Como ensinar pensamento computacional para crianças?
No século XXI, é mais importante do que nunca que as crianças desenvolvam fortes habilidades de computação. No entanto, simplesmente ensiná-las a usar um computador não é suficiente — elas também precisam aprender a pensar como um computador. Então, é aí que entra o pensamento computacional. Mas, como podemos fazer isso? Continue lendo para descobrir.
O que é pensamento computacional?
O pensamento computacional é a capacidade de dividir problemas complexos em partes menores e mais gerenciáveis que podem ser resolvidas usando algoritmos.
Porém, o pensamento computacional não é apenas para cientistas da computação. Essa é uma habilidade valiosa para quem quer conseguir resolver problemas complexos. Isto é, quando você aprende a dividir problemas em partes menores e identificar padrões, você estará mais bem equipado para enfrentar qualquer desafio que surgir em seu caminho.
Como incorporar o pensamento computacional na vida das crianças?
O primeiro passo é se familiarizar com os quatro pilares do pensamento computacional: decomposição, reconhecimento de padrões, abstração e algoritmos.
Decomposição
A decomposição é o processo de dividir um problema ou tarefa em partes menores e mais gerenciáveis. Por exemplo, se seu filho for solicitado a limpar o quarto, ele poderá decompor a tarefa em tarefas menores, como arrumar a cama, pegar brinquedos do chão e colocar roupas no cesto.
Reconhecimento
O reconhecimento de padrões é a capacidade de identificar padrões nos dados. Por exemplo, ao olhar para um conjunto de números, uma criança pode perceber que todos os números são pares (um padrão). Ou, ao olhar para um conjunto de formas, uma criança pode notar que todas as formas são círculos (outro padrão).
Abstração
Abstração é o processo de pegar algo complexo e torná-lo mais simples. Por exemplo, ao escrever um ensaio, um aluno pode usar a abstração criando um esboço antes de começar a escrever. Assim, esse esboço os ajudará a se concentrar no que querem dizer e facilitará a redação do ensaio.
Algoritmos
Os algoritmos são um conjunto de etapas que podem ser seguidas para resolver um problema ou realizar uma tarefa. Portanto, ao seguir um algoritmo é importante ser preciso e não pular nenhuma etapa. Os algoritmos são muito importantes e usados o tempo todo quando os programadores estão escrevendo um código.
Por que ensinar pensamento computacional para crianças?
O pensamento computacional é geralmente estimulado pela primeira vez durante os anos do ensino fundamental. No entanto, pode ser benéfico começar mais cedo. Os padrões de pensamento computacional podem ser encontrados em muitas atividades diárias, por exemplo: jogos de música e movimento, jogo de blocos e quebra-cabeças.
Seja como for, o ensino do pensamento computacional traz vários benefícios como:
Ajuda as crianças a desenvolver habilidades de pensamento lógico e crítico.
Ensina a dividir problemas complexos e resolvê-los mais facilmente.
Estimula o conhecimento interdisciplinar.
Ajuda a entender e usar conceitos como algoritmos e estruturas de dados.
Incentiva a criatividade e o pensamento inovador.
O pensamento computacional pode ajudar essas crianças a ingressar no mercado de trabalho no futuro. As habilidades exigidas no mercado de trabalho estão mudando rapidamente, e os empregadores estão cada vez mais procurando trabalhadores com habilidades de pensamento computacional.
Dicas para ensinar pensamento computacional para crianças
Há muitas maneiras de incorporar o pensamento computacional em sua vida diária, seja você um pai ensinando seu filho ou um professor trabalhando com alunos.
Aqui estão algumas dicas:
Ajude-os a entender como os computadores funcionam. Não se preocupe em ser um expert da computação, pois você pode começar com coisas simples. Por exemplo, explicar como um computador recebe a entrada (de um teclado ou mouse), a processa e produz a saída (em uma tela ou impressora).
Comece ensinando-lhes o básico da codificação. Isso lhes dará uma base sobre a qual construir conceitos mais complexos.
Envolva-os em projetos que exigem pensamento computacional. Isso pode ser qualquer coisa, desde projetar um novo jogo até resolver um problema real.
Faça com que as crianças se interessem por codificação. O Scratch é uma ótima maneira de começar, pois, é visual e fácil de usar. Certamente, também existem muitas outras linguagens de codificação que as crianças podem aprender, como Python ou JavaScript.
Incentive a resolução de problemas. Quando algo der errado com um computador, ajude-o a solucionar o problema passo a passo.
Ajude-os a criar coisas pelas quais são apaixonados. Pode ser desde criar um site até criar um personagem de videogame. Assim, ao trabalhar em projetos com os quais se preocupam, eles serão motivados a continuar aprendendo coisas novas e expandindo seu conjunto de habilidades.
Incentive-os a experimentar e brincar com o código. É importante que eles entendam que não existe uma maneira correta de abordar um problema.
Ajude-os a desenvolver persistência e resiliência, incentivando-os a não desistir quando enfrentam contratempos.
Quais recursos estão disponíveis para ajudar a ensinar o pensamento computacional?
Nos últimos anos, muitos recursos foram desenvolvidos para ajudar a ensinar esses conceitos a estudantes de todas as idades. Veja alguns:
A editora Krieduc possui uma ótima coleção de livros de tecnologia no ensino fundamental que ajuda a ensinar o pensamento computacional.
O Code.org é outro grande recurso para educadores interessados em incorporar o pensamento computacional em suas salas de aula. A Code.org oferece planos de aula e atividades para estudantes de todas as idades, bem como oportunidades de desenvolvimento profissional para educadores.
Já a Alice é um ambiente de programação que usa gráficos animados em 3D para facilitar a criação de animações e jogos para programadores novatos. A Alice está disponível para download gratuito, e há muitos tutoriais e recursos on-line disponíveis para ajudar os educadores a começar a usar Alice em suas salas de aula.
Este artigo foi escrito por Adriana Wiechorek e publicado originalmente em Prensa.li.