Cruella - o diabo veste dálmata
Os vilões seguem em alta: depois de Malévola, Thanos, Coringa e outros menores, chegou a vez da vilã mais temida pela PETA ganhar um filme próprio.
Cruella já está disponível através do Premier Access do Disney Plus para os ansiosos ou endinheirados que estiverem com R$ 69,90 sobrando e estará disponível no dia 16 de julho para nós, reles mortais, no serviço regular do Disney Plus.
O filme se foca numa trama do mundo da moda onde duas Emmas se enfrentam. Não, não estou falando das aves que correm a velocidades de até 60km/h ao invés de voarem, mas sim das atrizes Emma Thompson (Mais Estranho que a Ficção – inclusive recomendo assistir) no papel da ególatra Baronesa von Hellman e de Emma Stone (Zumbilândia 1 e 2, La La Land) como Estella, a talentosa jovem que se refere ao próprio lado negativo como Cruella.
A dinâmica entre as personagens lembra muito a encenada por Meryl Streep e Anne Hathaway em O Diabo Veste Prada. Felizmente essa dinâmica muda conforme Estella passa a deixar seu lado Cruella aflorar e assumir o controle, afinal, a vilã tem apenas até o final do filme para se tornar uma vilã “de verdade” – como uma espécie de Pinóquio das trevas, para manter a analogia dentro do universo Disney – e ser a personagem temida por humanos e caninos em filmes futuros dessa extremamente provável franquia.
Os primeiros 15 a 20 minutos são com uma Cruella criança e sua cachorrinha sem raça definida, como a mostrar que mesmo a inimiga nº1 das organizações de defesa dos animais já foi uma boa pessoa um dia, e que até mesmo amava os cães!
Depois disso começa o já citado embate entre Cruella e Baronesa, ao som de uma agradável trilha sonora com grandes nomes da música anglo-saxônica. A questão é que o filme tem 2 horas e 14 minutos e faz questão de usar músicas suficientes para um disco triplo, isso, claro, se ainda existissem CD’s no mundo. São tantos embates que ao final do filme já estamos exaustos da história e até mesmo da trilha sonora.
Figurino estonteante sobre o qual eu não entendo nada. (Imagem: Divulgação)
Vou poupar você da minha vasta ignorância com o mundo da moda e dizer que os figurinos são muito bem trabalhados e devem concorrer ao Oscar nessa categoria. Deve ter uma série de razões e explicações para cada traje, mas certamente tem algum vídeo no Youtube explicando cada um deles extensivamente caso você queira saber.
Um ponto importante para aproveitar Cruella, é entender que apesar de se parecer muito com uma prequela, no fundo, no fundo, é bem mais um reboot. A maioria dos elementos está ali, exatamente onde deveria estar, mas a película diverge dos filmes e animações anteriores e os supostos filmes seguintes devem basear suas decisões nessa Cruella de 2021, que não fica com os olhos vermelhos, nem é 120% má como a de Vil do clássico de 1956.
Por mim, eu ficava com essa Cruella de 56 ou mesmo com o desenho dos 101 dálmatas exibido por aqui no saudoso Disney Cruj, mas essa é a nova Cruella do novo mundo onde o streaming chega junto com o cinema, onde vilões não são inteiramente maus e protagonistas não são inteiramente bons e onde os casacos de pele, felizmente, são sintéticos.
(Imagem de capa - Divulgação/Disney)
Este artigo foi escrito por Gustavo Borges e publicado originalmente em Prensa.li.