Como será o futuro das redes sociais e dos criadores de conteúdo com a Web3?
Imagem: Kriptokoin
O processo de descentralização da internet por meio de criptografia já está em curso e pode ser considerada a próxima grande ‘’Revolução Industrial’’.
Há vinte anos, seria difícil imaginar que estaríamos hiperconectados, enviando vídeos, mensagens de qualquer lugar do mundo e que o celular seria o principal dispositivo tecnológico, substituindo computadores pessoais.
Hoje, ninguém estranha mais receber um anúncio super personalizado sobre algo que acabou de pesquisar ou ter uma publicação banida no facebook por violar as diretrizes de determinada comunidade. Isso já não nos surpreende mais.
O modus operandi das Big Techs tem como principal característica, a centralização e o uso massivo de nossos dados pessoais, a fim de utilizá-los com fins lucrativos: tais como comerciais, com ênfase também no consumo de produtos e novos serviços, além de satisfazer as agendas políticas.
Tudo isso também influencia diretamente muitas de nossas decisões, desejos e comportamentos a ponto de sermos induzidos a usufruir de determinado serviço ou produto. Somos bombardeados por informações e anúncios a todo instante.
O fato é que a arquitetura em blockchain facilita a criação de aplicativos descentralizados e a web3 quebra a necessidade de existir uma empresa que centralize e faça o que bem entender com os seus dados, ou seja, agora você é dono dos seus próprios dados, tendo autonomia para vendê-los, negociá-los para um anunciante.
Existem abordagens realmente únicas para o mercado de NFT. Dois exemplos que pretendo utilizar são o SuperRare e a Only1 — concebida para plataforma Solana (rede que hospeda a criptomoeda SOL) que se vende como a primeira rede social de NFT.
A SuperRare foi criada para combater o influxo de quedas e ofertas de NFT de baixa qualidade no espaço criptográfico. Ela oferece aos colecionadores uma gama de obras-primas digitais de alta qualidade.
Como funciona o superRare:
1- É uma plataforma de criptografia que usa o Blockchain Ethereum para cunhar, realizar transações e verificar NFTs listados em suas plataformas.
2- Não é custodial, ou seja, o NFT de um vendedor é bloqueado em contrato inteligente quando listado e não sairá de sua carteira até que seja vendido. Isso se aplicará também quando os fundos de um comprador permanecerem garantidos por meio de um contrato inteligente ou quando usados para licitar uma NFT e só serão transferidos quando a oferta do usuário for bem sucedida.
3- O SuperRare opera em um modelo de leilão cronometrado, que pode ser configurado com um preço de reserva específico de acordo com lances que atendam datas simples de início e término sem reserva. Além disso, o NFT SuperRare de um usuário serão exibidos automaticamente em sua coleção de NFT, sendo que eles podem personalizar suas exibições e exibir os NFTs de seus criadores favoritos.
Para facilitar seus potenciais compradores, o SuperRare trouxe as seguintes soluções:
1- Antes os compradores precisavam listar suas obras de arte, através de um envio que seria analisado pela equipe do SuperRare Labs para aprovação, agora isso mudou.
2- O SuperRare introduziu seu token RARE, um mecanismo que consiste em democratizar os processos de governança da plataforma (incluindo como a plataforma seleciona novos artistas) e agora cede o controle geral da SuperRare à sua comunidade ao longo do tempo.
3- Agora, cada NFT listada está sendo cunhada diretamente na plataforma depois que o criador foi selecionado e aprovado. Como resultado, cada obra de arte está listada no SuperRace e representa uma peça única de arte digital.
O que mais me chamou atenção é que o token SuperRare DAO e RARE foram projetados para dar a comunidade de colecionadores e artistas da plataforma maior segurança em suas transações.
Com RARE, teremos uma comunidade mais fortalecida, transparente quanto a melhorias propostas para plataforma de criptografia SuperRare, sendo possível decidir onde alocar fundos do tesouro da comunidade, além de obtenção de maior flexibilização nas negociações e por aí vai.
Sobre a Only1:
Trago aqui minhas considerações, problemas e soluções a respeito:
1- Usuário e criadores de conteúdo estão sob constante pressão de censura, desmonetização e perda da conta.
2- Para gerar receita, os criadores de conteúdo precisam recorrer a investimento em mídias pagas, tais como posts pagos, links patrocinados e parceiros.
3- É necessário atender as agendas políticas, fato é que todos estarão sujeitos à manipulação dos conteúdos.
E a solução está pautada em dois pilares para sanar os problemas reportados:
1- Uma estrutura econômica descentralizada (DeFi) que permite a geração de receita do criador de conteúdo pela audiência, ou seja, os consumidores financiam diretamente o criador de conteúdo;
2- Uma organização autônoma descentralizada (DAO) que viabiliza que as pessoas, por meio de votação, determinem os limites e a regulamentação da comunidade.
O mais interessante disso tudo é que qualquer publicação se torna um NFT, dando crédito a quem merece (creator), de forma que, se constrói, se educa e se molda o comportamento do público alvo o engajando através do conteúdo criado.
Esse artigo pode ser convertido em NFT, imagine que eu tenha uma grande audiência, alguém poderia comprar esta publicação e se tornar proprietária e dona dos royalties dessa publicação.
Esse modelo de negócio abre espaço para outras pessoas acessarem esse conteúdo e após a publicação (NFT) ter sido comprada, as pessoas precisariam dar ‘’likes’’ para desbloquear o conteúdo, sendo que esses likes custariam frações de centavos.
Seria como uma via de mão dupla, beneficiando todos os envolvidos: o dono do NFT, o criador de conteúdo e seus seguidores - por meio de repartição que não é igualitária quanto à valores a receber.
Será que estamos dispostos a pagar, mesmo que seja uma quantia irrisória, para ter liberdade e não depender de produtos para grandes entidades?
São muitos questionamentos e poucas respostas de todo modo, vejo a Web3 como futuro inevitável até pela oportunidade que ela pode gerar nesse mundo cada vez mais globalizado e descentralizado.
Estamos diante de uma revolução não só no âmbito tecnológico, mas também em prol da iniciativa de manifestar-se de acordo com aquilo que acredita, exercendo seu livre arbítrio, fugindo do controle estatal, bem como, de qualquer monopólio ou oligopólio… rumo à liberdade!
Este artigo foi escrito por Rainier Luidgi e publicado originalmente em Prensa.li.