Descontrole Remoto
De cara nova e muito, muito, muito colorida. Divulgação: TV Globo.
O que achou do novo visual da Globo? Confesso que ainda não sei se gosto. Já adianto, não sou daquelas que reclamam porque não se usa mais a esfera cromada. O estilo novo deixa tudo mais leve, mas a explosão de cores me pareceu um pouquinho demais. Preciso digerir melhor.
Para falar a verdade, sobrou cor e faltou um pouco da informalidade da marca do SBT, de longe quem melhor soube incorporar as tendências de flat design até agora.
Não dou nem dois meses para a Record TV fazer uma mudança na logomarca pra deixar parecido…
Não sei se eu me tornei insuportavelmente chata, mas não tenho mais paciência pra reality show de confinamento. Quando surgiram a Casa dos Artistas, o BBB e mesmo a primeira A Fazenda, cada um com sua proposta, até era divertido. Agora não acrescenta mais nada.
A Fazenda talvez seja o melhor representante dessa decadência… começou como um sub-celebrity show (alô, pessoal do Casseta & Planeta) com artistas sofrendo na lida com os bichos. Agora, virou um telebarraco rural. E só.
Honrosa exceção para a temporada 2020, onde Marcos Mion teve a liberdade de subverter a fórmula. Já Adriane Galisteu corre atrás do prejuízo… bom Ibope, mas o programa em si…
Já que falei do pessoal do Casseta, é bem interessante o que estão fazendo no Conversa Piada, nos sábados da Cultura. Um misto de mesa redonda jornalística com humor, como diriam eles, com sérias restrições orçamentárias. Mas o grande barato está no texto e na improvisação do grupo.
Continuando na Cultura, assisti (está no YouTube) o Roda Viva com o Wagner Moura, sobre o filme Marighella. Entrevista digna de aplausos.
Por sorte, os realities não se resumem apenas a programas de gente trancada em casa, ou gente pelada. Tem dois especialmente interessantes que vou recomendar.
Primeiro, na Netflix, temos Somebody Feed Phil. O nome diz tudo: Phil é um jornalista que viaja o mundo comendo o que tem de diferente em cada cidade, com muito humor. O programa é hilário, tem quatro temporadas até agora e ele já esteve no Rio, encarando uma brasileiríssima feijoada.
Outro está (estão, na verdade), na Amazon Prime: trata-se de LOL - Last One Laughing. Dez comediantes estão reunidos num estúdio durante seis horas, disputando um prêmio em dinheiro. Quem rir, é eliminado. O programa já tem edições em nove países, e agora em dezembro estreia a versão brasileira, capitaneada por Tom Cavalcante e Clarice Falcão. Recomendo assistir todas.
Tenho genuína curiosidade em saber como a direção do remake da novela Pantanal, que irá ao ar na Globo em 2022, lidará com certas cenas. Apesar de ouvir com frequência que as novelas atuais são uma “pouca vergonha”, a TV aberta de hoje em dia é muito mais recatada e do lar que no início dos anos 1990.
Quer comprovar o que estou dizendo? Dê uma conferida nas novelas dos anos 1980 e 1990 em exibição no canal Viva. Chegam ao ponto de exibir um pequeno disclaimer sobre os comportamentos da época antes da exibição dos capítulos.
O número de hoje: 100. É o número de anos que vai comemorar a BBC de Londres, no ano que vem. A mais antiga emissora de televisão do planeta, lar de clássicos como Monty Python, Doctor Who, milhares de documentários de altíssima qualidade, Top Gear, Shaun o Carneiro, Sherlock, e por aí vai. Iniciou suas transmissões em 18 de outubro de 1922. Exatamente 41 dias após a primeira transmissão de rádio no Brasil.
A ideia do tópico acima foi descaradamente inspirada no podcast Foro de Teresina, da Revista Piauí. Admito o furto!
Bom, meu povo! Por hoje é só…
Eu volto!
Este artigo foi escrito por Clarissa Blümen Dias e publicado originalmente em Prensa.li.