Como o low-code pode ajudar no déficit de profissionais de TI?
A tecnologia low-code tem se destacado entre as empresas e profissionais no setor tecnológico, quebrando a barreira que surge na hora de criar aplicações corporativas.
Porém, no atual cenário, ela tem sido especulada como uma possível solução para suprir a escassez de profissionais na área de TI. Como será que essa tecnologia pode ajudar neste ramo trabalhista?
Para isso, vamos retomar alguns conceitos que já foram abordados aqui neste perfil.
O que é low-code?
O low-code é um termo em inglês e pode ser traduzido para o portugues como “baixo código”, em outras palavras, são plataformas que possuem pouca linguagem de programação e já trazem códigos pré-inscritos.
O termo low-code surgiu em 2014 para definir plataformas que tinham um perfil voltado para a Interface Gráfica do Usuário, que permite que quando o usuário observar o sistema, ele já sabe o que fazer e para onde ir. Um exemplo clássico dessa interface, é a tela do Windows, em que o usuário tem uma visão dos aplicativos, arquivos, janelas, entre outros.
Déficit de profissionais de TI
De acordo com a Brasscom, instituição voltada para a transformação digital, estima-se que o déficit de profissionais voltados para a área de TI deve chegar até 797 mil até 2025, um número bastante preocupante para o mercado, embora empregos no setor de tecnologia estejam em alta.
A questão principal deste panorama é os bastidores dessa trama trabalhista: há muitas vagas surgindo devido ao crescimento da tecnologia nas empresas, contudo, há escassez de funcionários para preencher estas vagas.
Existem diversos fatores que podem contribuir para que este problema esteja acontecendo, a título de exemplo, duas emblemáticas importantes: fuga de cérebros e a temática dos jovens no ramo da tecnologia da informação.
Fuga de cérebros é classificado como um fenômeno mundial que ocorre quando profissionais qualificados não exercem mais suas habilidades em seu país de origem e começam a colocar em prática seus dons profissionais em solo extrangeiro. Em relação ao déficit de profissionais na área de TI, muitas pessoas habilidosas e com conhecimento em idiomas foram e estão sendo desejadas em outros países.
Já a questão dos jovens neste setor tecnológico é um fator que deve ser analisado.
Segundo o professor Ildeberto Aparecido Rodello, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP), os jovens da atualidade não possuem interesse em ter um futuro voltado em trabalhos de TI. Infelizmente, a tese de Rodello se confirma em um estudo feito no ano passado por uma empresa britânica de análise de dados, Exasol, que surpreendeu ao relatar que 49% dos jovens não possuem interesse em seguir carreira no campo das ciências de dados.
Porém vale ressaltar que não são todos os jovens que desviam o olhar para a área de TI, ainda há muitos jovens que buscam e se interessem fortemente pela tecnologia. Contudo, outro problema pode aparecer: as empresas que buscam profissionais qualificados na área da tecnologia da informação, não estão contratando aqueles que estão começando no setor.
O motivo? As corporações buscam um especialista excepcional na área , sendo que este, busca condições melhores de trabalho fora do próprio país (fuga de cérebros), deixando assim muitas vagas abertas mas poucos capacitados para conquistá-las.
Como o low-code pode ajudar?
O low-code possui uma característica interessante: possibilita que qualquer corporação possa produzir soluções tecnológicas, mesmo que seus profissionais não saibam nada sobre o assunto.
Desta forma, toda empresa e toda profissão acabam se apropriando da tecnologia de certo modo. Começa a ser incorporado uma democratização da tecnologia que não fica apenas limitada para profissionais que são formados na área, agora, qualquer um pode usar esse conhecimento tech para ajudar a empresa a crescer e desenvolver suas próprias habilidades profissionais.
Esta popularização do conhecimento de TI cria o chamado citizen developer (desenvolvimento cidadão) termo criado para designar outros profissionais que criem ou modifiquem softwares, mesmo sem saber nada sobre programação.
A tecnologia low-code reduz os custos, pois ela proporciona, através de sua praticidade, fazer mais com menos pessoas. Ela também é capaz de melhorar a distribuição de trabalho, contribuindo assim no crescimento de profissionais que não são formados em TI, mas que sabem as técnicas e conhecimentos necessários para ser um profissional tão capacitado quanto um especialista formado.
Mas e você, o que acha sobre o low-code ajudar a diminuir a falta de profissionais de TI?
Este artigo foi escrito por Sarah Gomes e publicado originalmente em Prensa.li.