Da pobreza à miséria
A desenfreada Inflação, o aumento de desemprego e do custo de vida combinados com a ausência de políticas públicas referente ao combate a pandemia do COVID-19 levaram o Brasil a bater os recordes negativos desde que o Ministério da Cidadania passou a registrar os dados referentes a pobreza em 2012.
Constatado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) em maio de 2021, mais de 14,5 milhões de pessoas se encontram em situação de extrema pobreza. O Governo Federal define o termo extrema pobreza as famílias brasileiras que vivem com renda per capita de até R$ 89 mensais, em regra essas pessoas invisibilizadas vivem em ruas, barracos e favelas. Os números registrados apontam também que além das pessoas em situação de extrema pobreza, que no Brasil há também 2,8 milhões de famílias em condições de pobreza (aqueles que vivem com renda per capita de R$ 90 e 178 mensal).
Desemprego
O crescimento do desemprego explica parte do aumento da pobreza no país. O IBGE aponta que houve queda de 1,2 ponto percentual de desemprego dentre o primeiro e o segundo semestre de 2021, o que não quer dizer que o Brasil esteja se recuperando, atualmente mais de 14 milhões de brasileiros estão fora do mercado trabalho.
Inflação atinge 10,25% em 12 meses
Desde o início do Plano Real, em 1994 esta é a primeira vez que a taxa anual atinge os dois dígitos. Segundo os dados divulgados pelo IBGE em setembro de 2021, tivemos a maior taxa desde 1994.
Enfrentamento a pandemia do Covid-19
No site oficial do Governo www.gov.br, uma série de medidas foram anunciadas para estimular à economia. A notícia publicada em 18 de outubro de 2021 cita que Micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais foram beneficiados por R$ 1,169 trilhão desde o início da pandemia. Outras medidas como programa Emergencial de Acesso a Crédito foram anunciadas pelo governo, mas, em grande parte as medidas do governo favorecem as grandes empresas e principalmente ao Agro Negócio.
A empresa LCA Consultores calculou o índice da miséria no país, a partir de dados do IBGE, Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e projetou um aumento ainda maior nos dados até o fim do ano. Atualmente vivemos no Brasil dos aumentos constantes do botijão de gás, carne, energia, diesel, gasolina dentre outros produtos básicos para manutenção da vida, o que infelizmente não vemos no Brasil é aumento no desenvolvimento sociais, no salário mínimo e nas políticas públicas que deveriam acolher nosso povo brasileiro. Atualmente somos o Brasil que abandou a linha da pobreza para entra na linha da miséria.
Morador de rua "invisibilisado" na Avenida Paulista, Centro - SP. out 2021 ©LucasSiqueira
Este artigo foi escrito por Lucas Siqueira e publicado originalmente em Prensa.li.