Darkverso ameaça tecnologia e segurança de usuários
Relatório lista possíveis crimes cibernéticos no Metaverso
Fazer compras nas lojas preferidas, fechar negócios … No Metaverso, são experiências imersivas e interativas totalmente possíveis. Mas, e se nessa transação desse universo virtual, que simula a realidade paralela, você cruzar o caminho com pessoas mal intencionadas e for vítima de um golpe?
Sim! É possível. O ambiente é novo e cheio de usuários inexperientes, um prato cheio para criminosos que utilizam técnicas de engenharia digital para conseguir dados pessoais e financeiros.
O universo, ainda em estágio inicial, que já movimenta bilhões de dólares no mundo real, pode estar em perigo e sofrendo ameaças por todos os lados. E esse mundo com tamanho potencial também esconde um lado obscuro e perverso: o Darkverso, uma ameaça já presente, alertou a Trend Micro em novo relatório.
Riscos e ameaças que o Metaverso esconde
A nova tecnologia é valiosa. Em 2021, o Metaverso da web 2.0 foi avaliado em US$ 14,8 trilhões, segundo dados da Statista.
O problema é que, como toda plataforma online nova, em desenvolvimento, o multiverso também precisa de cibersegurança.
A Trend Micro divulgou um vídeo para fazer um novo alerta. Para conferir a íntegra, clique aqui.
Em resumo, no documento, há uma"lista abrangente de ameaças que incluem alguns (ataques) que são aplicáveis hoje e outros que serão em três a cinco anos", como explica empresa em relatório.
Golpistas e criminosos podem roubar dados, fraudar identidades e atacar ativos digitais, as NFTs. E a principal preocupação mesmo é com o Non-Fungible Token (NFT), que não pode ser substituído. Esse ativo também pode ser conhecido como uma unidade única de dados, armazenada em um blockchain e que pode ser vendida e negociada.
"Os dados NFT podem incluir hashes ou links para arquivos digitais de texto, fotos, vídeos, áudio e muito mais. NFTs fornecem certificado público de autenticidade ou prova de propriedade dos dados, embora não haja base para este tipo de propriedade ainda. Eles são exclusivamente identificáveis e regidos por contratos inteligentes".
Hoje, a NFT mais valiosa já vendida rendeu US$ 69,3 milhões ao artista.
Ataques cibernéticos ao Metaverso
Confira o resumo do relatório da Trend Micro, que listou as principais ameaças que preocupam os investidores do Metaverso:
NFT's podem ser atingidos por phishing, sequestrados e fraudados, já que são valiosos no Metaverso:
Lavagem de dinheiro com imóveis superfaturados;
Fake News podem ser usada por golpistas;
Ameaças virtuais à IIoT (Internet Industrial das Coisas): ataques man-in-the-middle, em que dados trocados entre duas pessoas são interceptados sem que as vítimas percebam, ataques de TI, ameaças VR/ST/MR/XR;
Fraudes de artes virtuais: colecionadores e vendedores estão sujeitos a golpes, como o comércio de artes falsificadas e roubadas;
Golpes em consumidores: roupas hackeadas podem colocar o usuário em risco;
Invasão à privacidade: golpistas podem ter acesso a dados biométricos.
Como investigar crimes cibernéticos no Metaverso?
Sem leis físicas, o Metaverso abre espaço para golpistas agirem em atividades criminosas. E será difícil as autoridades investigarem e chegarem aos golpistas, que atuam em comunidades fechadas no Darkverso.
Sem os tokens corretos de autenticação, a polícia enfrentará barreiras para conseguir chegar aos cibercriminosos.
Por isso, a Trend Micro deixou no relatório algumas perguntas como parte da reflexão na construção do Metaverso.
Desenvolvimento de tecnologias no Metaverso
Enquanto a ameaça está presente, algumas alternativas foram desenvolvidas para segurança dos usuários e empresas neste universo paralelo virtual. Autenticação multifatorial e reconhecimento facial são recursos já usados para evitar fraudes e crimes cibernéticos.
Para identificar a autenticidade do usuário, a biometria também é usada como forma de segurança. Nesta tecnologia, combinações usando a inteligência artificial são capazes de reconhecer se a foto do usuário enviada em documento de identificação inicial é semelhante à tirada no momento de uma compra, por exemplo. Além disso, o recurso também verifica a autenticidade dos dados cadastrais e biométricos.
Embora essas tecnologias não sejam novas e já façam parte de processos de cadastro e onboarding em plataformas digitais, são formas realmente seguras e comprovadas para ajudar a combater fraudes no Metaverso.
Este artigo foi escrito por Sandra Riva e publicado originalmente em Prensa.li.