu em um acidente de barco quando bateu em um banco de areia. Entre os estudantes estava Ian Burkhart, um estudante de produção de vídeo.
Foto: Divulgação portal Olhar Digital
Após o acidente, o estudante perdeu os movimentos dos braços, pernas e quase que por completo a sensibilidade do corpo. Após vários anos vivendo essa nova realidade, o estudante se inscreveu em um programa experimental para implantar um pequeno chip no cérebro para facilitar os movimentos.
“Eu não estava pronto para viver a paralisia” Disse o estudante, que após 6 anos do início do experimento, não apenas conseguiu parte dos movimentos de volta como inclusive voltar a jogar um dos seus jogos preferidos, Guitar Hero.
O chip implantado no estudante é um pouco maior que um grão de arroz e monitora as atividades cerebrais do córtex.
Outro caso que ficou conhecido, foi a de um homem que sofreu um acidente na medula espinhal em 2007 e após ter o corpo paralisado do pescoço para baixo, ele voltou a escrever com a ajuda da mente e de médicos da Universidade de Stanford.
10 anos após o acidente do homem, a médica Jaimie Henderson, professora de neurocirurgia em Stanford, implantou 2 microchips de 1 milímetro em seu cérebro. Os chips registram parte do córtex do homem e enquanto ele imaginava que estava escrevendo em uma folha de papel, o computador registrava suas atividades e transformava em texto numa tela.
Muito se tem feito com tecnologia e pela tecnologia no mundo, e parte deste esforço tem ajudado a milhares de pessoas mundo a fora, e com o avanço e investimento cada vez maior de grandes corporações como no caso da Tesla e tantas outras, podemos dizer que estamos passando por outro momento de transformação mundial tão importante quando foi a revolução industrial.
Imagem de capa - CNN Brasil
Este artigo foi escrito por Daniel Marx e publicado originalmente em Prensa.li.