Coco de Zambé: Uma dança típica do RN
No vale do rio Cunhaú, no sudeste do Rio Grande do Norte, existe uma brincadeira, ou seja, um ritmo expressivo que já virou uma tradição popular, repassado geração após geração, que constitui-se em manifestações de danças, cantos, músicas e poesias orais, que é próprio do povo potiguar: O Coco de Zambê.
A brincadeira do Coco de Zambê, também conhecida popularmente como Coco de Roda, sobrevive hoje no munícipio de Tibau do Sul-RN, principalmente nos distritos de Pipa, Sibaúma e Cabiceiras, ficando guardada na memória do mestre embolador de coco e dos participantes, que cantam e dançam nos salões e nos terreiros, ao som dos ganzás e de dois ou mais tambores.
Os emboladores de coco, também chamado de coquistas ou de cantadores de coco, se utilizam de instrumentos denominados “zambê” e “chamá”, tambores de pau furado cobertos com couros de animais. Através dos movimentos e das performances, ao ritmo da dança e do batuque, o Coco de Zambê vai se transformando em uma admirável expressão cultural do povo Norte-Rio-Grandense, ocorrendo, geralmente, no mês de São João, mas também em épocas comemorativas de grandes colheitas e pescas.
De acordo com a professora Dra. Ignês Ayala da (UFPB), a brincadeira do coco é um gênero improvisado que “pertence ao um conjunto de formas de expressão de herança cultural e musical de matriz africana, identificada pelo ritmo, instrumentos de percussão, passos e gestos na dança”. Sua origem está registrada tanto nos estudos de Câmara Cascudo quanto de Mario de Andrade, além de estudos de novos pesquisadores acadêmicos, como Deífilo Gurgel, Dácio Galvão e Ciro de Almeida Lins.
Dessa forma, através do grito performático e do batuque dos tambores, nasce uma das mais belas expressão cultural de um povo simples e trabalhador, que valoriza a memória, a tradição e a história dos seus antepassados, nasce uma brincadeira dançante que faz parte da identidade cultural do povo potiguar, uma brincadeira que traz alegria para as crianças, jovens e idosos, nasce o Coco de Zambê.
Este artigo foi escrito por Claudson Faustino e publicado originalmente em Prensa.li.