Como a Europa se adapta ao calor extremo
Acostumados com clima ameno no continente, países correm para emitir e desenvolver alertas para combater os efeitos da onda de calor extremo no verão
Verão europeu não é mais o mesmo! A onda de calor extremo que toma conta do continente aumenta, na mesma proporção das mudanças climáticas. Diante da realidade, o desafio, agora, é adaptar a vida da população às altas temperaturas.
Alerta de calor extremo
Recordes de temperatura no verão europeu. O cenário volta a causar preocupação de autoridades. A cada ano, termômetros registram recordes. Espanha, 46°C, Portugal, 47°C, França também registra altas temperaturas e até o Reino Unido, já chegou a enfrentar o dia mais quente da história. Marcas registradas na estação para o calor sufocante que parece não dar trégua. Sinal de alerta foi acionado para os riscos à saúde da população, com a exposição ao calor extremo.
Mas o alerta não é atual! No mesmo período do ano passado, especialista Robert Stefanski, da Organização Meteorológica Mundial já havia explicado sobre a onda de calor extremo do verão anterior na Europa. Fenômeno climático ficaria mais frequente e com, cada vez mais, intensidade.
“Apenas uma amostra do que está por vir”, afirmou o integrante da OMM ao El País.
Calor deve continuar
A Organização Meteorológica Mundial prevê que o calor extremo continue diante dos níveis recordes de gases do efeito estufa na atmosfera. Em 2021, a OMM já havia registrado o sétimo ano seguido de alta de 1°C no planeta, se comparado com período pré-industrial.
Um grau pode não significar muita coisa! Mas o fato é que a população mundial vive o período mais quente da história dos últimos 125 anos. O alerta foi feito no último Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU.
A agência explica ainda que, desde 1980, as décadas têm registrado temperaturas mais quentes e a tendência é que, assim, permaneça. E ainda: o Meet Office estima que aumentou em 10 vezes a probabilidade de calor extremo na Europa por causa das mudanças climáticas.
E por trás do calor extremo estão as queimas de combustíveis fósseis. São eles:
- Carvão;
- Petróleo
- Gás.
Matéria-prima cada vez mais em uso no mundo, mas que retêm o calor na atmosfera.
Especialistas explicam que os três combustíveis intensificam a concentração de dióxido de carbono (CO2) para os níveis mais altos em dois milhões de anos.
Por isso, um dos maiores desafios da humanidade é reduzir as emissões a zero até 2050, estima a ONU. É preciso cortar os gases que provocam o efeito estufa e ainda descobrir maneiras de retirar a concentração que permanece na atmosfera.
Zoe: Onda de calor ganha nome oficial na Espanha
Zoe, é a nomenclatura adotada por pesquisadores para fenômenos climáticos do tipo, presentes hoje na Europa. E a onda de calor extrema foi classificada com categoria 3, o grau mais severo no sistema espanhol.
O autoridades decidiram nomear a onda de calor extremo na Europa para acionar respostas dos serviços de emergência, tais como:
- Envio de equipes de saúde aos locais vulneráveis;
- Abertura de centros de resfriamento;
- Emitir alertas climáticos.
Alerta calor extremo muda hábito da população
O cenário atual de calor extremo faz autoridades europeias alertarem a população, diariamente, sobre a necessidade de cuidados diante do clima.
Para a maioria da população acostumada com temperaturas mais amenas durante o verão, a mudança de hábito tem sido um desafio.
O que para povos, como os brasileiros, evitar sol entre 11h e 15h é amplamente conhecido, para europeus e britânicos, agora, é aprender a lidar com a prevenção para evitar sinais de insolação.
Este artigo foi escrito por Sandra Riva e publicado originalmente em Prensa.li.