Como iniciar um trabalho voluntário
O mundo precisa de ajuda. E não falta causas: meio ambiente, crianças, educação, animais e uma infinidade de minorias que necessitam de auxílio, direção e principalmente inclusão. E agora no final de ano, onde as pessoas ficam mais reflexivas, criam metas e objetivos para o próximo ano, pode ser o melhor momento para pensar neste tema. Existem voluntários para fazer - inclusive você, nem venha fingir que não é contigo, rss.
Mas por que muitos não se engajam nas causas?
Vou tentar explicar a partir da minha experiência. Acredito que além de vários medos e limitações, achamos que tais trabalhos vão consumir 24 horas por dia. Mas você não tem ideia do que pode ser feito em uma ou duas horas de dedicação.
Três anos atrás. Havia participado de outros projetos sociais, que depois de um tempo, não representavam os meus valores - e isto é muito importante ter esta percepção. A sensação de vazio era grande. Afinal, precisava agradecer por tudo de bom que havia recebido - e não eram poucas coisas. Foi então que fui em busca na internet para encontrar algo.
Eis que encontro o Projeto Pupila - que tinha por objetivo fornecer educação de qualidade a jovens e pessoas que procuravam por oportunidades no mercado de trabalho. E o melhor: precisava de algumas horas de voluntariado.
Aí, curioso como sou, fui conhecer. Em uma sala da Biblioteca Mario de Andrade, conheci a Bruna Tuani - responsável pelo projeto, que de um jeito simples, responsável e um brilho surreal nos olhos explicou como funcionava. E foi amor à primeira vista. Entrevistas, perguntas e um tempo depois, a mensagem: você pode dar aula de marketing para a turma de Artur Alvim?
Era perto de casa, o tema é bem comum à minha experiência, por que não aceitar? Disse sim e aí veio a dor de barriga. Porque várias perguntas e crenças surgiram: e se você não der conta? E se a sala for chata? E se estes adolescentes não quiserem nada com nada? E se o que você passar não fizer qualquer sentido? Deixei os "e se" de lado e fui enfrentar o desafio.
Desafio? Não! O resultado? Três aulas maravilhosas, quase não consegui acompanhar o pessoal, que era ávido por aprender mais e mais. E está sendo assim em cada aula: incrível.
Posso te dar duas dicas simples?
1ª) Procure um projeto que se identifique e que tenha competências para fazer: aqui, muita gente fica magoada, pois acha que somente a disponibilidade basta. Desculpe, não é verdade. Os projetos não são brincadeiras e contam com as suas habilidades - você tem viu, fique tranquilo(a) - para crescer!
2ª) Achou? Agora vem a parte mais difícil: vai. É isso mesmo! Deixe as críticas, autocríticas, "conselhos" e se entregue. Com certeza você irá contribuir e aprender muito! É mais simples do que parece!
E então, vamos começar?
Este artigo foi escrito por Carlos Augusto Rodriques e publicado originalmente em Prensa.li.