Crítica: Tick, Tick… Boom!
Um dos mais brilhantes atores de sua geração, Andrew Garfield dá vida a Jonathan Larson em adaptação da Netflix e direção de Lin-Manuel Miranda. Jonathan Larson deixou um legado pós-vida, sendo o criador de Rent, clássico da Broadway que cantava o momento vivido nos anos 80 em tempo real.
Tick, Tick… Boom! também foi escrito por Larson e detalha sua saga enquanto aspirante a escritor e compositor de musicais. Na história - tanto a original produzida na Broadway, quanto a adaptação de Lin-Manuel - Larson conta a própria história na saga de tentar lançar Superbia, seu primeiro musical, que levou 8 anos para ser produzido e nunca viu a luz do dia.
De Superbia à Tick, Tick… Boom! e Rent
Os anseios, obsessões e epifanias de Larson são colocados em cena por um Andrew Garfield, apaixonado pela arte, ingênuo e que tenta tocar o coração das pessoas. Durante o desenvolvimento do enredo, Larson acaba perdendo o controle da situação e pouco a pouco perde suas amizades e namorada também, em busca desse sonho. Sonho esse, que fracassa…
Através de uma cronologia ágil e uma imersão intensa na vida do compositor, quem assiste o filme passa pelo musical que nunca foi (Superbia), vive o musical que fala sobre o passado fracassado (Tick, Tick… Boom!), e tem um vislumbre do que veio depois, com o sucesso avassalador de Rent.
30/90
Com a crise dos 30 anos chegando, Larson perde a perspectiva de vida e se vê em uma pressão de continuar sendo atendente num Café, sem ter conquistado seu sonho. Isso afeta seus relacionamentos, tratando a todos como meros espectadores de sua vida, até que sua agente lhe diz algo, após o fracasso de Superbia: “Escreva sobre algo que você sabe”.
Considerando o final da história - o que é mais impactante, sabendo que se trata de uma história real sobre Larson -, muito mais do que coreografias bonitas, e Andrew Garfield, e Vanessa Hudgens, e um elenco incrível, a mensagem subentendida em cada letra, cada composição, é a verdadeira mensagem da história.
Encontre o que te faz feliz, o que você gosta, seja quem você é, e leve a vida assim até o final.
Com certeza é um filme 5/5.
Este artigo foi escrito por Matheus Thomaz Rossi e publicado originalmente em Prensa.li.